da viagem de avião
Da parte das decolagens confesso que não me lembro muito bem, pois adormeci das duas vezes que entrei no avião (em Lisboa e em Madrid) inchadissima de tanto chorar, mas enfim, nem sempre se pode estar bela e airosa. No avião para Bogotá vim ao lado de um italiano de 48 anos, simpatiquíssimo, um rockeiro todo vestido de preto e com um grande rabo de cavalo nos seus cabelos brancos, que administra cá uma fazenda de café. Era muito engraçado e simpático e para além da fazenda tinha também uma escola para os filhos dos agricultores e fazia muito trabalho social.
(...) Logo no dia a seguir fui jantar com algum pessoal do acnur e amigos deles e depois fomos todos para casa de um deles “bailar”. Soltou-se-me a louca e pela primeira vez atinei com o ritmo da salsa e dancei até de madrugada (lembram-se de eu dizer que durante um ano não ia tocar em charros? Esqueçam, era erva e da boa...)
da cidade
Bogotá é uma cidade linda, linda, linda, nada como eu tinha imaginado, podia ser uma cidade europeia (etnocentrismos à parte), está bem urbanizada, tem jardins, muitas árvores e do lado oriental está cercada por umas montanhas enormes e lindas, poderosas. Mas é enorme, tem 7 milhões de habitantes...
da Colômbia
Com o tempo contarei mais, ainda estou a tentar captar as coisas, é tudo muito novo para mim, as pessoas parecem ser muito politizadas, muito conscientes da realidade social e política do país, mas ainda é muita informação por minuto e assim que parece que começo a perceber alguma coisa, aparece logo de seguida uma contra informação, é tudo muito complexo...
Da parte das decolagens confesso que não me lembro muito bem, pois adormeci das duas vezes que entrei no avião (em Lisboa e em Madrid) inchadissima de tanto chorar, mas enfim, nem sempre se pode estar bela e airosa. No avião para Bogotá vim ao lado de um italiano de 48 anos, simpatiquíssimo, um rockeiro todo vestido de preto e com um grande rabo de cavalo nos seus cabelos brancos, que administra cá uma fazenda de café. Era muito engraçado e simpático e para além da fazenda tinha também uma escola para os filhos dos agricultores e fazia muito trabalho social.
(...) Logo no dia a seguir fui jantar com algum pessoal do acnur e amigos deles e depois fomos todos para casa de um deles “bailar”. Soltou-se-me a louca e pela primeira vez atinei com o ritmo da salsa e dancei até de madrugada (lembram-se de eu dizer que durante um ano não ia tocar em charros? Esqueçam, era erva e da boa...)
da cidade
Bogotá é uma cidade linda, linda, linda, nada como eu tinha imaginado, podia ser uma cidade europeia (etnocentrismos à parte), está bem urbanizada, tem jardins, muitas árvores e do lado oriental está cercada por umas montanhas enormes e lindas, poderosas. Mas é enorme, tem 7 milhões de habitantes...
da Colômbia
Com o tempo contarei mais, ainda estou a tentar captar as coisas, é tudo muito novo para mim, as pessoas parecem ser muito politizadas, muito conscientes da realidade social e política do país, mas ainda é muita informação por minuto e assim que parece que começo a perceber alguma coisa, aparece logo de seguida uma contra informação, é tudo muito complexo...
(...)
Com a distância do tempo, percebi que Bogotá de facto não tem nada a ver com uma cidade europeia, pois só uma pequena parte tem edifícios de outros séculos (o Bairro da Candelária) e o mais antigo é do século XVIII. Apesar de ter sido fundada no século XVI, não ficaram muitos vestigios dessa época. Às vezes, os meus amigos levavam-me a visitar monumentos que para eles era muito antigos e eu ficava espantadissima por serem dos anos 50, para mim isso era super recente! A noção do “antigo” é muito diferente cá e lá.
Com a distância do tempo, percebi que Bogotá de facto não tem nada a ver com uma cidade europeia, pois só uma pequena parte tem edifícios de outros séculos (o Bairro da Candelária) e o mais antigo é do século XVIII. Apesar de ter sido fundada no século XVI, não ficaram muitos vestigios dessa época. Às vezes, os meus amigos levavam-me a visitar monumentos que para eles era muito antigos e eu ficava espantadissima por serem dos anos 50, para mim isso era super recente! A noção do “antigo” é muito diferente cá e lá.
Quanto ao perceber minimamente a Colômbia, como verão pelas próximas cartas, demorei muito tempo a perceber este país tão diferente do meu, pela minha juventude na altura, e pela mesma complexidade do país. Durante o primeiro ano, ouvi, ouvi, ouvi toda e qualquer pessoa que me quisesse contar a sua versão e a sua história e tive sorte pois encontrei muita gente interessante e com vontade de falar. Lenta e acelaradamente, lá fui começando a perceber um bocadinho melhor este país.
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