É preferível uma boa massagem a uma má foda.
I'm baaaack :)
30 setembro 2014
20 setembro 2014
Gloria
Um belo filme. Uma grande actriz. Uma história que raramente se vê no cinema: o amor, a solidão, o sexo, quando se tem quase sessenta anos.
16 setembro 2014
Setembro
Lembro-me dela desde sempre. Sentada na sua sala a ler, enquanto a minha irmã e eu brincávamos com as casinhas que nos trazia de Nova Iorque. Lia muito. Jornais, livros, muitos livros. A minha avó ficava ali sentada, calada, e nós brincávamos com brinquedos que não existiam cá, uma escola, as casas da rua sésamo, a quinta, o aeroporto, os legos antigos que tinham sido dos nossos tios. Noutra sala, o meu avô ouvia música muito alto, tinha o radiador junto dos pés, um copo de conhaque no chão, caramelos escondidos num armário. Vivemos catorze anos na casa por cima deles.
De vez em quando, o jogo de canasta com as amigas era lá em casa. Nós descíamos as escadas, ficávamos entre as duas mesas onde ouvíamos falar de bestes e flores. Os jogos pareciam intermináveis. Nunca mais chegava a hora do chá, a que horas é o lanche Avó? Bolos, pães, doces, o cheiro do pó de arroz e dos perfumes, a elegância dos gestos das tias das canastas que depois imitávamos, sumo em chávenas pequenas e nós as duas a sermos senhoras crescidas também, oito senhoras e duas miúdas em volta da mesa oval da casa dos meus avós. O aparador, o carrinho de chá, o louceiro com três jarros em cima, uma tela com uma vaga nossa senhora na parede, o soalho de madeira que chiava com os nossos passos. A minha avó levava-nos aos jogos de canasta nas casas das amigas, o pó de arroz, os perfumes, os bestes, o melhor lanche era em casa da nossa tia gogó, uma sala de jantar enorme, a conceição que mandava na casa e fazia a melhor trança do mundo, o tio salvador que dizia 'cautela' e se ria baixinho de tudo. A casa dos meus avós era a nossa casa, sabíamos os sítios de tudo, a cubinhos de marmelada na mesa de cabeceira do avô, os álbuns de fotografias dos seis filhos, o pote das bolachas.
A casa dos avós era a nossa casa até ontem. Dez anos depois do marido, nove meses depois do filho, a minha avó morreu ontem, uma segunda feira de chuva de setembro.
15 setembro 2014
Cântico negro 4.5
Sem ironias nem cansaços nos olhos lassos, o cleverbot é um robot que fala connosco.
Acreditem ou não: fui falar com ele e nesse momento éramos 79 mil pessoas a falar com uma inacreditável inteligência artificial.
o cleverbot é tão inteligente que até conhece o 8 e coisa:
User: Do you know 8 e coisa?
Cleverbot: Yes.
User: How do you like it?
Cleverbot: I like it just fine. Are you an Atheist?
User: Are you?
Cleverbot: A little bit!
User: How does it feel being a little bit atheist?
Cleverbot: Like I don't exist.
Onde já vão os mircs, facebooks e chats desta vida.
O cleverbot é que é. A sua glória é essa: criar desumanidades, não acompanhar ninguém.
Cântico negro 2.0
"Prove que não é um robot", dizem-me alguns com olhos doces.
Estendendo-me a imagem, e seguros
De que seria bom que eu visse o raio das letras desfocadas que me mostram
Quando me dizem "prove que não é um robot!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há nos olhos meus ironias e cansaços)
E cruzo os dedos
E nunca acerto nos números
Estendendo-me a imagem, e seguros
De que seria bom que eu visse o raio das letras desfocadas que me mostram
Quando me dizem "prove que não é um robot!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há nos olhos meus ironias e cansaços)
E cruzo os dedos
E nunca acerto nos números
Ó da casa!
Aquela ali atrás é a senhora do guichet?
Ps: Vês, eu bem te tinha dito que este inverno iamos ter a casa cheia: elas vêm aí!!
Ps: Vês, eu bem te tinha dito que este inverno iamos ter a casa cheia: elas vêm aí!!
12 setembro 2014
Sem título
Passaram-se anos e, às vezes, ainda dou por mim a olhar para a tua fotografia, a tentar procurar dentro dos teus olhos se mudaste ou não. E nunca consigo uma resposta que sobreviva a ti próprio. Ainda há dias em que me magoa o teu desamor ter sido tão grande. Só a falta de amor tinha sido suficiente.
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