que vi da janela do meu quarto no dia em que mudei pela primeira vez de casa. Estava à janela a chorar, não queria sair dali, tinha catorze anos e era primavera. Aquela nuvem nunca desapareceu na minha cabeça. Lembro-me de a ver branca e redonda no céu muito azul, ou então era o meu choro que a tornava mais redonda e branca, ou talvez o abraço que recebi de uma amiga que me dizia não chores a próxima casa é muito maior vais ter um quarto só para ti. A nuvem continuava lá, redonda e branca, indiferente à promessa de espaço, um quarto só para mim, fraco consolo no último dia da minha primeira vida.
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