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19 janeiro 2010

Last night I dreamt I went to Boulevard again

Já não ia lá há muito tempo. As mesmas sombras esguias, os mesmos espelhos com reflexos distorcidos, os mesmos esgotos a céu aberto. O mesmo cheiro a suor podre. Chegaram-me notícias de uma amiga da M. que estava perdida, sem culpa, lá no meio do inferno. A meio do caminho ainda pensei em salvar todos. Incendiar tudo aquilo, deixar um mar de chamas lavar as chagas. “Eu dou-vos o inferno e é já! Morram todos, seus filhos da puta!!” Ia acender o fósforo, chegá-lo à palha, quando uns olhos pretos olharam para mim, cá para dentro. Era um dos filhos dessa rua. Pequenino. Muito pequenino, ainda. Tinha vindo com a mãe à procura do pai. Ou melhor, a mãe tinha-o levado enquanto ia procurar o pai. Se chegasse à palha, ele não tinha como sair dali, ficava preso, ia arder juntamente com o choldra, o chulo e o xuto.
“Quantos se escondem naquele recanto à minha frente, naquela esquina à direita sem saída e na carrinha familiar último modelo lá ao fundo? Se não forem muitos posso pegar-lhes ao colo e correr.” A mãe agarrou-o primeiro. Estava perdida. Era a amiga de M e era a ela que tinha de tirar dali. “Que se lixe! Por cada um que sai há mais cem a entrar naquela rua de saída esconsa. Não há fogo nenhum que os liberte antes. Que se consumam a si próprios até quererem”. Mãe e filho desceram a rua. Quantas vezes mais irão voltar?

17 setembro 2008

Les uns et les autres

(M. perguntou-me sobre a dirty boulevard. A personalidade múltipla cruzou-se com a esclerose múltipla mas as palavras desataram-se e este é o relato muito livre a partir da história de M.)


Quando começou a ler não queria acreditar. Num relâmpago voltou tudo. A dor, a mágoa, os roubos, o choro. A incompreensão do mundo, das pessoas, da vida, das razões ou da falta delas. A incredulidade. A esperança sucessivamente espezinhada. As mentiras com tantas máscaras. A sanidade a fugir. Até o medo físico. Outra vez aquela sensação das pernas a desfazerem-se e ela com as crias a escorregarem do colo. O pânico do sangue gelado, o ouvir um choro ao longe e o coração a querer sair pela cabeça. E o cansaço, aquele cansaço…!

M. foi peão avançado numa guerra sem regras nem tréguas, que não queria nem compreendia. M. foi porta estandarte, drum boy, oficial de aprovisionamento, capelão, guarda costas, revisor de contas e fiscal de linha. M. rilhou o dente e abriu as pernas. M. foi à doutora e fez tudo o que ela lhe dizia para ir fazendo como “co-terapeuta” que era. M. inventou milhares de receitas diferentes de esparguete, deu banhos com água aquecida em panelas, reciclou fraldas e tapou as cáries com pastilha elástica enquanto cantava canções de embalar. Todos os dias M. afinava o sorriso ao espelho e ia trabalhar.

M. pensava que se aguentasse tudo, se cumprisse à risca, se não falhasse nunca, se encobrisse sempre, a vida ia-se compor. M. aprendeu da pior maneira o primeiro passo: a impotência perante a dependência química.

Hoje M. tem uma nova vida, onde já ensaia uns - ainda tímidos - passos. Compreendeu que não há só uma maneira de ajudar os outros e que tem o dever de se ajudar a si própria. Compreendeu que cometeu um erro primário ao não perguntar a cura a quem tem as mesmas cicatrizes. E “só por hoje” não vai tentar resolver todos os seus problemas ao mesmo tempo.

The “Dirty Boulevard”… A crowded place!

13 setembro 2008

Só por hoje

Continua o relato da A. na série The Dirty Boulevard.

Esta época coincidiu com um momento em que estava desempregada. Andava tão desesperada, que já estava por tudo. Fazia o que quer que fosse para me tentar salvar. Pelo menos assim o pensava durante uma boa parte do dia. A outra já se sabe, a não-vontade era maior que eu.

Um dia ganhei coragem e resolvi ligar para o número que encontrei na lista telefónica e que estava atribuído aos NA. Atendeu-me uma máquina e deixei recado. Fui contactada no próprio dia, à noite, por uma voz feminina e simpática. Marcámos encontro para o dia seguinte.

À hora combinada lá estava eu e lá estava ela. Gostei dela, assim, à primeira vista. A medo, titubeando, expliquei-lhe o meu percurso, contei-lhe a minha história e o meu desespero. Ela sorria, sorria sempre. Contou-me, então, a sua história. Muito mais nova do que eu à data deste relato, tinha passado por um ‘fundo de poço’ que eu não pensei que pudesse existir. E agora ali estava, à minha frente, segura, generosa, recuperada há já tantos anos. E disposta a ajudar pessoas na mesma situação que a sua, outrora, que a minha, agora. Por ela e pela sua manifesta generosidade enfrentei uma sala cheia de gente sentada à volta de uma mesa. Era uma sala cedida por uma igreja, onde uma nuvem espessa de fumo pairava sobre as cabeças dos presentes.

Sentei-me. Olhei em volta, vi um painel com a oração da serenidade e outro com os 12 passos. Não tive tempo de perceber ou de olhar sequer para quem me rodeava, a sessão começou logo. Naquele dia não havia tema, pelo que os participantes eram livres de partilhar o que quisessem. À cabeceira da mesa, um veterano NA conduzia a sessão, lia as regras e passava folhas de papel plastificadas, apelando à plateia que lesse este ou aquele parágrafo. A mim calhou-me ler qualquer coisa que não me lembro e a voz saiu-me trémula, embargada, pudera, 20 pares de olhos postos em mim. Sabiam que era a minha primeira vez ali.

Depois, começaram as apresentações. Abriu o moderador-veterano NA, “Olá o meu nome é F. e sou toxicodependente em recuperação há 20 anos”. Responde a plateia: “Olá F.”. Chegou a minha vez e lá balbuciei o mantra. Tive dúvidas na palavra recuperação, estava tão angustiada que sabia que mal pusesse o pé fora daquela sala, iria consumir.

De acordo com as regras, ninguém era obrigado a partilhar se não sentisse vontade de o fazer, e se alguém novo no grupo - o meu caso - o quisesse fazer, teria que esperar e fazê-lo no fim. Mantive-me calada. Não tinha nada para dizer, mas ouvi com muita atenção o que me disseram:

O executivo, pai de família, consumidor compulsivo e arrependido, a loura de cigarro pendurado nos lábios a relatar uma orgia de sexo e cocaína e a rematar no fim ‘e sabem que mais? Gostei’, o mecânico de automóveis obeso que desatou num pranto de lágrimas e arrependimento, a jovem da margem sul tatuada e a transbordar um optimismo de plástico, dois tipos com ar carcomido e calados, braços cruzados, fumando cigarro atrás de cigarro, com a cabeça em mais uma dose de cavalo e muito pouco na sessão, um tipo adormecido de um sono opiáceo no fim da mesa.

A sessão terminou e culmina com um abraço entre os participantes. Calha-me na rifa o mecânico obeso que quase que me esmaga contra o seu peito e me encharca com o seu suor e lágrimas. Saio de lá de dentro, num misto de repulsa e confusão.

Pela minha recém-amiga frequentei mais sessões e fui variando os locais, regra geral, salas em igrejas. No entanto, nunca consegui aderir à filosofia NA e acreditar naquela proto-religião, feita de porta-chaves a assinalar os dias-meses-anos de recuperação, e de mantras e de confissões duvidosas. Não considero que este passo tenha sido decisivo na minha recuperação. Mas foi um dos muitos passos que dei, numa longa caminhada feita de avanços e de retrocessos. (...) Mas este não é um juízo de valor, não tenho nada contra os NA, simplesmente não funcionou comigo.

Valeu, contudo, o facto de ter conhecido a minha amiga. Há uns anos, telefonei-lhe. Já não se lembrava de mim, e foram precisos uns bons 10 minutos de conversa até me conseguir situar. Contei-lhe que me tinha safado e que me tinha lembrado dela, que lhe queria agradecer o que tinha feito por mim. Quase que a posso imaginar do outro lado da linha. A sorrir.

03 agosto 2008

a rampa

Continua o relato (muito livre) da A., que sempre teve a mania que era valente. E era mesmo. Ou ainda é.

Eu subia todos os dias aquela rampa, uma rampa que parecia infindável, mas que representava a Meca para mim. Chegar até lá era um acto heróico, dada a inclinação e a minha condição fisica. Mas chegava sempre.

O B. (o chefe) estava sempre atento à minha chegada e fazia questão em diferenciar o meu tratamento em relação aos restantes: um gajo bruto como as casas, boçal e taberneiro, mas que fazia questão e gala em tratar-me bem. Tudo isto porque um dia me deram uma banhada e eu não me deixei ficar. Cheguei, momentos depois, furiosa, e enfrentei um gajo que, para me chatear, sacou de uma ponta-e-mola, colou-a ao meu pescoço, e eu mesmo assim mandei-o para todas as partes que me ocorreram, que-eu-não-tenho-medo-de-ti-eu-faço-te-a-folha e etc. A história correu pelo bairro, mas no outro dia lá estava eu, como se nada fosse. E eles de olhos ainda mais esbugalhados que o habitual, 'dasse que a gaja tem tomates'. Nunca mais me chatearam desde esse dia e comecei a aparecer lá sózinha a qualquer hora do dia ou da noite, fizesse sol ou chuva, frio ou calor. Tinha ganho o respeito por entre a malta do dirty boulevard.

Este espisódio marcou, então, o começo do tal tratamento preferencial. Se a 'cena' ainda não tinha chegado, mandavam-me esperar num café: "chavala, aguenta ali e bebe um café, que depois o A. vai lá chamar-te, não te preocupes, a cena é bem aviada para ti. A gente sabe que tu és certinha e anda aqui muita bófia". E assim era. Era realmente bem aviada e as banhadas nunca mais tiveram lugar.

Dando um salto enorme no tempo, o último dia em que fui ao dirty boulevard, decidi comunicá-lo ao B.: "sabes, hoje é a última vez que aqui venho. Não me vais ver nunca mais". Não trocávamos muitas palavras, mas naquele dia ele dissse-me: "Ai é?". "É pois". "Então boa sorte, miúda. Tu és valente". Apertámos as mãos com força. Eu cerrei o meu punho e pousei-o no coração. Ele sorriu.

Desci a rampa com duas quartas no bolso, sabendo que eram as últimas que ia consumir. Ardiam-me nos bolsos como brasas e palpei-as várias vezes para saber se eram concretas e reais ou se tudo aquilo não passava de um sonho. Eram, de facto, concretas e reais e a despedida foi muito triste e, como sempre, soube a pouco. Mas eu estava mesmo decidida, numa daquelas decisões que representavam todo o culminar de um processo de decisões falhadas e adiadas. Fui o caminho todo a repetir: 'nunca mais nunca mais nunca mais nunca mais...'.

Naquele dia desci a rampa sem olhar para trás. A certeza do que queria fazer com o resto da minha vida tinha - finalmente- chegado: nunca mais subi aquela rampa. Foi a decisão mais sensata que alguma vez tomei. É possível tomar decisões dessas. Eu sou a prova disso".

P.S. O mais impressionante é que não consigo ter raiva do B. Antes, sinto pena. Imagino-o ainda no cima da ladeira a controlar os seus vendedores, a bófia, a cientela sem dinheiro, a desgraça que trazia quotidianamente presa a si e que lhe deve, muito provavelmente, ter custado muitas infelicidades.

31 julho 2008

Despertar

Esta série - a que dei o nome de the dirty boulevard - são histórias verdadeiras. Relatadas em vários fôlegos. Permiti-me recriá-las à minha maneira, mantendo o anonimato daqueles que a protagonizam. Pelos motivos óbvios. Hoje, é a A. que fala.

O pior momento do dia era o acordar, no meu caso de manhã, a verdadeira descida aos infernos. Antes de adormecer já sabia o que me esperava na manhã seguinte e, por isso, acho que dormi anos a fio com o pavor do que já sabia que ia sentir, mal acordasse: as dores no corpo, uma náusea e uma espécie de gripe sempiterna conviviam com o meu ecossistema logo pela manhã. Era assim o meu despertar: maldizia a vida, arrastava-me como podia até à casa-de-banho, onde tentava recompor-me, depois de ter engolido um analgésico opiáceo. Já controlava todas as farmácias do bairro que mos vendiam sem receita. Os choques térmicos com água às vezes ajudavam. Mas por pouco tempo.


Chegava ao trabalho e à medida que o tempo ia passando, começava numa contagem decrescente até aos minutos que faltavam para a hora de almoço. Saía a correr e apanhava um táxi. Não morava longe, mas o corpo já não aguentava mais. Não comia nada e voltava com a cabeça cheia e as dores apaziguadas. Estourava o meu ordenado em táxis e na castanha: dor (alívio da dor), prazer (já muito pouco), compulsão (muita), uma mistura explosiva. Os sentimentos de culpa? Claro que existiam, estavam sempre presentes, quando acordava. Depois do almoço, já tinham desaparecido, era como se tivesse renascido. E era então que começava nova contagem decrescente, até ao momento em que sairia do trabalho e, pelo meu próprio pé, me dirigia até ao dirty boulevard, a fim de por termo a mais uma dose de angústia física. Mas sobretudo a uma dose de angústia na alma. Sabendo, lá no fundo, que estava a destruir a minha vida. O mais difícil era ter todos estes sentimentos contraditórios convocados diariamente. Passei anos nisto. Acho que este foi o maior dos desgastes. Maior que o desgate físico.

(continua)

05 março 2007

Lições do abismo*

Saio de casa e bato a porta com força, muita força. Só espero que aquele sacana ouça o bater da porta. Preciso de espairecer depois da noite de ontem. Desço a rua em passo estugado, os braços a balançarem e a empurrarem o resto do corpo. Respira, controla-te, o ar vai-te fazer bem. Lembra-te daquela respiração das grávidas que ensaiavas com a tua irmã. Continuo a descer a rampa e…

- Ó bacana! Vfiuuuuu, vfiuuuuuuuuu…

[Olho em todas as direcções à procura do grito e dos assobios. Que porra, estou a ver cada vez pior, de facto não vejo um corno, tenho mas é que me concentrar no som. Mas de onde é que ele vem? Olho e volto a olhar e volto a olhar…]

- Ó chavala! Aqui, pá! Não me ‘tás a ver? Ouve lá, trouxeste o que te pedi no outro dia?

[Eeeeeeeeeeh. Não posso acreditar, o Gustavo, era o que mais me faltava…Seja. Avanço na sua direcção]

- Então Gustavo, tudo bem? ‘Tá-se? Epá, desculpa lá, mas ando aí com uns desatinos com um mitra de um vizinho que me tem dado cabo da paciência e ainda não tive tempo para nada, nem sequer para tratar das minhas cenas… ‘Tou mesmo fodida… Desculpa, mas ainda não te pude desenrascar, estou em falta contigo…

- Ouve lá, mas quem é o bacano que te anda a melgar? Queres que vá lá dar-lhe uns aplicativos? Hum? Quem é o caramelo? Diz lá, que eu vou lá com uns chavalos e tratamos da saúde ao gajo…

- Caga nisso Gustavo, eu sou da paz. Não quero cá mais confusões, já sou crescidinha e desenrasco-me sozinha. E para inferno têm-me bastado estes últimos dias. Aliás, tu já deves saber da cena com o meu ‘sócio’…

- Pois é, miúda, tu metes-te em cada uma… ‘Dasse…

- Diz o roto ao nu! Olha, caga nisso…

[Reparo então no braço dele, que vai esfregando vigorosamente, um risco de sangue vai percorrendo o antebraço, ao mesmo tempo que as pálpebras vão cedendo à lei da gravidade]

- Gustavo, foda-se, o que é que combinámos, porra? Que merda é essa aí no teu braço? Ó caralho, vou ter que chamar o 112! Olha o teu estado, meu!

[Gustavo levanta os olhos, de um verde líquido e translúcido e sorri]

- Epá, acabei de dar uma ‘mista’, sabes como é, o vício é como uma amante: leva-nos a puta do tempo, do dinheiro e da saúde…

- Ia, muito bem visto! Ao ponto de empenhares a tua vida, a tua família – e aqui nem sequer estou a falar dos teus pais – estou a falar da tua mulher e das tuas 2 filhas pequenas, da puta de toda a merda de oportunidades que tens tido e deitas fora? Foda-se, também eu começo a perder a paciência… Ouve lá, estás branco! Onde é que fizeste essa merda? Partilhaste a ‘bomba’ com alguém? O que é que meteste?

- Caga nisso, chavala… Foi só meia de cavalo e meia de branca, ‘tá-se… Foi ali com o F. mas o gajo disse-me que estava ‘limpo’. Aquela merda ardeu na carica para os dois e pronto…

- SÓ?! Porra que não sei como é que estás vivo. Desculpa a franqueza… Essa merda levava qualquer outro ao tapete. Se ainda te aguentas em pé, tens mas é que ver essa merda como um sinal… Porra, nem que seja pelas tuas filhas, pensa nelas…

- Ia, elas são lindas, penso nelas todos os dias e choro, choro com saudades dela e da minha mangolé… São tão lindas, tenho tantas saudades delas… Mas a porra deste vício é mais forte do que o meu amor… [Pausa] Miúda, tu és uma bacana, gramo de ti, sabias? Esta merda do cavalo e da branca é que tiram a pica toda, senão… De qualquer maneira, sabes que não deixava que ninguém te fizesse mal, não sabes? Vem-me cá contar mais cenas dessas que eu digo-te…

- Gustavo, anda ali limpar essa cena, olha o hematoma que tens, ainda te entopes todo e aí é que já não vês ninguém, nem sequer a mim... E aí é que não te posso desenrascar de todo.

[Numa casa-de-banho, faço o curativo possível]

- Agora vai dormir. Já estás com a broa, q.b. Amanhã falamos. Venho aqui ter contigo à mesma hora.
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Epílogo - No dia a seguir encontrei-me com o Gustavo – nome fictício - e desenrasquei-o, tal como estava combinado. Nunca mais o vi. Penso nele muitas vezes. Uma vez tive este sonho: tinha entrado num num programa de recuperação e tinha-se safado. Resgatou a confiança da família e voltou a viver com a mulher e com as duas filhas, que entretanto voltaram de África. Gustavo trabalha para uma associação que lida com seropositivos e toxicodependentes. Somos amigos até hoje. Ainda me chama ‘miúda’ (embora já não queira prestar contas com todos os que se atravessam no meu caminho).
Era isto que eu queria que tivesse acontecido ao Gustavo.
*De uma frase de Jules Verne, parfois il faut prendre des lessons d'abîme.