Tornei este outono a Barcelona com umas coisas no coração, que entretanto deixei cair pela janela (consta que em Barcelona objectos volumosos podem cair das janelas fazendo perigar a vida a passeantes mais incautos) mas vim de lá com outra bem maior. Regresso com a certeza que a família não é o conceito abstracto a que nos habituámos mas sim as pessoas e os sítios onde nos sentimos bem, onde somos de verdade, aos quais sentimos pertencer sem que pertença signifique posse. Estar em família significa cooperar, enfrentar a vida com o(s) outro(s) entendendo e respeitando silêncios, partilhando dores e alegrias. Significa discutir pontos de vista, respeitar espaços e ideossincrasias, rir, brincar, chorar, aconselhar sem impor, concedendo ao outro a liberdade das suas próprias escolhas.
Estive em família e isso é sentir-me em casa. O caminho para Portugal é por aqui (<). O meu corpo partiu mas parte de mim ficou por ali.
1 comentário:
aqui ficou uma parte da familia para que tu voltes sempre. A familia é mesmo isto que tu descreves, e estas que nós escolhemos sao mesmo boas para o coraçao.
Enviar um comentário