Querida Oito, A Nove tem razão. Mas, mesmo pela lógica, podes sempre perguntar de onde veio esse universo infinito e em expansão. I.e., qual a origem do Universo?
Pois, Pirata, mas se Deus é omnipresente e omnisciente então só o pode ser se for ELe o Universo Universo. Aqui a parte pelo todo não funciona... Querida Nove, em questões de fé não se mexe. Quanto à logica, está lá em cima o senhor das orelhas bicudas que na 'Ira de Khan' admite que a lógica tem falhas, não fora ele dar a vida pelos seus companheiros, numa manobra completamente altruista.
Querida Bossa Nova, e se o Universo sempre existiu? E se, mesmo na sua 'pequenez inicial', foi sempre o todo? Repare que um Universo infinito e em expansao tem em si mesmo algo de contraditorio, e que mesmo as teorias inflacionistas nao conseguem nunca explicar os primeiros instantes; pelo contrario, assumem que, no início haveria sempre algo. E isso pode ser infinito em si. E se, no inicio havia apenas energia? que foi sendo convertida em materia rpgressivamente? Ou vibracoes de cordas e supercordas, manifestadas em algo a que nos haituamos a designar como particulas, e, mais tarde materia...
Lembraram-me aquela parábola da criança que brincava na praia enquanto o filósofo por ali passeava, tentando compreender a existência de Deus. O filósofo perguntou à criança o que estava a fazer e ela respondeu-lhe: "estou a cavar um buraco para pôr o mar todo cá dentro." Aquele sorriu e respondeu-lhe, condescendente, "mas não vês que esse buraco é demasiado pequeno e que o mar é infinitamente maior do que ele?". A criança retorquiu "e tu, que sabes isso, ainda não percebeste que a tua razão é, também ela, demasiado estreita para poder compreender Deus omnipotente, omnipresente e omnisciente na Sua plenitude?"
Querida Oito, Tantas resistências e tantos labirintos! E se Deus for o Universo, e se Deus estiver continuamente em expasão, e se Deus for também essa energia de que falas? Porquê tanto esforço em tentar retirá-lo obrigatoriamente da equação? E se Ele for mesmo o Início, o Princípio do princípio? E se Ele, eterno, for o Instante? Para mim, É-o. Por isso consigo aceitar o primeiro instante do universo. Por isso, embora tenha dificuldades conceptuais com o infinito físico - não consigo, na verdade, imaginar a verdadeira dimensão de um Universo infinito - não tenho dificuldade nenhuma com o Eterno. Precisas de uma prova física, materialmente demonstrável, de que Deus criou o Mundo, o Universo? Podes morrer à espera que alguém a consiga. Ou que consiga o contrário. Ou podes acreditar que essa "energia" que já sentiste - nem que seja pela necessidade de fazeres a pergunta do post e mm que não saibas o que sentiste ou que não te apercebas de que sentiste - existiu, existe e existirá sempre...
Queridos Bossa Nova e Anónimo, nao se pode tentar usar argumentos lógicos para tentar explicar ou refutar algo que transcende a própria logica. Por isso, não faz sentido tentar justificar a existência de Deus, qualquer que seja a sua definição, ou mesmo a sua inexistência, usando argumentos que derivam de uma experiência baseada numa realidade perceptível - ou numa construção racional nela baseada. A espiritualidade é algo que deve ser deixada ao critério do indivíduo, a quem cabe geri-la da melhor forma que a entender. Tentar angariar 'votos' num ou noutro sentido é uma missão inglória, para ambas as partes, um exercício argumentativo por si só e nunca conclusivo.
Cara 8,desculpe-me mas discordo de si. Podem-se tentar usar argumentos lógicos para tentar explicar ou refutar a existência do transcendente. Negá-lo equivale a dizer que séculos de Teologia (ou de ateísmo teórico) nunca existiram. Que esses argumentos não sejam aptos a convencê-la é outra história. No entanto, em última instância, advogar ou refutar a existência de Deus é, como não poderia deixar de ser, matéria de fé. Com maiúscula ou minúscula, tanto faz.
Nove linda, pareceu-me estar a exacerbar ânimos. Mas se a palavra de ordem é continuar nas postas, pois dê-me uns instantes para retomar o fio à meada. Quanto ao sexo, desculpe lá, mas que se fale e se faça. Há até quem fale enquanto faz e quem faça enquanto fala.
Se o universo fosse infinito no sentido metafísico nunca estaria em expansão lol O conceito de infinito aí apenas se pode aferir em conexão com a grande explosão original. Como os dogmas de fé em relação ao fundamental da fé, afirmam o essencial através de aspectos periféricos LOL (E às vezes complican e distraem mais) Infinito em expansão é um paradoxo que só pode querer afirmar que tudo o que existe em expansão é nada mais nada menos do que tudo o que estava já presente na fracção mais ínfima de tempo logo a seguir à explosão a partir do momento 0 em que nada existia. Os mitos das origens são mais interessantes: até metem evas jeitosas a oferecerem frutos proibidos... :)
Ó Anónimo, a infinitude é em si mesmo um paradoxo para algo que nasce do nada num instante zero, não lhe parece? E nem sequer comecei a falar de dogmas...
Caro Anónimo LOL, creio que a Oito tem razão. Além do mais, e rcolocando o mote original - como pode haver um Deus exterior a um universo infinito e em expansão -ainda não se descobriu limite ao Universo. O que não invalida que se saiba que ele está em expansão/mutação. Quanto a Deus ser infinito, eterno e mm assim em expansão? Depende da medida do coração de cada um.
A infinitude é em si mesma um parodoxo (sem explosões ou dogmas). O curioso é que, no raciocínio-silogismo expresso pela múltipla, o conceito serve para excluir a existência divina enquanto que para milhões de outras cabeças pensantes ao longo da história serviu para o contrário. LOL Para alguns, como o pouco religioso Decartes, até o simples facto de se pensar a infinitude é uma prova da existência da res divina : se a infinitude é a presença actual e completa de todas as perfeições logo ela existe porque senão não era infinitude porque lhe faltaria uma perfeição a existência. LOL Isto é só uma simpatia para uma doce e terna múltipla que fica sozinha e abandonada nestas questões. :)
São planos distintos. A realidade do 'criado' em movimento (não a questão física da matéria em expansão - e mesmo aí vamos ver se não é uma expansão rumo à contração final lol - mas sim a questão ontologica na linha da metafíca da teoria peripatética da matéria aristotélica) é distinta da realidade do 'criador' em repouso (porque perfeito e movimento do devir cósmico não se aplica a ele porque a ausência de repouso é sinal de imperfeição porque demostra necessidade blá blá e motor imóvel portanto blá blá) Haveria problema na coisa se o mundo criado tivesse passado a existir contra a vontade do criador... Mas não ele até o criou...
Para a terna e doce multipla: minha querida se no decorrer da discusão alguma alma peregrina das inteligentes der pelo rabo do gato (digo te só a ti baixinho: a questão do mal; como pode existir o mal num mundo criado por deus?!) tens duas hipóteses: - passas uns meses valentes a tentar perceber as distinções dos vários tipos de mal e em especial a do mal moral e a do mal ontologico em São Tomás - disses que é mistério e se alguma alma peregrina das outras se rir pergunta lhe aquela coisa misteriosa dos saltos quanticos da física atómica anônimo :)
Me explica como um electrão salta de um lugar para o outro sem existir no espaço que medeia as duas posições e eu faço uma serenata à múltipla querida correndo todos os riscos inerentes :)
Ah, o efeito de túnel.... Anónimo, como não sei o seu grau na escala de Nerd (o meu e elevado), deixo-lhe duas soluções: Aqui, se for alto: http://en.wikipedia.org/wiki/Quantum_tunnelling Aqui, se é médio: http://www.youtube.com/watch?v=6LKjJT7gh9s
Se não se quiser perder pense no electrão como uma particula não com uma posição bem definida no espaço (ou melhor, no espaço-tempo) mas com a sua localização descrita por uma função densidade de probabilidade - uma função de onda - que se estende a todo o espaço (infinito - e lá vamos nós outra vez...). Quer isto dizer que num mesmo instante temporal há uma determinada probabilidade - finita e não nula -de o electrão estar mesmo ao pé de si e outra probabilidade de estar, por exemplo, na Patagónia do sul, e muitas mais probabilidades - todas finitas e não nulas - de estar em muitos outros sitios e tudo ao mesmo tempo. Em particular, imaginemos uma montanha. (Em física chamamos-lhe uma barreira de potencial) e um electrão no sopé da montanha do lado -digamos-sul. Ora, sendo a posição do descrita por uma função densidade de probabilidade que se estende a todo o espaço , então podemos dizer que existe uma probabilidade finita de encontrarmos o electrão no sopé do lado sul. MAS podemos igualmente dizer que existe uma probabilidade finita de encontrarmos o electrão no sopé virado a norte, isto é, do outro lado da montanha. Na prática, é como se o electrão tivesse cavado um TUNEL artavés da montanha, daí o nome. (Na realidade, para sabermos onde está o electrão temos de interferir com o sistema e colapsar a função de onda, mas isso é outra história...)
julgava eu na minha ignorância que uma das descobertas da física quantica tinha sido o facto de os pobres electrões estarem confinados a permanecer em 'orbitas' pré definidas e que nunca existiam noutras. Julgava eu que essa coisa da montanha era uma metáfora para explicar a passagem ou salto quantico de uma dessas órbitas para outra. Ou seja que o electrao coitado desaparecia num lado aparecia no outro o que ninguém sabia o que lhe faziam no tal túnel. Apenas se sabia que libertava muita energia :) Que ignorante sou... Bem... A múltipla toca bandolim?
Caro anonimo,nao pense nas orbitas como caminhos definidos no espaco (tipo elipses, ou circulos). EM fisica quantica, contrariamente a acepcao classica, existe sempre uma incerteza associada a posicao. Assim,nao se pode dizer que o electrao anda sobre um determinado caminho a volta do nucleo. Ao inves, opta-se por se descrever o seu movimento pela tal funcao de onda que exprime para cada par posicao-tempo uma determinada probailidade de la encontrar o dito cujo, como expliquei anteriormente. Assim, os electroes nao estao confinados a permanecerem num determinado 'caminho' do espaco. Em termos de energia, a coisa e diferente. Da mesma maneira que quando voce vai a uma sala de cinema tem de se sentar numa cadeira, definida por uma fila, mais acima ou abaixo, e por um numero, mais a direita ou a esquerda, tambem a energia do electrao no atomo tem de obedecer a regras. Assim, o electrao nao pode apresentar qualquer valor de energia, mas sim, valores bem definidos, determinados pelo numero quantco principal, n. E esses valores sao discretos, querendo dizer que ha apenas um certo conjunto de valores de energia que os electroes podem assumir. (Voltando a sala de cinema, voce tambem nao se pode sentar entre duas cadeiras nem entre duas filas e muito menos no chao do corredor lateral - ou melhor, ate pode, mas nao vai ver bem o filme, por isso e estupido faze-lo) O estado do electrao fica assim completa, univoca e inequivocamente definido pelo seu n, mas tambem pelos outros numeros quanticos, l, m e s. (n - nº quantico principal, que diz se o elecrao esta mais ou menos afastado do nucleo, l numero qualtico secundario que se relaciona com o seu momento angular, m numero quantico magnetico, com a forma como interage com campos magneticos e s - de spin que tem a ver com o sentido de rotacao sobre os eu proprio eixo, tudo isto muito grosseiramente falando, claro). E, como o electrao e um fermiao, nao pode haver 2 electroes com o mesmo conjunto de numeros quanticos. Agora, nao confundir estado (descrito pelos nºs quanticos) com posicao espacial (definida pela funcao de onda).
Agora venha de la a serenata faxavori. E nao diga ca 'menon' como o guichet, que agora merecemos.
Querida Coluna, Devias escrever mais vezes sobre electrão, protões e neutrões. E achei genial a montanha! Descrevendo como tu fazes, até parece fácil de entender! Obrigada
Deus já sabia que funcionava como poderosa arma geradora de comentarios, agora Física Quântica, confesso que me tomou de surpresa. E que me dizem da combinação? Parece-me um nicho de mercado potencialmente lucrativo! AH ganda molho! De Brocolos, claro!
37 comentários:
NO-TÁ-VEL reflexão, a menos que deus integre o universo ou seja dele parte integrante.
Digo eu, ateu, no meu linguarejar demodé com acento no outro 'e'
és grande, oito.
pela lógica /logos /razão não chegas lá, oito.
matei a fé com as mesmas perguntas. e eis que ela está de volta, de mansinho, sem igrejas a intermediar.
(continua)
Querida Oito,
A Nove tem razão. Mas, mesmo pela lógica, podes sempre perguntar de onde veio esse universo infinito e em expansão. I.e., qual a origem do Universo?
Pois, Pirata, mas se Deus é omnipresente e omnisciente então só o pode ser se for ELe o Universo Universo. Aqui a parte pelo todo não funciona... Querida Nove, em questões de fé não se mexe. Quanto à logica, está lá em cima o senhor das orelhas bicudas que na 'Ira de Khan' admite que a lógica tem falhas, não fora ele dar a vida pelos seus companheiros, numa manobra completamente altruista.
Querida Bossa Nova, e se o Universo sempre existiu? E se, mesmo na sua 'pequenez inicial', foi sempre o todo? Repare que um Universo infinito e em expansao tem em si mesmo algo de contraditorio, e que mesmo as teorias inflacionistas nao conseguem nunca explicar os primeiros instantes; pelo contrario, assumem que, no início haveria sempre algo. E isso pode ser infinito em si.
E se, no inicio havia apenas energia? que foi sendo convertida em materia rpgressivamente? Ou vibracoes de cordas e supercordas, manifestadas em algo a que nos haituamos a designar como particulas, e, mais tarde materia...
Oh, quantas postas isto daria!
Lembraram-me aquela parábola da criança que brincava na praia enquanto o filósofo por ali passeava, tentando compreender a existência de Deus.
O filósofo perguntou à criança o que estava a fazer e ela respondeu-lhe: "estou a cavar um buraco para pôr o mar todo cá dentro."
Aquele sorriu e respondeu-lhe, condescendente, "mas não vês que esse buraco é demasiado pequeno e que o mar é infinitamente maior do que ele?".
A criança retorquiu "e tu, que sabes isso, ainda não percebeste que a tua razão é, também ela, demasiado estreita para poder compreender Deus omnipotente, omnipresente e omnisciente na Sua plenitude?"
Querida Oito,
Tantas resistências e tantos labirintos! E se Deus for o Universo, e se Deus estiver continuamente em expasão, e se Deus for também essa energia de que falas? Porquê tanto esforço em tentar retirá-lo obrigatoriamente da equação? E se Ele for mesmo o Início, o Princípio do princípio? E se Ele, eterno, for o Instante?
Para mim, É-o. Por isso consigo aceitar o primeiro instante do universo. Por isso, embora tenha dificuldades conceptuais com o infinito físico - não consigo, na verdade, imaginar a verdadeira dimensão de um Universo infinito - não tenho dificuldade nenhuma com o Eterno.
Precisas de uma prova física, materialmente demonstrável, de que Deus criou o Mundo, o Universo? Podes morrer à espera que alguém a consiga. Ou que consiga o contrário. Ou podes acreditar que essa "energia" que já sentiste - nem que seja pela necessidade de fazeres a pergunta do post e mm que não saibas o que sentiste ou que não te apercebas de que sentiste - existiu, existe e existirá sempre...
Queridos Bossa Nova e Anónimo, nao se pode tentar usar argumentos lógicos para tentar explicar ou refutar algo que transcende a própria logica. Por isso, não faz sentido tentar justificar a existência de Deus, qualquer que seja a sua definição, ou mesmo a sua inexistência, usando argumentos que derivam de uma experiência baseada numa realidade perceptível - ou numa construção racional nela baseada.
A espiritualidade é algo que deve ser deixada ao critério do indivíduo, a quem cabe geri-la da melhor forma que a entender. Tentar angariar 'votos' num ou noutro sentido é uma missão inglória, para ambas as partes, um exercício argumentativo por si só e nunca conclusivo.
Mas que dá comentários, ai lá isso é que dá.
Cara 8,desculpe-me mas discordo de si.
Podem-se tentar usar argumentos lógicos para tentar explicar ou refutar a existência do transcendente. Negá-lo equivale a dizer que séculos de Teologia (ou de ateísmo teórico) nunca existiram. Que esses argumentos não sejam aptos a convencê-la é outra história.
No entanto, em última instância, advogar ou refutar a existência de Deus é, como não poderia deixar de ser, matéria de fé. Com maiúscula ou minúscula, tanto faz.
"em questões de fé não se mexe".
Querida oito,
então do que estamos a falar aqui?
O querida Nove, tem toda a razao, que também me parece que basta de provocações.
Voltamos a falar de sexo?
vais atirar a toalha ao chão, oito?
(quanto ao sexo, não se fala disso: faz-se. tenho dito).
Nove linda, pareceu-me estar a exacerbar ânimos. Mas se a palavra de ordem é continuar nas postas, pois dê-me uns instantes para retomar o fio à meada.
Quanto ao sexo, desculpe lá, mas que se fale e se faça. Há até quem fale enquanto faz e quem faça enquanto fala.
(derraparam completamente. cambada de crentes...!)
Pirata,
Cambada vem de "camba" que significa amigo em quimbundo. Há coisas piores.
Gostei muito desta caixa de comentários!
Quem foi a alma peregrina que se lembrou que o universo é infinito? LOL
Provavelmente uma alma peregrina.
Se o universo fosse infinito no sentido metafísico nunca estaria em expansão lol
O conceito de infinito aí apenas se pode aferir em conexão com a grande explosão original. Como os dogmas de fé em relação ao fundamental da fé, afirmam o essencial através de aspectos periféricos LOL (E às vezes complican e distraem mais)
Infinito em expansão é um paradoxo que só pode querer afirmar que tudo o que existe em expansão é nada mais nada menos do que tudo o que estava já presente na fracção mais ínfima de tempo logo a seguir à explosão a partir do momento 0 em que nada existia.
Os mitos das origens são mais interessantes: até metem evas jeitosas a oferecerem frutos proibidos... :)
Ó Anónimo, a infinitude é em si mesmo um paradoxo para algo que nasce do nada num instante zero, não lhe parece?
E nem sequer comecei a falar de dogmas...
Caro Anónimo LOL, creio que a Oito tem razão. Além do mais, e rcolocando o mote original - como pode haver um Deus exterior a um universo infinito e em expansão -ainda não se descobriu limite ao Universo. O que não invalida que se saiba que ele está em expansão/mutação. Quanto a Deus ser infinito, eterno e mm assim em expansão? Depende da medida do coração de cada um.
A infinitude é em si mesma um parodoxo (sem explosões ou dogmas).
O curioso é que, no raciocínio-silogismo expresso pela múltipla, o conceito serve para excluir a existência divina enquanto que para milhões de outras cabeças pensantes ao longo da história serviu para o contrário. LOL
Para alguns, como o pouco religioso Decartes, até o simples facto de se pensar a infinitude é uma prova da existência da res divina : se a infinitude é a presença actual e completa de todas as perfeições logo ela existe porque senão não era infinitude porque lhe faltaria uma perfeição a existência. LOL
Isto é só uma simpatia para uma doce e terna múltipla que fica sozinha e abandonada nestas questões. :)
Caro Anónimo, quem chama "doce e terna" e uma múltipla merece ser chamado de Anónimo-Romeu! Para quando uma serenata? :-)
Caro Anónimo, quem chama "doce e terna" a uma múltipla merece ser chamado de Anónimo-Romeu! Para quando uma serenata? :-)
São planos distintos.
A realidade do 'criado' em movimento (não a questão física da matéria em expansão - e mesmo aí vamos ver se não é uma expansão rumo à contração final lol - mas sim a questão ontologica na linha da metafíca da teoria peripatética da matéria aristotélica) é distinta da realidade do 'criador' em repouso (porque perfeito e movimento do devir cósmico não se aplica a ele porque a ausência de repouso é sinal de imperfeição porque demostra necessidade blá blá e motor imóvel portanto blá blá)
Haveria problema na coisa se o mundo criado tivesse passado a existir contra a vontade do criador... Mas não ele até o criou...
Para a terna e doce multipla:
minha querida se no decorrer da discusão alguma alma peregrina das inteligentes der pelo rabo do gato (digo te só a ti baixinho: a questão do mal; como pode existir o mal num mundo criado por deus?!) tens duas hipóteses:
- passas uns meses valentes a tentar perceber as distinções dos vários tipos de mal e em especial a do mal moral e a do mal ontologico em São Tomás
- disses que é mistério e se alguma alma peregrina das outras se rir pergunta lhe aquela coisa misteriosa dos saltos quanticos da física atómica
anônimo :)
Os saltos quânticos da física atómica, anonimo, são na realidades bem fáceis de explicar.
Me explica como um electrão salta de um lugar para o outro sem existir no espaço que medeia as duas posições e eu faço uma serenata à múltipla querida correndo todos os riscos inerentes :)
Ah, o efeito de túnel....
Anónimo, como não sei o seu grau na escala de Nerd (o meu e elevado), deixo-lhe duas soluções:
Aqui, se for alto:
http://en.wikipedia.org/wiki/Quantum_tunnelling
Aqui, se é médio:
http://www.youtube.com/watch?v=6LKjJT7gh9s
Se não se quiser perder pense no electrão como uma particula não com uma posição bem definida no espaço (ou melhor, no espaço-tempo) mas com a sua localização descrita por uma função densidade de probabilidade - uma função de onda - que se estende a todo o espaço (infinito - e lá vamos nós outra vez...). Quer isto dizer que num mesmo instante temporal há uma determinada probabilidade - finita e não nula -de o electrão estar mesmo ao pé de si e outra probabilidade de estar, por exemplo, na Patagónia do sul, e muitas mais probabilidades - todas finitas e não nulas - de estar em muitos outros sitios e tudo ao mesmo tempo.
Em particular, imaginemos uma montanha. (Em física chamamos-lhe uma barreira de potencial) e um electrão no sopé da montanha do lado -digamos-sul. Ora, sendo a posição do descrita por uma função densidade de probabilidade que se estende a todo o espaço , então podemos dizer que existe uma probabilidade finita de encontrarmos o electrão no sopé do lado sul. MAS podemos igualmente dizer que existe uma probabilidade finita de encontrarmos o electrão no sopé virado a norte, isto é, do outro lado da montanha.
Na prática, é como se o electrão tivesse cavado um TUNEL artavés da montanha, daí o nome.
(Na realidade, para sabermos onde está o electrão temos de interferir com o sistema e colapsar a função de onda, mas isso é outra história...)
Chega para a serenata?
Ainda não...
Nós nunca sabemos onde está a particula...
É uma questão de probabilidades...
Não existem órbitas de probabilidade nula?
julgava eu na minha ignorância que uma das descobertas da física quantica tinha sido o facto de os pobres electrões estarem confinados a permanecer em 'orbitas' pré definidas e que nunca existiam noutras. Julgava eu que essa coisa da montanha era uma metáfora para explicar a passagem ou salto quantico de uma dessas órbitas para outra. Ou seja que o electrao coitado desaparecia num lado aparecia no outro o que ninguém sabia o que lhe faziam no tal túnel. Apenas se sabia que libertava muita energia :)
Que ignorante sou...
Bem... A múltipla toca bandolim?
Caro anonimo,nao pense nas orbitas como caminhos definidos no espaco (tipo elipses, ou circulos). EM fisica quantica, contrariamente a acepcao classica, existe sempre uma incerteza associada a posicao. Assim,nao se pode dizer que o electrao anda sobre um determinado caminho a volta do nucleo.
Ao inves, opta-se por se descrever o seu movimento pela tal funcao de onda que exprime para cada par posicao-tempo uma determinada probailidade de la encontrar o dito cujo, como expliquei anteriormente.
Assim, os electroes nao estao confinados a permanecerem num determinado 'caminho' do espaco.
Em termos de energia, a coisa e diferente. Da mesma maneira que quando voce vai a uma sala de cinema tem de se sentar numa cadeira, definida por uma fila, mais acima ou abaixo, e por um numero, mais a direita ou a esquerda, tambem a energia do electrao no atomo tem de obedecer a regras.
Assim, o electrao nao pode apresentar qualquer valor de energia, mas sim, valores bem definidos, determinados pelo numero quantco principal, n.
E esses valores sao discretos, querendo dizer que ha apenas um certo conjunto de valores de energia que os electroes podem assumir.
(Voltando a sala de cinema, voce tambem nao se pode sentar entre duas cadeiras nem entre duas filas e muito menos no chao do corredor lateral - ou melhor, ate pode, mas nao vai ver bem o filme, por isso e estupido faze-lo)
O estado do electrao fica assim completa, univoca e inequivocamente definido pelo seu n, mas tambem pelos outros numeros quanticos, l, m e s. (n - nº quantico principal, que diz se o elecrao esta mais ou menos afastado do nucleo, l numero qualtico secundario que se relaciona com o seu momento angular, m numero quantico magnetico, com a forma como interage com campos magneticos e s - de spin que tem a ver com o sentido de rotacao sobre os eu proprio eixo, tudo isto muito grosseiramente falando, claro). E, como o electrao e um fermiao, nao pode haver 2 electroes com o mesmo conjunto de numeros quanticos.
Agora, nao confundir estado (descrito pelos nºs quanticos) com posicao espacial (definida pela funcao de onda).
Agora venha de la a serenata faxavori.
E nao diga ca 'menon' como o guichet, que agora merecemos.
é só marcar a noite e indicar a janela... Eu levo a lua :)
Querida Coluna,
Devias escrever mais vezes sobre electrão, protões e neutrões. E achei genial a montanha! Descrevendo como tu fazes, até parece fácil de entender! Obrigada
Ó Bossa Nova, para ti, quando quiseres.
Deus já sabia que funcionava como poderosa arma geradora de comentarios, agora Física Quântica, confesso que me tomou de surpresa. E que me dizem da combinação? Parece-me um nicho de mercado potencialmente lucrativo!
AH ganda molho! De Brocolos, claro!
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