Mostrar mensagens com a etiqueta quem as não tem. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta quem as não tem. Mostrar todas as mensagens

18 janeiro 2010

A tampa

A pior tampa é a que se dá por medo. Um dia, mais cedo, mais tarde, quando menos se espera, ela volta. E tem a seguinte palavra escrita na testa: cobarde.

!...

- Vamos brincar com a barbie?
- Agora não.
- E com a Bloom?
- Também não.
- Cubos?
- Não...
- Cartas?
- Não!
- Vá lá...
- Mãe, já disse que não...

Cheque

Quero continuar a estar contigo em sítios bonitos, com as pessoas à volta a piscarem o olho ao nosso ar cúmplice e transgressor.
Quero continuar a ouvir os elogios que me fazes, as virtudes com que me descreves, os planos que tens para mim e para a minha vida.
Quero continuar a partilhar contigo alegrias e tristezas, tempos passados e projectos futuros, falar de pessoas, coisas, sentimentos, paixões, desilusões, sonhos e pesadelos.
Quero continuar a ver-te, a cheirar-te, a sentir-te junto a mim, colado a mim, dentro de mim, todos os minutos e horas de todos os dias de todas as semanas de todos os meses do ano e contigo saber que somos um só em mente e espírito, e, quem sabe, um dia também em corpo, pois por ora não tenho coragem para te pedir que sejas só meu e que eu seja só tua.  

Tem mais encanto

A melhor maneira de despedir um amante é fazer amor com ele depois de explicados os argumentos reais ou inventados para a tampa. O ego fica menos combalido e é da maneira que se vai fazendo o plano poupança flirt. Nunca se sabe o dia de amanhã.

16 janeiro 2010

interlúdio poético II

Tapa a tampa com a peneira
Deixa-te estar sem eira nem beira
Canta boleros e janeiras
Depois manda x tampista apanhar na regueifa
E parte para nova ceifa

interludio poético I

Põe a tampa debaixo da manta
Desenha a tampa em manga
Deixa-te ficar trogamanga e songamanga
Mergulha-a na molhanga
E depois convence-te: 
porque é que eu quero uma tampa 
se posso ter uma bimby ?

Abrigo de senhoras

Uma noite qualquer na cidade, talvez chovesse e fizesse frio. Talvez não fosse uma noite qualquer, porque havia uma garrafa de vinho e três copos de pé alto, talvez não fosse uma noite qualquer porque ali estavam três mulheres que riam de si mesmas e dos seus desencontros.

Ela:  o melhor é ficar calada e parada, mas tampas ambíguas fazem-me comichão no céu da boca, mais vale um não redondo que consigo arrumar na gaveta.
Outra ela: à custa desse cabrão, já fumei três cigarros de seguida. Tu enervas-te e eu enervo-me por solidariedade. Acho que lhe vou apresentar a conta.
Ainda outra ela: estava eu tão tranquila com os meus amantes e fui apanhada na curva por este que agora se foi, do historial de mérito passei para o peito aberto onde ele entrou. Agora bateu com a porta, fala uma língua que eu não compreendo e estou aqui a fingir que não tenho paciência, que já dei para este peditório, que fico melhor assim.
Uma delas: olha, se te consola eu tenho a tampa mais estúpida do mundo. O meu amante búlgaro encontrou-me numa paragem de eléctrico e explicou-me, em inglês e a gaguejar, que não podia estar mais comigo porque tinha uma micose.

Nessa noite na cidade, naquela casa antiga transformada em abrigo de senhoras, beberam-se copos de vinho ao som de um rosário de gargalhadas e suspiros e músicas cantadas em coro.

Gosto de ti mas não dá...

Ela gosta dele, não sabe, mas supõe-se que muito.
Ele gosta dela, não sabe, mas talvez mais do que imagina.
Querem estar um com o outro pois tal como dois imãs de polaridades diferentes se atraem e fazem sentido juntos.
Ela habituou-se a estar sem ele.
Ele não aguenta muito tempo sem a ver.
Ele tomou uma decisão que ela não compreende.
Ela não encontra sentido naquilo que ele quer.
Ele fica surpreendido dela pensar nele todos os dias.
Ela fica surpreendida de ele se surpreender e de pensar nela também.
E assim vão caminhando juntos ainda que pareça que em separado se encontram.
E assim vão caminhando separados com encontros e desencontros, com conversas e desconversas, com tentações frustradas de não se poderem tocar mas de fazerem amor com os olhos com as palavras com os pequenos toques inesperados no braço e debaixo da mesa.
Ela não sabe se ele sabe o quanto lhe custa não o ver e vê-lo, falar com ele e não falarem, ele existir na sua vida e as tentativas que ela faz para ele se afastar.
Ele acusa-a de ela não pensar nele e naquilo que ele sente.
Mas que pode ela fazer se a espinha grossa que lhe está cravada na garganta não teima em sair?

O que fazer com panelas, tampas e afins

09 janeiro 2010

Desafio fio fio



Dia 16 de Janeiro, com a label 'quem as não tem', desafio as minhas múltiplas a postarem sobre a imagem que aqui deixo. Vamos nessa?