06 outubro 2012
ebulição
Em mim tudo está tenso, os meus ovários, as minhas
mamas, as minhas veias acumulam
sangue que as pressiona e me pressiona. Tudo me parece negro, o mundo é um
lugar inóspito e sem sentido. Abro a janela para o mundo e no écran dou-me
conta de que o país e a sua bandeira estão ao contrário, há um congresso de alternativas
democráticas que discutem não sei que alternativas, há gente desesperada, há
gente com raiva, a violência parece estar preso por um débil fio, há ministros rodeados de
guardas costas com medo de sair à rua, o caldeirão da nossa vida ferve, ferve,
ferve. O sangue escorre-me por
entre as pernas e tudo se distensiona em mim, recupero o meu corpo, recupero a
cordura, esboço um sorriso. Mas lá fora tudo continua em tensa calma, ferve,
ferve, ferve.
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