15 setembro 2006

Amor alinhavado

Vejo-te ao longe e nem dás por mim, sou aquela que recebe as roupas e as devolve com um sorriso de pespontos e bainhas subidas. Vou por isso inventar-me aqui, corsária sem medo num barco solitário feito desta terrina herdada de não me lembro quem, vou desencantar mapas de navegação que me salvem dos rochedos das rugas do tapete e das tempestades do soalho, vou abordar por estibordo aquele navio do cesto de costura e esvaziá-lo dos tesouros imensos que transporta. Vou construir uma vela que me faça atravessar este tapete verde para chegar até ti diferente de mim, uma outra que seja mais do que a costureira sem história e sem idade que te olha à distância de um sorriso.

2 comentários:

Anónimo disse...

rico-brocado-de-metáforas-bem-cosido

e-não-alinhavado

sem-costuras-à-vista-armada

bote-como dira a minha avozinha- que também era avozinha do capuchinho vermelho-lá-mais-bordados-destes.

dizia ela baixinho disse...

modista ou costureira, o q eu sei é q tu és mm bestial!