26 dezembro 2009

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Voltei de novo aquela casa.
Já não ia fazia muito, muito tempo. Talvez um, vários meses.
Não sou boa para rotinas, sempre o soube, e ainda assim tentei, mesmo sabendo a sensação de abandono que vem sempre a seguir.
Não sabia o que iria encontrar, nem sequer se te iria encontrar a ti.
Não sabia tão pouco como me iria encontrar a mim lá, eu que vivo já noutro mundo e habito já outra vida e te sonho já desde outros sítios.
Abri a porta, a chave deu....estranhamente encontrei tudo no seu lugar, nem demasiado arrumado nem demasiado caótico como imaginei. As coisas, tu, tinham um certo equilíbrio, ténue, frágil, fugaz.
Havia comida suficiente no frigorífico, bebida mais que bastasse e até papel higiénico.
Tu esperavas no sofá, não sei se por mim, mas esperavas.
Tirei a gabardine, servi dois whiskys, sentei-me ao teu lado.
Pousei a minha cabeça no teu colo e chorei, chorei como nunca me tinha permitido chorar à tua frente.
Agora já não sei se é para ir de 15 em 15 dias.
Agora já não sei se é para ir quando tu me chamas.
Agora já não sei quem precisa de ser salvo.
Se tu ou eu.

2 comentários:

planador disse...

Como é lindo, profundo, e emocionante o encontro com o passado. Recente ou distante o passado é história e tal como os deuses, necessita ser enfrentado e apaziguado.Vá querida oito, o "sofá" precisa de si.

Ana... disse...

Os dois querida!

Se vai ser que seja por inteiro, sem metades, tudo é mais gostoso e melhor.

Sou a favor da intensidade, então quando desejarem, se for uma, duas, três vezes por semana, ou todos os dias, não importa, que seja então...enquanto durar, intenso, na medida boa, recalcada, sacudida e transbordante!

beijos.

ah, perdi a conta de quantas vezes mudas as cores do blog...um tanto divertido e interessante. Bem legal, e gosto particularmente do vermelho e azul.