Mostrar mensagens com a etiqueta era para voltar não era?. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta era para voltar não era?. Mostrar todas as mensagens

27 abril 2011

A brincar com rascunhos guardados

E agora eu era a amante perfeita, sem perguntas nem pedidos, a amante que espera na esquina redonda das horas de ausência. E agora eu era a amante perfeita que enche as horas vazias com a vida que é dela,  uma vida feita das coisas de que são feitas todas as outras vidas, pessoas sono riso trabalho maçãs minutos.   E agora eu era a amante canibal que ria de quem fica com os ossos, na certeza de que nada mais restaria depois do meu banquete de ti. 

26 abril 2011

Métodos

Há uns anos descobri que os homens recorrem a pensamentos anti sexuados para se salvarem de situações espinhosas, sejam erecções indesejadas ou necessidade de aumentar a duração da performance.
A lista que me foi apresentada incluia imagens de avós, vizinhas, mães, pais. Recorrer à memória olfativa de madeira queimada (freaky). Um italiano usava o fernandinho, menino raptado pela mafia e enfiado num buraco, que abriu os telejornais da sua infância todos os dias durante meses.
No outro dia descobri um que pensa no Luís Filipe Vieira. A coisa pareceu-me tão bizarra que não consegui deixar de visualizar o homem com o seu bigode a dar uma conferência de imprensa. A imagem entrou-me pela casa adentro e interrompeu-me a noite de amor. Mal fechava os olhos para melhor me entregar aos prazeres da carne e zás lá vinha ele, bet and win. Abria os olhos, respirava, mais um beijo que o homem desaparece e zumba, voltava de impermeável a dondolar-se no relvado. Tentei de novo mas aquele olhar de dirty harry com bicho obeso morto em cima da cabeça não me deixou concentrar.
Vou passar os próximos tempos com isto em loop a ver se me curo da luisfilipevieirite aguda, de modo a que não se torne crónica.