Às vezes tenho pena que algumas das minhas múltiplas tenham tão mau feitio (olha que para as gastrites, PANTOPRAZOL é altamente indicado! E chá de erva cidreira, vá...). E agora que se aproxima o Natal, tenho-me lembrado vezes sem conta deste excerto de um poema de António Gedeão:
Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
De falar e de ouvir com mavioso tom,
De abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.
(...)
Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
Como se de anjos fosse, numa toada doce, de violas e banjos,
Entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
A voz do locutor anuncia o melhor dos detergentes.
De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu e as vozes crescem num fervor patético. (Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu? Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético).
Confesso que esta quadra me 'arrepia', por motivos vários e pessoais, entre os quais aqueles implícitos no excerto do poema acima. De qualquer modo, pelo sim pelo não, e à semelhança de Mr. Scrooge, não quero ser visitada pelos três fantasmas.
Fica, pois, postado o espírito natalício possível que desceu sobre esta múltipla, desejando a tod@s - ironias à parte - UM BOM ANO INTEIRO (como me disse um colega meu).
Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
De falar e de ouvir com mavioso tom,
De abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.
(...)
Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
Como se de anjos fosse, numa toada doce, de violas e banjos,
Entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
A voz do locutor anuncia o melhor dos detergentes.
De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu e as vozes crescem num fervor patético. (Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu? Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético).
Confesso que esta quadra me 'arrepia', por motivos vários e pessoais, entre os quais aqueles implícitos no excerto do poema acima. De qualquer modo, pelo sim pelo não, e à semelhança de Mr. Scrooge, não quero ser visitada pelos três fantasmas.
Fica, pois, postado o espírito natalício possível que desceu sobre esta múltipla, desejando a tod@s - ironias à parte - UM BOM ANO INTEIRO (como me disse um colega meu).
8 comentários:
um excelente ano que se segue para as múltiplas.
O meu contributo para o espírito natalício do blog:
"Christmas On Earth"
Momus [from the album "Timelord" (1993)]
Well I know that on Earth it is Christmas now
And I hope there'll be days in the snow
When I return many light years on
Though my friends will have died long ago
And the rain makes a sound like the asteroids
There are worlds made of ice in the clouds
I'm receiving transmissions they broadcast long ago
They remind me of things I have seen
All the people and cities and crowds
Ring the bells, ring the bells, ring them
Ring the bells, I can still hear them
Ring the bells, ring the bells, ring them
Ring the bells, I can still hear them
Here on the way to the stars
About now back on earth it is Christmas time
There'll be logs in the grate, they will burn
I'm alone tape recording memories
For it all will have changed when I return
And the rain is so strange in the Milky Way
I see cloudscapes of purple and green
Candleabras are shooting off firework displays
And I'm writing the things I have seen
People shopping and sparks from a train
Ring the bells, ring the bells, ring them
Ring the bells, I can still hear them
Ring the bells, ring the bells, ring them
Ring the bells, I can still hear them
Here on the way to the stars
Ring the bells, ring the bells, ring them
Ring the bells, I can still hear them
Ring the bells, ring the bells, ring them
Ring the bells, I can still hear them
Here on the way to the stars
Well I know that on Earth it is Christmas now
But in space time goes by so slow
At the speed of light one single night
Is a year to the people back home
obrigada pelos votos e contributos.
manyfaces, então e o jantar de natal lá se passou, verdade? aposto q até recebeste um presente...
(e ele a dar-lhe com os itens não seguro, apre que é teimoso)
A gastrite vai melhorzinha, obrigado, deve ter sido o espírito natalício a querer sair por algum lado e decidiu-se pelo estômago, fazendo-me sentir um dragão de outros tempos.
O verdadeiro espírito natalício, de estar com as pessoas de quem gosto, existe sempre. O consumista é que nem por isso. Fui hoje às compras de natal e fiquei com uma caimbra no cartão multibanco.
... o jantar de Natal não se passou lá muito bem não Senhor.... Ainda tentei puxar a conversa para a filosofia, mas a malta quer lá bem saber... parecia que não comiam há 4 dias.... O Natal e a filosofia não combinam e entre Engenheiros ainda pior. Ainda lhes sugeri que se "multiplicassem" (inspirei-me nas múltiplas daqui) entre um labrego esfaimado e um iluminado amante de filosofia que gostasse de discutir o sentido da vida ao jantar. Fui expulso da mesa. Estou deprimido. Odeio o natal. Não há filosofia no Natal.
foste expulso da mesa?! não há direito! Manyfaces, solidarizo-me ctg. Parece-me q vais ter de arranjar um 'speaker's corner'...
E ao menos o presentinho? Uma insólita garrafita de vinho? umas peugas? conta-nos tudo.
O tema era interessante e bastante apropriado para jantar de Natal. Tratava-se de discutir o novo livro do Richard Dawkins em que ele defende a inexistência e a inutilidade de Deus. A mim parece-me tópico para boa conversa de Natal. Queria eu apenas chegar à conclusão filosófica que apesar de Deus não existir a festa valia sempre a pena, pelos beijos e as prendas, ainda que o Menino nunca tivesse estado nas palhinhas... Pois as reacções foram do desprezo, ao descrédito, passando pela ignorância (Richard quê? Não escreve romances de amor?). Até que me calaram com um definitivo: " Desculpa mas o Rodrigo dos Santos acaba de publicar um livro em que mostra que Deus existe...". Aí tive de mandar o ignoro "pó cara...". O caldo entornou porque fui logo ali acusado de fundamentalista Ateu e conspurcador do espírito natalício. Mudei de mesa antes que tivesse de mandar mais alguém para algum lado....
Trouxe uma prenda para casa que me saiu no sorteio geral. Era um Menino nas palhinhas, com Burro e tudo. Foi justiça divina.
Deixa lá many faces, cada vez que olhares para o menino nas pahinhas deitado lembra-te que ele podia ser qualquer menino, não interessa se existiu ou não, interessa é a festa e os valores que lhe estão adjuntos. E tenta curtir o natal, se não podes vence-los junta-te a eles..
Enviar um comentário