E assim acabaram as maratonas diárias do acorda, dá um biberon, tira a fralda e põe no bacio, dá biberon à outra, veste um fato de banho e põe protector, muda mais uma fralda, volta a pôr no bacio, muda uma t-shirt bolsada, arruma o saco da praia, acaba de vestir uma e dá colo à outra porque os décibeis são demasiado altos, põe o Zig Zag na RTP 2, toma café, faz sandwiches, põe a arrotar mais uma vez, lava dentes de leite, faz a cama, arruma as roupas espalhadas pelo quarto, ferve biberons, lembra da garrafa de água fresca, faz outra cama, come um bocado de pão, dá umas bolachas do Noddy, faz ainda outra cama, tenta ir à casa de banho sem interrupções, explica que o Mundo de Todd não passa na TV quando se quer, lava dentes definitivos, tenta arranjar-se com alguém ao colo, pensa se falta alguma coisa no saco, tenta acalmar a fera antes de sair, diz que não pode ter duas ao colo, põe gel nas gengivas a rasgar, tira roupa com chichi, põe no bacio e fica à espera para ver se sai cocó, embala e consola, veste outra vez, esquece de pentear, dá água, desiste de calar a mais nova e deixa-a a berrar, acarta tudo para o carro e finalmente fuma descansadamente um cigarro naquele breve intervalo até chegar à praia....
Ai, como é bom o meu cubículo no sótão do edifício onde trabalho, mais a minha mini-janela virada para uma empena cega, mais a luz fluroscente de casa de banho e as toneladas de papel em cima da mesa. As férias começaram!!!
12 comentários:
o trabalho liberta?
(bela posta)
Fiquei cansada só de ler o post! Boas férias!
Borboleta Azul
Dá-me depressa o lado bom da maternidade, que com isto estou a reconsiderar o cumprimento da minha quota parte no aumento da taxa de natalidade. (não conhecesse eu as tuas crianças ia a correr laquear as trompas)
subscrevo as palavras da múlipla de cima: queremos saber das alegrias da maternidade!
não peçam o impossível, d.ester e afónica.
(fuu, tb. eu fiquei cansada - e um bocadino nostálgica, reconheço - ao ler o post )
Lol, é verdade, às vezes o trabalho liberta, mas com o passar do dia já só quero voltar para as minhas doces amarras... Não consigo dar nenhuma boa definição de maternidade ou de todas as coisas boas que ela tem, mas é, sem dúvida, o maior amor de toda a vida e pelo qual se é capaz de fazer absolutamente tudo. É não poder passar sem todas as variações daqueles pares do olhos e a sensação de deslumbramento quando, de todas as vezes, se percebe o amor por nós que também há neles!!
É saber que não interessa o que vão ser, o que vão fazer, que tipo de pessoa vão ser, os desgostos que nos vão dar ou, sequer, se daqui a uns anos vão gostar de nós da mesma maneira, porque é a incondicionalidade do amor. É a verdadeira radicalidade da vida.
"verdadeira radicalidade da vida" sem dúvida; é como se tivessemos mais um membro no nosso corpo; é um amor verdadeiramente indefinível pelas tantas coisas que comporta.
O meu já está fora há uma semana...morro de saudades.
Mas...há um MAs!..quando perguntam se terei outro até me arrepio só de me imaginar a passar por tudo isso... ainda por cima o meu custou a nascer e até aos 4 anos foi um verdadeiro belzebu...
nisso tive mais sorte porque, apesar dos pesares, as minhas não são sempre pequenos belzebus... mas sim, tb tenho de ficar quieta durante uns anos...
este post 'e muito bom oito, a quantidade de coisas que 'e preciso fazer quando se est'a de f'erias...
...olvidaste (deliberadamente?) a roupa dele no chão, a sua falta de hábito para aturar as filhas nas más alturas, aquele relax excessivamente enervante, a cabeça-no-ar, alguma falta de apoio nos últimos dias de férias, etc, etc, etc...
eu, a oito é uma lady :)
D. Ester, obrigada!! ;-)
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