Foi quando abri o livro que o senti outra vez. Primeiro pensei que o cheiro saía do livro. Aproximei-o de mim mas afinal só aquele odor a hóstia de domingo com um bocadinho de cola uhu. Procurei em volta a razão para me sentir assaltada desta maneira, mas não encontrei nada, só os objectos do costume a exercerem a profissão de estar ali. Percebi então que os cheiros moram dentro de nós como inquilinos silenciosos. Quando pensamos já os ter expulso, quando pensamos ter fechado todas as portas e janelas e frestas, descobrimos que afinal nunca deixaram de viver connosco.
3 comentários:
O cheiro a nefetalina, por exemplo, é tramado! Deitas as bolinhas fora e dás conta, na festa do fotógrafo teu amigo, que sempre que te aproximas de alguém, ele foge. É muuuuuuito mau. Mas devo dizer-te que já perdi duas pessoas que continuo a reconhecer, durante os sonhos, pelo cheiro. E é bom... Mesmo o cheiro a tangerina.... faz-me recuar duas dezenas e meia de anos, quando a inha mãe mas descascava... Imagina!...
O comentário anterior devia estar assinado por mim. Ora, eu sou sempre pela reposição da verdade...
Repôr a verdade fica-te bem.
Este cheiro que não me larga, nem por isso me fica bem.
(entretanto, viva o benfica que finalmente ganhou!)
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