A discussão estava lançada e versava sobre as disputas meninos - meninas, direitos de ambos e deveres de cada um para consigo próprio e para com o outro. Claro está que, com 9 ou 10 anos, cada uma das partes apenas tem a dizer da outra o pior possível, recusando quase todos o simples facto de partilharem a mesa com o género oposto.
Eis que o Vasco, normalmente portador de palavra sensata, resolve dizer, alto e bom som: "Pois eu até gosto muito das meninas! E não tenho dúvida nenhuma: quando for adulto quero casar-me."
Até aqui a coisa ía, provocando muita risota e algum rubor no semblante de algumas das "fillettes" que se sentiam já visadas. O pior veio a seguir, quando o Vasco especificou:
- Quero casar-me porque quero ter alguém a fazer-me o jantarinho e a ocupar-se da cozinha e das crianças enquanto eu vejo televisão e leio o jornal.
Nesse momento, a risota foi geral e até eu não resisti. Mas no meu íntimo não deixo de pensar nesta concepção de mundo que já existe nesta verde cabecinha. Bem sei que este e outros vascos da mesma idade têm muito tempo pela frente para reformularem os seus modelos mas... será que reformulam?
4 comentários:
e um abanão aos pais do vasquinho, hum?
ele há coisas que não são "social" ou construídas mas vocês não m´acreditam! :-P
o vasquinho já deve ter idade para ter aprendido estas coisas, na bossa. Mas o bom é que ainda tem muitos anos à frente para aprender o contrário.
estou mais a pender para o lado da foi dançar e céptica como a postadora: pelos vascos que tenho conhecido, esta concepção do universo das relações conjugais deve vir inscrita em qualquer gene ainda por desvendar.
Enviar um comentário