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18 outubro 2012

a insustentável estranheza do eu


Olho-me fixamente no espelho e por mais que olhe de um lado do outro e de trás, continuo a ver aquela que já não quero ser mas que continua pegada a este corpo que parece ser meu.

17 outubro 2010

Quase manifesto contra a infelicidade

Não quero estar em frente a este cartaz à espera. Não quero a amargura do que podia ter sido e não foi porque a vida, o mundo, o pai, a mãe, o destino, é injusto. Não quero a tristeza do que foi e nunca mais volta a ser. Não quero os dias sentados à espera de uma coisa perfeita, sem ângulos nem arestas, porque nada disso existe.

Para o caralho com a perfeição. A vida é aqui e agora. 

20 fevereiro 2010

Ali naquela nave

Ali naquela nave central, a ouvir uma língua que não é a minha, veio tudo de novo a mim. Ali naquela nave, veio de novo a mim a ausência que não desaparece, o espanto da perda que não se dilui nem à força dos anos que passam - e são já tantos -, ali voltei a ser como há onze anos atrás, um corpo desamparado que chora . A morte é um mistério para os que cá ficam.

09 julho 2009

Acto 3

Inspiro. Abro os olhos. Pessoas, objectos, coisas à minha volta. Um carro que passa ao longe. Tic-tac, o tempo não pára. Expiro. Dói. Inspiro. Vozes que falam, riem, sussuram. Tic-tac, mais um minuto que passa. Expiro. Fecho os olhos. Inspiro. Não te vejo. Ainda bem. É mais fácil assim. Tic-tac, está quase. Expiro. Sinto o coração a bater. Inspiro. Já não vejo. Tic-tac, passa, tempo. Não expiro. Está quente. Não inspiro, os sons vêm abafados pela água. Tic-tac, as formas dissolvem-se em cores, difusas. Não expiro. Aguento. Não inspiro. Não sinto o peso do corpo. Tic-tac. Quanto tempo terá passado? Não expiro. Falta-me o ar. Não inspiro. Larga-me! Deixa-me ir, não me levantes! Não expiro. Odeio-te! Porque é que insistes em tentar preservar-me a alma, se quero apenas destruir este corpo?
Inspiro.

pergun

Sinto o peso da inevitabilidade da morte que entra nas dinâmicas da minha vida, sinto o peso da velhice que nos tocará como destino certo na nossa condição de humanos, se a vida não se nos fugir antes, pois quem de novo não morre, de velho não escapa, dizia-me primeiro uma das minhas avós, e depois o meu pai, encarregado familiar de passar os ditos populares, se não os dizemos deixam de existir, tal como nós, se não vivemos morremos em vida. E digo-o e repito-o para mim própria, vezes sem conta, sistematizo-o em power point, registo-o em letras grandes em papelinhos amarelos que espalho por todos os espaços onde passo, mas a concentração na minha agenda e o sobrolho franzido do meu coração, obnubilam-me a visão dia após dia. O que é a vi.. pergunto eu às vezes antes de cair profundamente nos braços de um morfeu inanimado.

03 maio 2009

um sábado qualquer

Hoje parece verão, está boa a noite. Tenho a janela aberta enquanto escrevo estas linhas e entra-me um fresquinho suave que ajudar a disseminar o fumo dos cigarros que ainda não consigo deixar de fumar, junto com o som das buzinas e os gritos cantados da vitória do barça para o campeonato ou a final, ou uma coisa desse género mesmo muito importante para a adrenalina de grande parte desta cidade. À tarde fomos à fundação joan miró ver uma exposição sobre o processo de morte, da doença, das despedidas dos outros e de nós mesmos, uma exposição muito bela e impactante ao mesmo tempo, depois vimos um teatro infantil com uma riqueza de estratégias artísticas inversamente proporcional os seus poucos meios e regressámos a casa caminhando lentamente pelas ruas desta cidade inundada em cada esquina pela emoção do futebol, vibrámos com os golos, bebemos uma cerveja sentados numa esplanada, jogámos aos sustos da criança que diz buuu visivelmente escondida e chegámos serenos a casa, com a alegria da vida que caminha de mãos dadas com a tristeza da morte que nos rodeia.

24 abril 2009

sem titulo

Estão as duas a brincar e começam a discutir por causa de uma tiara que fará delas umas verdadeiras princesas.

- É minha.

- Não, é minha.

- Não, é minha e vou ficar com ela para sempre.

- Para sempre não podes, porque depois quando quando fores velhinha vais morrer.

- Eu não vou ser velhinha, eu nunca vou morrer, vou viver para sempre.

- Não, não vais, toda a gente cresce e depois somos adultos e depois somos velhinhos e depois morremos

Silêncio.

- Schniff, schniff...BUÀÀÀÀÀ, eu não quero morreeeerrrrrrr, eu não quero ser velhinha. BUÀÀÀA

- Mas é assim, a minha mãe disse que era assim, mas ainda falta muito muito tempo.

- E tu também vais morrer?

- Vou, eu também vou ser velhinha e vou morrer.

- BUUUUÀÀÀÀÁ

Prontos, estou fodida, pensei eu e lá fui abraçá-la, dar-lhe beijinhos e dizer que não se preocupe que a vida é mesmo assim e que a gente vive muitos muitos dias e que só morre num e que ainda falta muito muito tempo e que os velhinhos depois até tem vontade de ir descansar, como a vizinha arlete que há 10 anos que repete isso todos os dias e ainda cá anda, e que a vida é para ser vivida um dia de cada vez e que tem altos e baixos mas é muito boa e que é bom ser feliz e fazer os outros felizes, e a pensar com os meus botões na ironia da vida, ela que descobre aos 4 anos que um dia vai morrer, a minha mãe a sentir a vida a escassear e eu que tantas vezes não sei a quantas ando na vida a consolá-las às duas.

13 março 2009

Adeus

Ontem fui-me despedir de uma amiga.
Só respirava...
Foi muito estranho despedir-me de uma pessoa ainda com alguma réstia de vida e ter a certeza que era um adeus.

Hoje de manhã morreu.

Deixou dois filhos um de quatro e outro de treze. A vida às vezes é cruel, e muitas das vezes para quem fica.

Nestes momentos pensamos sempre que nos preocupamos com coisas demasiado triviais, demasiado frívolas. Contudo dei-me conta ao estar com ela, ao lembrar-me do que ela foi toda a vida, que a vida está feita dessas mesmas coisas, de sonhos, expectativas, andar para a frente, sempre para a frente.

Mesmo na doença não vi esta mulher parar de sonhar, de planear de ter um quotidiano.

Ontem mal estava cá e hoje já não está. O momento que separa a vida da morte é demasiado curto para aquilo que nós somos...se calhar ainda bem.

Adeus mulher. Eras uma força da natureza mas a doença foi mais forte que tu.

Adeus...

10 março 2009

porque hoje é um dia

como todos os outros. As ruas com gente que as atravessa, um cão preto que passeia a dona, três mães que levam os filhos à escola, a água com que me lavo e a roupa que visto, o calor do sol na minha cara e a quase primavera que adivinho, o trabalho que se empilha numa pirâmide improvável, o almoço burocrático, o dia que acaba com os seus minúsculos rituais de todos os dias. Porque este é um dia como todos os outros, um dia que começa e acaba comigo ainda aqui, um dia como todos os outros em que me cruzo com pessoas falo bebo como arrumo trabalho caminho, um dia sem absolutamente nada de especial, que será esquecido na mancha indistinta de dias iguais. Até que no meio de minutos e horas iguais, descubro que os minutos e horas iguais são um milagre discreto de que me esqueço vezes demais. Um amigo destroçado com o horror de um dia interrompido, alguém da minha idade que cai para o lado no meio de um dia que era igual a todos os outros, a casa, o jantar, os filhos, um dia esquecível pela repetição dos gestos, um dia igual a todos os outros até ao momento em que o corpo cai inerte e me te nos lembra de que tudo isto é uma aventura demasiado breve.

03 março 2009

As minhas mãos


As minhas mãos nas mãos da minha filha, quando caminhamos nas ruas, nos aeroportos, à saída da escola, a caminho do parque e das compras, as mãos da minha filha nas minhas mãos que acariciam, abraçam, que às vezes se zangam, que fazem a comida. As mãos da minha filha, pequeninas mas já firmes, lentamente vão aprendendo a crescer e a viver, cheias de esperanças e possibilidades.
As minhas mãos nas mãos da minha mãe. Cortei-lhe as unhas, limei-as, mas não me deixou pintá-las, fiz-lhe carinhosamente massagens nas suas mãos ainda belas que se despedem da vida, cada dia um bocadinho mais.
As minhas mãos nas mãos do meu amor, no sexo, na cara nas costas, nas suas coxas ossudas.
As minhas mãos uma na outra, pondo creme todos os dias para atenuar a secura das mãos que esfregam, lavam, arrumam, escrevem, acariciam, arrancam unhas e fumam cigarros, para atenuar o passar do tempo que às vezes confunde passado com futuro.
As minhas mãos todos os dias amassam as letras que deslindam a pergunta: que faço eu para ser feliz?

03 outubro 2008

Memórias

O meu amigo Serginho era uma pessoa maravilhosa e enorme.

Enormes eram as suas paixões, as suas convicções, a amizade que singularmente cultivava, o seu coração. Enorme era a sua alegria como enorme era a sua tristeza.

E era imparável. Falava horas a fio e gesticulava como o fazem as crianças quando contam o que o Pai Natal lhes pôs no sapatinho. Para o Serginho era sempre Natal.
Naquele 3 de outubro acordei com a sensação de que o mundo, tal como o conhecia, tinha acabado. O Serginho tinha, de facto, pregado uma enorme partida a todos naquela madrugada fria.
Nunca mais lhe ouvi a voz do outro lado do fio que nos ía mantendo ligados mas ainda o ouço falar (alto, muito alto!) quando percorro algumas calçadas de Lisboa por onde passeámos juntos, ainda o ouço na mesa do café pedir o "sumás d'ananol" com que cortava a ressaca da noite, ainda consigo recuperar a gargalhada arrebatadora e inocente. E nas praias de Tavira, impossível será não escutar o trinado da sua flauta.
Neste 3 de outubro, quero mandar-lhe o Recado que ele próprio escreveu:

Quero mandar-te um recado
Na forma desta canção
Um recado engraçado
Direitinho ao coração.

Começando por dizer
Tudo o que te quero bem
Tenho a saudade a doer
E dói-me o peito também

O vento corre à vontade
Da lua cheia ao poente
Eu corro pela cidade
Louco de amor e doente

Venho por carta rogar-te
Dá-me um pouco de atenção
Deixa-me ao menos amar-te
Enquanto dura a canção

Sorri-me ao menos de frente
Sempre que por mim passares
Esse sorriso tão quente
De outras terras de outros mares

E que me alivia a espera
Pela volta do correio
Enquanto for primavera
E eu viver neste anseio.

Há pessoas assim, que têm a capacidade de viver quase para sempre.

08 junho 2008

It is the evening of the day



...I sit and watch the children play
Smiling faces I can see, but not for me
I sit and watch as tears go by
My riches can't buy everything
I want to hear the children sing
All I hear is the sound of rain falling on the ground
I sit and watch as tears go by

It is the evening of the day
I sit and watch the children play
Doing things I used to do, they think they are new
I sit and watch as tears go by.

As Tears Go By , The Rolling Stones

24 abril 2008

Cirurgia

A minha mágoa é tão antiga que deixei de querer.



A minha tristeza é tão grande que parei de chorar.



A minha dor é tão profunda que já não consigo sentir.



Preciso urgentemente de ir para o recobro.

20 fevereiro 2008

qual é a diferença de um para nove?

Hoje faz nove anos que se foi embora. Hoje faz nove anos que passámos a última manhã consigo, ao lado da sua cama. Hoje faz nove anos que ficámos suspensas na sua respiração. Suspensas naquele fio que a levava e a trazia e a levava e a trazia, dormia ali ao nosso lado, e nós olhávamos para o seu peito que subia e descia e sabíamos que estava ali connosco. A sua respiração. E houve o momento em que deixou de ir e vir, de a levar e trazer, e levou-a não sei para onde que não a encontro agora, procuro-a em tantos lugares e em tantos momentos que lhe perco a conta, uma figura ao longe o som dos passos o cheiro. Hoje é o número nove, mas já foram outros números e serão outros tantos até ao dia em que for o meu dia de ser levada pela respiração que cessa, não sei por que razão os números são tão importantes, qual é a diferença de um para nove?, não é assim tanta, continuo sempre a sentir a sua falta, a tropeçar na imensa estupidez de ter desaparecido e ter faltado a todos os dias que já passaram e que se foram enchendo de pequenos e grandes acontecimentos e me trouxeram até esta casa onde lhe escrevo e onde vivo agora, todos os dias que passaram e me deram um filho que é já um rapaz e que ouve tantas histórias sobre a avó que nunca conheceu e que dorme no quarto ao lado desta sala onde estão também pedaços de si, uma mesa, um candeeiro, uma fotografia, muitos livros, objectos grandes e pequenos que povoam a minha casa como a Mãe me habita a mim, reconheço-a no meu pescoço nesta cara magra em coisas que penso e digo, reconheço-a nos gestos da minha irmã e na entoação segura das frases que diz, reconheço-a na cara do meu filho, e tento o consolo de saber que está ainda aqui, que de uma forma misteriosa estará aqui enquanto existirem pessoas que trazem dentro delas pedaços de si.

28 dezembro 2007

O que eu queria

O que eu queria mesmo é que o pai não estivesse doente, que não estivesse no hospital, que não tivesse tubos a entrar e sair por vários sítios, que se levantasse e se viesse embora comigo. Podemos ir ao circo, prometo que não vou ter medo dos palhaços, ou ao cinema, já não o obrigo a ver desenhos animados, ou ouvir cassetes no carro, não vou chamar piroso ao Roberto Carlos.

Estou zangada consigo pai, não quero que me faça isto. Não quero que esteja doente. Está a fingir não está, pai? Como quando eu era pequena e brincávamos no chão da sala, o pai fazia de conta que estava morto e eu fazia-lhe cócegas desajeitadas, o pai continuava de olhos vítreos até que de repente se levantava com um grito que me assustava e divertia, para recomeçarmos de novo.
Levante-se e dê um grito pai, eu assusto-me mas depois desato-me a rir, e saímos dali de mãos dadas e vamos comer um gelado ao Santini ou ver o mar sentados no muro de pedra ao lado dos baloiços, onde passou horas a empurrar-me "mais, mais" pedia-lhe sempre, até me ensinar a fazê-lo sozinha, com os pés bem fincados no chão atrás para o balanço inicial, e depois a aerodinâmica das pernas, a ilusão de que um dia faria a volta de 360º por cima da barra, basta que dê balanço suficiente.
Estou triste pai, estou farta disto, não quero mais, chega. A doença já me levou a mãe, o avô querido, a avó das torradas na cama, o avô que me levava a dar pão aos patos no parque eduardo VII, a tia que me tentou baptizar, o tio que se ria como o Egas da rua sésamo, a tia mais santa que já conheci. Foram tantos tantos tantos que a doença já me levou pai. Não quero mais doenças, não quero mais doentes, não quero mais hospitais nem médicos nem enfermeiras nem auxiliares nem remédios nem soros nem "comeu bem o almoço" nem "passou bem a noite" nem "hoje está bem disposto" e muito menos "ele hoje está mal disposto".

Pare lá com isso pai, já chega. Passei a manhã toda a ler o jornal ao seu lado, não se passa nada estamos só a ler os jornais juntos, num quarto de hospital mas como se fosse numa sala de estar. O meu teatro, porra que já mereço um óscar. Estou bem, o pai está bem, estamos aqui mas podíamos estar na sala de estar, no fundo é a mesma coisa, até levo o computador para trabalhar e tudo, estamos ali os dois, só os dois, depois vêm as manas e estamos todos juntos, é bom.

Mas não é nada bom pai. Se não fica bem depressa não tenho quem tome conta de mim.

26 novembro 2007

Fez um ano, está na hora

Tentei fugir-te todo o fim-de-semana. Tentei que os dias passassem depressa. Passaram?, perguntou-me. Não. Claro que não. Tenho muita saudade, do tipo da que dói. Parece que passaram mil anos desde o último abraço, desde aquela despedida antes de Itália, no Tóquio. A única em que acertei. Para essa viagem sei que me despedi. Para a outra, nada. Pensei: quando voltares. Parece que passaram mil anos e nenhum. Mas passou um ano. Contei um ano no dia em que foste ver os glaciares e contei um ano no dia em que soubemos que não voltavas. Para mim, repito todos os dias, tu foste viver para a Patagónia. E há dias em que isso me basta, há outros em que isso me custa. Tu foste viver para a Patagónia e nós ficámos aqui. Sem o teu terraço e a discussão sobre a melhor vista, sem o teu sofá e o pilar onde havia sempre alguém a adormecer, sem as palavrinhas no frigorífico, sem o chá e as cervejas. Sem a tua tristeza que era também nossa. O verdade ou consequência, a elis regina. Eu gravei tudo. Tirei muitas fotografias com os olhos. E ainda sei de cor muita coisa que me disseste. Mas tenho as mesmas saudades. Passou um ano e são as mesmas. Quando é que voltas? Ninguém morre para sempre, pois não? E há mais um charro para fumar. Uma música para trocar. Um título para escrever. Um jogo da selecção para ver. É preciso dizer "pinhal" até à exaustão. Juntar palavrinhas no frigorífico. Escrever posts. Dançar. Beber mais uma cerveja. Fazer daquelas coisas que os amigos fazem. E, repara, eu já digo "amigos". Mas, olha, para isto tudo é preciso que voltes. Vá lá.

22 outubro 2007

A promessa

Estejas à distâncias que estiveres, vamos buscar-te. A bem ou a gritos, hás-de voltar. Ninguém fica adormecido para sempre.

26 setembro 2007

E mais nada!

A propósito da posta Augúrios, lá mais abaixo que termina com a espantosa frase "viver mata" e de uma t-shirt que vi ontem a dizer exactamente o mesmo.
Pois é sim senhora! Viver mata, a vida é uma doença crónica. Agora experimentem lá morrer sem estar vivos, não dá, é condição para morrer o estar vivo. Não há cá segundas hipóteses. Pois é, como faço para fugir da morte? mato-me?
Da mesma forma que experimentar viver estando mortos é outra grande chatice, clinicamente possível mas uma complicação com mazelas imprevistas.
Não dá, ponto final. O melhor é mesmo curtir a vida e o resto é conversa.
Desculpem lá, é que tem dias que uma pessoa acorda assim optimista. E além disso, as árveres somos nozes, olha que porra!

22 setembro 2007

Augúrios

Uma doença súbita, um acidente de carro, um suicídio desesperado. Três mortes perto de mim numa só semana.

À porta do cemitério a minha irmã pede-me lume. Uma senhora rezingona relembra os malefícios do tabaco, os perigos para a saúde. Nem tenho força para lhe responder, fá-lo a minha irmã por mim. Viver mata.