Ontem foi primeiro de maio e os nossos paizinhos e mãezinhas fizeram o que acharam melhor e o que puderam , agora chegou a nossa vez e depois a vez daqueles que hoje são crianças e assim sucessivamente. Mantemos as oito horas de trabalho diários, tal como há não sei quantas dezenas de anos atrás, ainda não conseguimos mudar o paradigma do controlo sobre o nosso tempo de vida, mantêm-se desigualdades estruturais muito grave no acesso à riqueza em relação a imensos colectivos (sociais, económicos, de género, de origem, etc, etc. Também já conseguimos muitas coisas, há que dizê-lo, nalgumas áreas. Mas ainda há tanto para fazer que às vezes dá-me vontade de hibernar. É como quando eu olho para a quantidade de roupa que se me acumula escondida no armário à espera de ser dobrada, mais a outra que se vai multiplicando na cadeira do quarto, no cesto da roupa suja, na corda, na sala. Estou a olhar para ela e sinto um hibernanço por mim adentro....
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