Morta de fome, meti-me no carro. Em dez minutos ia finalmente comer. No caminho, já salivava: pernil de porco, cabidela, cozido à portuguesa. Hoje marchava tudo, um prato a seguir ao outro até à congestão final.
A cinco minutos do destino, o meu carro começou a tossir. No semáforo, deu a alma ao criador. Entre caralhadas, montei o triângulo e procurei o colete na confusão do porta bagagem, sacos cama, livros, reciclagem por despejar. Fumo a sair do capô, do carro do lado sai um homem que grita 'Sou bombeiro, o seu carro estar a verter gasolina do motor'.
Pânico.
O bombeiro à paisana consegue em dois minutos orientar o trânsito que se acumula à minha volta, sacar um extintor de um café ali ao lado e chamar os colegas que estão de serviço.
Pânico.
O bombeiro à paisana consegue em dois minutos orientar o trânsito que se acumula à minha volta, sacar um extintor de um café ali ao lado e chamar os colegas que estão de serviço.
Pouco depois, o carnaval chegou à morais soares. Um camião de bombeiros entra em sentido contrário na rua, dezenas de mirones acumulam-se no passeio e eu ali de colete cor de laranja e ar aparvalhado enquanto despejam sacos de um pó branco pela poça de gasolina que enche o alcatrão. Quando o reboque finalmente chega, há uma multidão no passeio, um camião de bombeiros, um carro da polícia e uma barata tonta de colete refletor que só pensa no almoço que nunca mais chega.
Saí dali no reboque e escoltada pela polícia. Mania das grandezas, é o que é.
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