
18 julho 2008
Hoje

18 junho 2008
Adenda Relambório de contas

Deixaremos a informação sobre o MC-L7C mais uma semaninha e depois passará a estar disponível no arquivo do blog. Alguma coisinha, já sabem, a caixa de comentários está à vossa disposição.
PS: Haja alguma alma caridosa que me faça o favor de pôr os tils.
17 junho 2008
mais um passo

06 junho 2008
Relambório de contas
Entradas: 1.925 €.
Saídas: 1925 €
Apresentam-se os seguintes comprovativos:
1- Matrícula – Custou 2.930.833 pesos colombianos, aproximadamente 1.100€.


2) Bilhete de avião – Custou 717.69 €.

E nós também.
23 maio 2008
Contradições e (in)coerências
22 maio 2008
Missão cumprida
Nos próximos dias, nos intervalos do novo trabalho, irei postando algumas das notas que fui escrevendo e será também apresentada a indispensável prestação de contas às pessoas contribuintes que fizeram possível esta viagem. Mais uma vez, muitissimo obrigada!
15 maio 2008
Sons de um dia em Bogotá
Pelas onze subimos a montanha em direcção ao Bairro El Paraiso, um bairro modesto mas com umas vistas lindas para a cidade, onde vive um nosso amigo pintor, Jenero Kintana. Pelo rádio do táxi ouvimos as noticias do dia, ditas por um senhor com uma voz muito formal e enrrrolaDA que informava, em tom pausado mas dramático, das mortes de uma mulher devido aos ciúmes do marido, de um acidente de viação escabroso e outras mortes passionais e não políticas. Vimos as pinturas e esculturas fantásticas que ele anda a preparar para uma exposição que vai ter em França em Setembro (aproveitaremos para levá-lo a Portugal e a Barcelona, se os deuses e as deusas quiserem) almoçámos, conversamos da vida do país e de Apartadó, onde o actual presidente da câmara, abalançado desequilibradamente para o lado dos paramilitares, teve de reconstruir e re inaugurar uma ponte muito importante para a região que ele próprio tinha ajudado a destruir no tempo em que foi guerrilheiro, conversamos sobre os filhos, actualizamo-nos, rimos e saímos todos felizes pelo encontro. Durante todo o tempo que estivemos na casa de Jenaro, esteve ligada a rádio Universidad Nacional 98.5, com música clássica, jazz e música contemporânea.
A rádio aqui é uma presença constante na vida quotidiana, e isso se reflecte em Barcelona, onde o número de rádios latinas aumentou muitíssimo devido as emigrantes latinos, pois é um dos serviços que consomem e que produzem. Em Bogotá há rádios que são excelentes companhias, especialmente para quem trabalha em casa, para estudar, escrever, pintar. Passam música do mundo inteiro, jazz, música clássica, salsa, vallenatos, de tudo.
À tarde voltei à preparação da defesa da tese, agora com a rádio javeriana stereo 91.9 , e ouvi com um estranho prazer maria bethania, marisa monte, arnaldo antunes (toda a gente tem que não ter cabimento para crescer) cantarem nas ondas deste lado do atlântico. Às 6 da tarde em ponto interromperam a programação para passar o hino nacional e estava a dar Winton Marsalis quando chegou o meu amigo Leonardo para irmos visitar uns amigos que recentemente começaram a ser pai e mãe de uma nova habitante deste planeta, Guadalupe. Na conversa com os amigos voltámos à discussão sobre o estado do país, sobre o estado de desespero em que se vive, o autoritarismo do presidente, o número de mortes de sindicalistas a aumentarem depois da marcha do 6 de março (considerada pelo governo como antinacional), o desejo de sair da Colômbia e ter uma vida mais tranquila e mais possível, e ao mesmo tempo o sentir a herança psicológica de país a que se pertence, o peso na consciência de se sentir a abandonar um país que precisa de todos os seus habitantes para sair da situação terrível em que se encontra. Surge muitas vezes a pergunta, estarei a ser egoísta, pouco comprometido com Colômbia se quero ser feliz fora daqui? Contámo-nos da vida, de bogotá, de barcelona, dos filhos e dos pais, debatemos as fraldas de pano e a poluição terrível que causam as outras, mas o práticas que são, discutimos cocós e como limpá-los da melhor maneira. Também aí, a rádio teve ligada todo o tempo, primeiro com salsa e depois com chill out.
No regresso a casa, ouvimos Cassia Heller, unplugged mtv, no leitor do carro do Leo enquanto nos actualizávamos dos amigos e amigas comuns. Já em casa, pus o Busy Man do Carlinhos Brown com a Marisa Monte 10 vezes seguidas e ouvi e ajudei o Luis Carlos a pensar em voz alta sobre o que ele queria fazer agora que regressou de Toronto, e que está a recomeçar a sua vida nesta cidade.
13 maio 2008
Regresso ao lado de cá
06 maio 2008
Barcelona-Bogotá-Barcelona
E como tudo parece que se dá ao mesmo tempo na minha vida, quando regresse deixarei de estar desempregada, pois também Barcelona me abriu os seus braços a dois dias da minha partida. É um sinal para que possa ir e saber que também já aqui encontrei um lugar. Atravessarei o oceano com os braços e o coração abertos e assim os manterei para quando cruze de novo o Atlântico e aterre no Mediterrâneo.
janeiro 2002 (parte 2)
(...)
Estes são dias muitos agitados, ando com uma adrenalina estranha, misturada com cansaço. Numa semana desmontámos a casa, fomos numa missão às comunidades de paz, por causa da morte de dois lideres muito importantes, um homem e uma mulher, chegámos, num recorde de 6 horas pusemos tudo num camião de bananas, ou não me fosse eu de Urabá, terra do monocultivo da banana e de Apartadó, que na língua indígena significa rio de plátano, empacamos as nossas malas e rumo a Bogotá, onde há que tratar do visto para o R. ir conhecer Portugal, e de todas as formalidades de terminar o emprego, de ficar emigrante em Colômbia, de estar no desemprego. Ontem fomos jantar e comemorar o nosso desemprego, para ambos o segundo. Hoje, 5 de janeiro, dia em que formalmente termino o meu contrato como voluntária do acnur, fomos ver, apaixonámo-nos e alugámos uma casa pequenina mas muito simpática, que fica em frente a um parque com árvores muito bonitas, perto da oficina do acnur em Bogotá, isso já não quer dizer nada mas é uma referência simbólica no meio de tanta incerteza. Amanhã vamos fazer a mudança de tudo o que trouxemos de Apartadó e depois outra vez fazer as malas e cruzar de avião o oceano, rumo a Portugal, depois de todas as vezes que já o cruzamos nas palavras e nas conversas. E sabemos que quando voltarmos vamos começar a cruzada de procurar emprego, e agora quero trabalhar no outro lado, já conheço as Nações Unidas, e gostei muito desta experiência, mas agora quero trabalhar no lado das ONGs, quero conhecer os vários lados de um mesmo trabalho. A vida não pára e eu sim quero parar agora, necessito descansar, é muito ritmo, passemos antes aos blues e ao new age.
E como o caminho se faz caminhando, uma redundância muito bem apanhada para nos lembrar que cada dia é um dia por si mesmo, agora o coração já está em Portugal, contente por poder rever e conhecer de novo todos os afectos que estão em Portugal, a família, os amigos, as ruas, as conversas, tudo o que estava quando estive e o que agora já não conheço e que perdi por não estar aí, é sempre inevitável a sensação de perda na vida de quem parte.
Por aqui me fico, que a ribeira vai cheia e o barco parado e eu quero ir já para esse lado.
1 de Janeiro de 2002 (parte 1)
No primeiro dia do ano toda a gente sai a passear aqui. Como as famílias são grandes, mete-se toda a gente num camiãozito ou camiãozote quando são os passeios de bairro, e o rádio alto a tocar vallenatos. É impressionante ver tanta gente junta, aqui existe um espirito comunitário na forma de viver , apesar de todo o individualismo utilizado como sobrevivência à causa da guerra interna. Muitas vezes encontramos familias onde há um pelo menos um irmão que na guerrilha, outro que é paramilitar e outro está no exército. E a mãe faz comida para os três, mas sempre a dizer que é melhor que se afastem porque é um perigo para todos. E é verdade, quantos mortos já contados porque diz que disse que andou metido com esses senhores. Aqui a gente comum diz muitas vezes os senhores da guerrilha ou os senhores dos paramilitares quando se referem aos grupos armados. Ao principio isto pareceu-me estranho porque o termo senhores, ao mesmo tempo que é distante, é também uma forma de respeito. Já quando se ouve os senhores do exército nas suas declarações aos jornalistas, vê-se que preferem diferenciar as coisas, o seu a seu dono. Para a guerrilha escolhem termos como bandidos, bandoleiros, e desde o 11 de setembro, passaram a chamá-los terroristas, e para os paramilitares simplesmente Autodefensas Unidas de Colômbia.
É impressionante como aqui toda a a gente conhece pessoas de um lado e do outro da guerra, ou dos mil e um lados que tem esta guerra, e não há praticamente nenhuma pessoa que não tenha na sua história de vida um episódio como vítima da violência, directamente ou/e através de um familiar. Até a mim me vai chegando a violência e todas as suas marcas, os medos, a tristeza que não encontra palavras para a morte de uma pessoa admirada ou próxima, um porque se enforcou, outro por que foi morto pela guerrilha, outro porque teve simplesmente que desaparecer.
04 maio 2008
primeiro balanço
Nos próximos dias sairá um post com a prestação de contas devidamente elaborada, e serão apresentados os respectivos comprovantes tal como foi o nosso compromisso, mas adiantamos já algumas coisas:
- Houve até ao momento, várias contribuições, desde os 5 aos 400 euros. Até ao momento foram recolhidos 1672.69 €. Agradecemos imensamente a todas as pessoas que participaram!
- O bilhete de avião Barcelona-Colômbia-Barcelona, com partida a dia 7 e regresso a dia 21 de Maio, custou 717.69 €. Aqui há que agradecer aos pais da múltipla que fizeram um esforço e pagaram o bilhete com o acordo de que a múltipla lhes dará metade quando estabilize a sua situação económica actual, pois deus é grande, deus é pai e mãe e a esperança é a última a morrer, valha-nos isso!
- A matrícula da Sete e Picos na Escola de Estudos de Género da Universidade Nacional da Colômbia custou cerca de 1100 €, o que inclui o preço da matricula e os gastos de envio de dinheiro pela Wester Union desde o Canadá, onde estava um amigo da nossa múltipla que lhe fez o favor de adiantar o dinheiro e o enviou para a Colômbia, onde outro amigo recebeu esse dinheiro e saiu a correr para pagar a matricula no último dia do prazo estabelecido. Tudo isto pois os bancos são lentos e não realizaram a tempo a transferencia que uma amiga da sete lhe tinha feito em Lisboa para que ela pudesse enviar o dinheiro ao amigo da Colômbia.
Dentro de breves momentos vai começar a conferência de imprensa, e, apesar das caixas de comentários estarem sempre abertas para que coloquem qualquer observação, pergunta, piadola, comentário, análise ou desvario que quiserem, sempre com respeito e boa onda é claro, aproveitem para fazerem as perguntas que quiserem sobre o MC-L7C.
02 maio 2008
novembro 2000 (parte 2)
Aviso Conferência de imprensa MC-L7C
Abriremos um post e estaremos todas online e ligadas ao blog para responder a questões na caixa de comentários do respectivo. Se ninguém quiser esclarecimentos, diremos uns disparates umas às outras, coisa a que estamos habituadas mas normalmente ao vivo.
Se quiserem ler algumas das peripécias da nossa sete que levaram à feitura da tese que agora queremos ver defendida é ler isto, isto, isto, isto, isto, isto, isto, isto, isto, isto e isto.
O movimento cívico- levem a sete à colômbia começou com um tiro no escuro. Provamos que o escuro não tem de ser vazio.
novembro 2000 (parte 1)
01 maio 2008
março 2001 (parte 3)
Também é verdade que o exército está a fazer um esforço grande para mudar a má imagem que tinha. Fazem campanhas de convivência com a população. Em Barrancabermeja, contam várias mulheres desplazadas que aí vivem, organizaram um circo em que todos os domingos convidam a pequenada a ir vê-los a fazer de palhaços, malabaristas, actores de variedades, cantores de vallenatos e de rancheras. E por detrás do chapitô, vão conversando amigavelmente com as crianças, mostrando as suas armas, perguntando se as conhecem, se já viram alguma parecida a algum familiar, e discretamente “onde fica mesmo a casa do teu tio?”. Na linguagem militar o nome técnico é “estratégias de aproximação aos cidadãos”.
Mas no meio de tudo, há momentos de alívio e de alegria. Foram libertados cerca de 300 soldados e policias, que estavam há mais de três anos sequestrados pela guerrilha em troca de guerrilheiros em condições graves de saúde. Como podem imaginar foram momentos de pura felicidade para as famílias e para toda a gente. Também 3 das 7 pessoas vítimas de um sequestro colectivo, modalidade bastante apreciada pelos grupos ilegais, conseguiram escapar porque o carro dos seus raptores se avariou e estes resolveram deixá-los seguir, para não correram o risco de ser descobertos.
E por aqui me fico, que isto anda como as cerejas, uma leva à outra. Pelo menos já quebrei o silêncio dos últimos meses em que a falta de tempo e o excesso de amor, que nunca é demais, não me permitiram ir anotando estes petits faits divers da vida em Colômbia. Eu sempre digo em todas as cartas que a Colômbia tem muito mais que violência e corrupção, é um país absolutamente fascinante de se conhecer e de ir conhecendo, com gente muito interessante e comprometida socialmente, mas sempre me saem mais as aberrações que as coisas positivas. Deve ser por andar muy humana.
30 abril 2008
março 2001 (parte 2)
março 2001 (parte 1)
29 abril 2008
E mais um, e mais outro e ainda outro. E outro ainda (actualizado)
Aquele abraço à Sem-se-ver e à Cocó na fralda. E ainda à Miss-detective. E agora também à A Pipoca mais doce. Saravah!
Até o contador já se mexeu hoje!