21 janeiro 2011

no inverno

as diferenças entre mim e um chouriço sao poucas. Eu falo, o chouriço nao. E por aqui ficamos.

16 janeiro 2011

sobre o Corao



que delicia ouvir esta senhora falar de uma forma tao bonita do livro sagrado tantas vezes endemonizado.

15 janeiro 2011

pausa da hibernaçao II



Da minha varanda, cinco andares mais perto do céu, vejo um bocadinho de rua. É o meu bocadinho de rua.que me dá horas de contemplaçao da vida e das pessoas. Como nao fumo dentro de casa quando está a minha filha, passo bastante tempo na varanda - é dos meus momentos preferidos do dia-. Agora mesmo, a propósito de saltitos, vi uma homem, uma mulher e um rapazito, que passavam com uma patinete. A mulher, um pouco pesada, com saltos altos e um saco de compras, tentou usar a patinete. Desajeitadamente, andou meia dúzia de metros e passou a patinete ao miúdo. Depois, veio o homem, mais magro, sem sacos, que sem  muito esforço, rapidamente se conseguiu ajeitar com o vehículo. A pesar de que a mulher nao conseguiu, foi bonito vê-la a tentar, a ensaiar a rua saltitando numa patinete. Oxalá, se anime a voltar a tentar e a ganhar o mundo de fora com outra confiança em si mesma e no seu corpo, apesar dos quilos a mais e do óxido do corpo e da alma que esqueceu como ser livre.

pausa da hibernaçao I



As crianças saltitam no meio da rua. É bonito vê-las com os seus saltitos como se fossem grandes passos pelo mundo. É bom saltitar, as pessoas crecidas como eu nao podemos fazê-lo, pelo menos se estamos sem uma criança ao lado que justifique uma brincadeira, para que as outras pessoas nos olhem com bons olhos e nos entendam com uma boa atitude, de partilha, de estar junto, de ser boa companhia.  Se saltitamos sem nenhuma criança perto, olham-nos de maneira estranha, pensam que a loucura caiu sobre nós, ou que nao sabemos aceitar que somos adultos, ou que nao sabemos aceitar a velhice, ou o que seja. Por outro lado, a alegria nem sempre nos sai em forma de saltitos, às vezes até nem nos sai em forma nenhuma. Mas adiante,  quando se tem uma criança como pretexto, é bom passar pela rua aos saltitos, parece que a rua e o mundo ganham outro sentido. Dizia o poeta Zeca Afonso, e se a velhice for tua, senta-a no meio da rua. E eu acrescento, e a se a vida for tua, saltita-a no meio da rua, saltita-a no meio da ruuuaaa.

10 janeiro 2011

como é evidente

o oito e coisa está em hiberno-reflexão-desmaio.

vamos aproveitar estes dias de chuva, crise e inverno para descobrir qual de onde vimos, para onde vamos e qual o nosso papel no universo.