Na Scientific American de Dezembro, página 12, o artigo "Voting with the heart"
O grupo de trabalho de ciência política de Charles Taber, da Stony Brook University, NY, USA, fez uma série de experiências para concluir aquilo que há muito se sabe: os eleitores fazem decisões emocionais que racionalizam à posteriori.
"Politics, like religion and war, is all about emotions and feelings", diz o senhor.
A diferença entre a escolha de um clube de futebol e uma intenção de voto é nula; a distinção está na possibilidade de fundamentação do voto em argumentos desenvolvidos DEPOIS de se ter decidido para que se lado ia cair, enquanto que ser benfiquista é um estado de alma que não se explica nem se doutrina.
"It's not that reasoning doesn't happen, but it's just very heavily influenced by automatic reactions to things as simple as «us» or «them»", Charles Taber à revista
A política é uma questão de fé e emoção; se estivesse directamente ligada à inteligência ou à capacidade argumentativa os partidos seriam divididos por escalão de QI.
"Aristotle talked about it. Real politicians have always known people are less thoughtful than emotional", ainda o cientista
E nós, sabemos?
4 comentários:
caríssima,
não conheço nenhuma decisão q não tenha - em primeiríssimo lugar - uma base emocional, racionalizada ou analisada a posteriori. Damásio está farto de explicar isto, aliás (vd. razão vs. emoção).
óbvio q há uma clara distinção entre votar num partido político ou ser simpatizante de um clube de futebol. a diferença entre uma e outra é q é necessário escapelizar os motivos pelos quais se chega a uma escolha: na política, há um grau de responsabilidade maior, o q leva a ponderar a escolha. já no futebol, fiquemo-nos por afinidades meramente electivas. elas chegam p justificar a opção.
agora, q venha a scientific american legitimar uma ideia que já todos sabíamos é-me igual ao litro. prefiro ler artigos q não dêem conta de assuntos q o próprio senso comum corrobora.
i say!
vivó benfica!!!
cara multipla que diz baixinho,
o que dizes não é o que eu digo: te dizes que escapelizas os motivos pelos quais chegas à escolha, e o que digo é precisamente o contrário.
tu chegas à escolha porque sim; racionalizas os motivos depois de decidires.
Decidir pelo Cavaco ou pelo Alegre é uma escolha puramente emocional, que racionalizas DEPOIS. Daí a frase final do senhor "os políticos sabem muito bem que as pessoas são emocionais e não racionais" e isso tem sido sempre usado em campanha política.
viva o mexilhão!
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