Já não te via há que tempos quando nos encontrámos naquela festa. Aproveitaste um tema qualquer para começares a conversa, depois de duas linhas de diálogo vazias disseste o que eu não queria ouvir. Sinto a tua falta, tenho sentido tanto a tua falta. Esta minha falta de jeito para a vida sabes, lixa-me e lixa-nos. Mas tenho saudades tuas, não sei como tenho estado sem ti. Mal, muito mal.
Enfureço-me, grito-te, chamo-te nomes. Encolhes-te, dás-me razão, olhas-me. Enfureço-me ainda mais, ao menos dá-me um motivo que se veja. Nem tu sabes porque fazes as coisas que fazes. Ficamos parados a olhar um para o outro, naquele momento pensei em dar-te um estalo, em alternativa um beijo. Continuamos a olhar, o silêncio pesado é salvo pela passagem de um empregado que carrega uma pilha de pratos nas mãos. E se lhe atirasse um à cabeça?
Pensei que a tensão tivesse esmorecido, enquanto sigo com o olhar os pratos agarras-me pelo braço e enfias-me na copa, encostas-me contra uns caixotes. Com as mãos nos meus ombros, olhas-me por trás das lentes com a intensidade dos míopes e comunicas-me que não desististe, que não vais desistir de mim, que vais mudar tudo, vou ver, e que vamos ser felizes. Como nos livros infantis, pergunto-te. Não gozes, respondes com o olhar esmorecido. Tens queda para o melodrama, enxoto. É verdade Maria, a nossa história ainda não acabou. Não respondo, mesmo sabendo que é verdade.
Chamam por mim no corredor, querem cantar os parabéns. Por agora livro-me dele. Levo comigo a sentença das reticências.
Enfureço-me, grito-te, chamo-te nomes. Encolhes-te, dás-me razão, olhas-me. Enfureço-me ainda mais, ao menos dá-me um motivo que se veja. Nem tu sabes porque fazes as coisas que fazes. Ficamos parados a olhar um para o outro, naquele momento pensei em dar-te um estalo, em alternativa um beijo. Continuamos a olhar, o silêncio pesado é salvo pela passagem de um empregado que carrega uma pilha de pratos nas mãos. E se lhe atirasse um à cabeça?
Pensei que a tensão tivesse esmorecido, enquanto sigo com o olhar os pratos agarras-me pelo braço e enfias-me na copa, encostas-me contra uns caixotes. Com as mãos nos meus ombros, olhas-me por trás das lentes com a intensidade dos míopes e comunicas-me que não desististe, que não vais desistir de mim, que vais mudar tudo, vou ver, e que vamos ser felizes. Como nos livros infantis, pergunto-te. Não gozes, respondes com o olhar esmorecido. Tens queda para o melodrama, enxoto. É verdade Maria, a nossa história ainda não acabou. Não respondo, mesmo sabendo que é verdade.
Chamam por mim no corredor, querem cantar os parabéns. Por agora livro-me dele. Levo comigo a sentença das reticências.
6 comentários:
quem dera um acordo ortográfico que pudesse acabar com essas malditas reticências ........................
veredicto: culpado! mas até os míopes têm coração[reticências]
no peito de um míope-desafinado, no fundo do peito bate calado?
só privilegiados têm ouvido igual ao seu, eu possuo apenas o que deus me deu (uma miopia lixada)
o problema não é ser miope nos olhos, é ser miope na vida.
o q é mais grave é quando a miopia insiste - a teimosa - em instalar-se em olhos sãos (daqueles que vêem moscas em Almada). Para esta miopia mental não há acordo ortográfico que a possa valer. Talvez a solução tivesse sido partir a louça toda, rodar os calcanhares e end of story.
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