Estou deitada a dormir. Acordo de repente, estremunhada, alertada por barulho que vem da cozinha. Vejo as horas e levanto-me num ápice a pensar que raio se passará. Na cozinha dou com a minha mãe em roupão, exibindo o ar mais ensonado e rabujento que alguma vez lhe vi na cara. Mal consegue abrir a boca para trincar a torrada do pequeno almoço e bebe o chá a olhar o infinito.
"mãe...""diz filha, já tás acordada?"
"que tás a fazer mãe..?
Olha-me com um ar meio escandalizado mas só consegue levantar uma das sobrancelhas. A outra está a tentar impedir que o olho se feche.
"que tou a fazer? atão tou a tomar o pequeno almoço para ir para o trabalho, que achas que tou eu a fazer?"são três da manhã mãe...."
5 comentários:
diz que há uns medicamentos porreiros para o alzheimer.
Pára, por favor. Não aguento a ansiedade... quero conhecer a tua mãe!!!
hehehehe, é mesmo uma querida a minha querida.
no baile da dona ester:
lagarto! lagarto! lagarto!
era mesmo só o sono e o alarme do despertador não definido.
Tenho de confessar que tal coisa já me aconteceu meia dúzia de vezes ao longo da vida, por me enganar com o despertador. Como me custa sempre a levantar, não dou por nada. Levanto-me, lavo-me, visto-me em estado de coma e quando chego à rua percebo que a vida ainda não começou.
:)
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