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17 outubro 2014

Universal

Voltei a estar solteira e dedidi testar os mercados. Os de 25-35 acham um piadão a mulheres mais velhas e giras. Os de 35-45 acham um piadão a mulheres da idade deles, que não os queiram para ter filhos. Os de 45-55 acham um piadão a mulheres mais novas e despachadas. Os maiores de 55 estão por tudo, mas acham um piadão a mulheres mais novas e que tenham conversa para eles.

Descobri que sou gosto universal, como os comandos de televisão do chinês.

06 outubro 2012

ebulição

Em mim tudo está tenso, os meus ovários, as minhas mamas,  as minhas veias acumulam sangue que as pressiona e me pressiona. Tudo me parece negro, o mundo é um lugar inóspito e sem sentido. Abro a janela para o mundo e no écran dou-me conta de que o país e a sua bandeira estão ao contrário,  há um congresso de alternativas democráticas que discutem não sei que alternativas, há gente desesperada, há gente com raiva, a violência parece estar preso por um  débil fio, há ministros rodeados de guardas costas com medo de sair à rua, o caldeirão da nossa vida ferve, ferve, ferve.  O sangue escorre-me por entre as pernas e tudo se distensiona em mim, recupero o meu corpo, recupero a cordura, esboço um sorriso. Mas lá fora tudo continua em tensa calma, ferve, ferve, ferve. 

22 fevereiro 2011

pfffffff

nao há nada como o primero dia do período, com dores nos rins, a sensaçao desconfortável de carregar um corpo estranho, para fazer desaparecer o surto de hormona louca. Preciso de verdade e chazinho de canela!

28 outubro 2010

Terapia de choque

Hoje é um daqueles dias em que sinto um nó no peito, uma desazón na alma, uma tristeza que se me prende na garganta. As lágrimas que se querem soltar mas nao conseguem, acumulam-se no peito cada vez mais e mais pesadas. Acho que estou a precisar de ver o Bambi.

05 março 2010

Hoje, no WC da repartição

- Dr.ª, dr.ª, é a senhora que está aí dentro? Há alguém que precisa muito falar consigo, é urgente!!
-  Já vai, já vai, só 1 seg!
(saio, apressada e aterrada com a urgência)
- Que se passa???
- (tranquilamente) Não sei. Só me pediram para a ir chamar.

04 março 2010

abalo

Ontem à noite ao cruzar-me com uma conhecida da minha filha que nasceu com vocaçao de relaçoes públicas, disse-me a (des)conhecida: patati, patata, patati patata, tá tá tá tá, está grávida?

Apesar do abalo que senti na auto-estima respondi confiante: nao, estou gorda.

ahhhh, tu tu tu, ehhh, patatu , é que parecia, huumm, deve ser do casaco, rebéu béu béu.

22 fevereiro 2010

Todos os dias

Detesto ser dona de uma casa. Irrito-me com o pó que se acumula, a roupa que não tenho pachorra para engomar, a comida que tenho de fazer, as compras de que devo lembrar-me, a casa de banho que tem de ser esfregada,  as coisas que nunca estão onde devem, a desarrumação que invade tudo com a simples condição de existirmos numa casa.O jeito que me dava um homem-a-dias.

31 janeiro 2010

que estranha forma de vida

duas amigas sentadas em frente a corações feitos de talheres de plástico retorcido, a descobrirem as sombras e luzes na filigrana daqueles objectos perfeitos, a espantarem-se com os fados que foram compostos só para elas naquela sala onde pessoas e famílias entravam e saíam,
duas amigas encostadas uma à outra, a verem coisas que mais ninguém via nem ouvia,
pessoas e famílias entravam e saíam enquanto o quase choro da comporta se entreabria devagar



02 novembro 2009

fim do dia

Chego a casa, corro para a casa de banho onde agradeço o alivio corporal do chichi que de mim se desprende generosamente. Lavo as maos, começo a recolher tudo o que está fora do lugar enquanto vou adiantando o jantar, lavo a louça, dou banho à filha, visto-a, brinco às cowgirls, termino o jantar, ponho a mesa, revejo as facturas, vou espreitando o email, jantamos, insisto lava os dentes e faz chichi enquanto levanto a mesa e lavo os pratos, conto uma história, abro bem os olhos para nao adormecer e, já bem avançada a noite, por fim liberto-me, tiro o soutien, coloco-o junto aos outros dois ou três que se acumulam na prateleira ao lado do computador e começo a imaginar os post que nunca escreverei.

20 maio 2009

sinceramente

entre o meu marido e o meu filho, o que eu gosto mesmo é da Bimby.

27 abril 2009

Todos os meses

A tristeza à flor da pele durante dias. O peito que dói. A chuva que irrita até à medula. A susan boyle que me põe a chorar. Os suspiros trinta e duas vezes por dia. O saldo do banco que rasgo em bocados. Os pássaros lá fora que não se calam raios partam tanta alegria. A certeza de que nada faz sentido. A dor de cabeça aguda que fura os olhos e para a qual não há aspirina.
Até que, por fim, chega a libertação. As garras que rasgam por dentro, o corpo que se esvai com o sangue que sai de mim.
Gostava de ver um homem a passar por isto.

11 março 2009

TPM

Há quem diga que é um mito urbano. Que as mulheres são sempre chatas, picuinhas, choronas. Não é verdade. Mas há de facto uma altura do mês em que as mulheres têm uma razão para ser assim. E é tudo por culpa da TPM (tensão pré-menstrual). Ou SPM (Sociedade Portuguesa de Matemática. Ah, não, espera, é Síndrome Pré-Menstrual). Uma chatice pegada, é o que é.

16 janeiro 2009

falsos mitos

Com essa grande rubrica chamada "Ausonia conta-te" (estava a tentar encontar qualquer link explicativo e encontrei este que faz as vezes) aprendi, por exemplo, que nos EUA existe um museu do período. Ou que o falso mito n.º 9 é "não se deve preparar maionese pois existe o risco de ela talhar". Pensando bem, na verdade isto nem é tão falso como isso porque parte de uma premissa que é, ela própria, um mito: fazer maionese!

02 janeiro 2009

A mesa de cabeceira

Há uns tempos, explorámos os insondáveis mistérios das malas das mulheres.
Hoje lançamos um novo desafio: a gaveta da mesa de cabeceira.
Deixamos uma inspiradora amostra:
-um fio de ouro
- colares de tartaruga
- cartas de tarot
- preservativos
- vibrador
- um saco com colecção de moedas (coisa para 900 gr)
- cromos de futebol
- ID sensation warming liquid

E vocês, o que têm vocês na mesa de cabeceira?

10 dezembro 2008

se todos fazem, eu também quero

uma voltinha na blogocoisa e descobrem-se listas de presentes que se desejam. Eu, mulher frugal que não me deslumbro com jóias, sapatos e malas, que não conheço marcas, que ignoro os prazeres de uma tarde de compras, eu completa inútil no mundo do consumo, descubro que apenas uma coisa me faria feliz este natal. Um mordomo.
(e assim desapareciam as horas a limpar, a cozinhar, a lavar, as horas de supermercado com música de fundo e demasiadas cores e luzes, e assim desaparecia a minha vida de dona de casa que tanto detesto)

15 julho 2008

Tacones lejanos


imagem aqui

Estão na moda os sapatos (ou sempre estiveram), mas o que está mesmo na moda é falar deles, exibi-los, mostrá-los, enaltecê-los, discorrer sobre marcas, à semelhança da loura que protagoniza a série/filme 'O Sexo e a Cidade' e que, supostamente, é uma shoe-addicted. De qualquer modo, frise-se que não tenho nada contra esta moda, eu sou a favor de todas as liberdades individuais possíveis, desde que não chateiem o colectivo.

Nunca fui muito dada ao culto dos 'pés'. Mas, a bem da verdade, também eu tive a minha época em que usava (e gostava) de sapatos de salto alto. Parecia, à data, que quanto maior o salto ou a cunha, maior o sucesso junto da 'audiência' (ainda bem que esse tempo foi o dos 8cm e não o dos 12cm estipulados pelos actuais ditâmes da moda). Faziam-me sentir poderosa no início da noite mas, invariavelmente, infeliz no final da mesma. Lembro-me de noites antológicas descalça, planta dos pés preto e de sapatos na mão, tamanha era a tortura a que tinha sido sujeita. Aí compreendi na pele a expressão 'tortura chinesa', que - já se sabe - passava pelo sacrifício da bendita base que nos apoia. All for beauty's sake.

Anos volvidos, descobri a luz. A primeira vez que as vi não queria nem olhar para elas. 'Não sou capaz, isto é a fealdade, isto é horrível, não quero. 'Anda lá (passando o pleonasmo), vais ver que tudo muda na tua vida'. Uma viagem a Veneza (cidade onde se tem que andar inevitavelmente muito e muito a pé) quebrou a minha resistência inicial. Foi então que baixei a guarda e capitulei.

É é assim que todos os anos aguardo com impaciência o momento em que vou tê-las de novo nos meus pés. Fosse uma escolha minha (ou seja, se borrifasse no dresscode do meu trabalho), não calçaria outra coisa durante todo o Verão.

So, ladies & gentlemen, meet my TEVA.

P.S. De qualquer modo, todos os 8cm continuam religiosamente guardados. Os desígnios do destino ainda permanecem insondáveis, para mim, nesta matéria.

27 abril 2008

Aprender a voar

Depois da bimby, maravilha da tecnologia que me pôs a cozinhar, descobri agora mais uma invenção deste brave new world em que vivemos. Um site que me vai ensinar a domar o caos da minha vida, começa pela desarrumação da casa e acaba na organização da cabeça.


É agora ou nunca, já consegui deixar de fumar vou começar a ser uma fada do lar. Vamos lá ver por onde começar:

Lição nº 1: ter sempre o lava-loiças a brilhar.

Isto não vai ser fácil, penso eu. You can do it, repete-me ela. A ver vamos, diz o cego.

01 abril 2008

Descobertas

imagem daqui

Aprende-se muito em jantares de múltiplas. Para além de se discutir a situação actual do país e formas de mudar o mundo, partilham-se outras coisas fundamentais para a identidade e a autoestima feminina. Num dos últimos jantares, já não sei como nem porquê, veio à baila o tema dos lábios vaginais e de como descobrimos que somos todas iguais e todas diferentes.

Uma das múltiplas contava que quando tinha 14 anos se pôs a explorar com uma amiga os lábios vaginais uma da outra e foi assim que descobriu que cada uma os tinha diferentes. Outra múltipla fez a mesma descoberta uns anos mais tarde ao assistir a um show de striptease no Casino do Estoril, onde comprovou que a sexualidade se pode aprender nos sítios mais inusitados. Ainda outra múltipla, teve de conviver durante a sua adolescência com o estigma dos lábios grandes, pois a senhora sua mãe, que na altura não ia a jantares de gajas, levou-a ao médico por causa deste “problema”, e o médico, que não devia saber o que era uma gaja, disse-lhe que o “problema” se devia a masturbação excessiva, pois quando lhe perguntou se ela se masturbava, a infeliz, que tinha passado toda a infância num colégio de freiras, depois de muito pensar em que raio quereria dizer masturbação, lá associou a palavra a menstruação e respondeu que sim, pelo menos uma vez por mês durante 5 dias. Coitada, para além de se sentir disforme ainda teve de suportar a fama sem ter o proveito.

Mas ficámos também a saber que tudo tem solução; quando uma mulher se sente mal com os seus lábios vaginais não há nada como pedir ao banco um empréstimo para as obras da casa, pois reformas são reformas! Pinta-se a casa, muda-se a cozinha e aproveita-se para fazer a cirurgia labial. Como já se disse umas postas mais abaixo, una es más autentica cuanto más se parece a lo que ha soñado de si misma!