23 dezembro 2009

Oito ou nulos!


As palavras são bonitas e só descobri isso há relativamente pouco tempo. Se pensarmos que cada palavra tem um sentido que foi convencionado para um conteúdo, se pensarmos que cada conteúdo é diferente de outro e que pode ser perceptivel apenas através de um conjunto ordenado de letras e que, não obstante, há inversões significativas de sentidos apenas por se mudar uma letra, descobrimos um jogo fascinante.

Posto isto, diz a amiga wikipedia que "Positivismo é um conceito que possui distintos significados, englobando tanto perspectivas filosóficas e científicas do século XIX quanto outras do século XX. Desde o seu início, com Augusto Comte (1798-1857) na primeira metade do século XIX, até o presente século XXI, o sentido da palavra mudou radicalmente, incorporando diferentes sentidos, muitos deles opostos ou contraditórios entre si. (...)

Para Comte, o Positivismo é uma doutrina filosófica, sociológica e política. (...) Em linhas gerais, ele propõe à existência humana valores completamente humanos, afastando radicalmente a teologia e a metafísica (embora incorporando-as em uma filosofia da história). Assim, o Positivismo associa uma interpretação das ciências e uma classificação do conhecimento a uma ética humana radical, desenvolvida na segunda fase da carreira de Comte.
(...)
A idéia-chave do Positivismo comtiano é a Lei dos Três Estados, de acordo com a qual o homem passou e passa por três estágios em suas concepções, isto é, na forma de conceber as suas idéias:
Teológico: o ser humano explica a realidade apelando para entidades supranaturais (os "deuses"), buscando responder a questões como "de onde viemos" e "para onde vamos"; além disso, busca-se o absoluto;

Metafísico: é uma espécie de meio-termo entre a teologia e a positividade. No lugar dos deuses há entidades abstratas para explicar a realidade: "o éter", "o povo" etc. Continua-se a procurar responder a questões como "de onde viemos" e "para onde vamos" e procurando o absoluto;

Positivo: etapa final e definitiva, não se busca mais o "porquê" das coisas, mas sim o "como", com as leis naturais, ou seja, relações constantes de sucessão ou de coexistência. A imaginação subordina-se à observação e busca-se apenas o relativo."


Ou seja, não se trata tanto de uma utilização livre de palavras - até porque isso geraria a anarquia na comunicação humana, a própria Torre de Babel  - mas de sabermos se a nossa amiga é positiva ou positivista.

Por mim, acho-a positiva (aqui, fugindo também ao significado estrito do dicionário, como alegria e a procurar sempre o lado bom de tudo) mas também um pouco positivista (buscando as relações constantes de sucessão ou de coexistência sem, no entanto, prescindir da imaginação).

Ela não cabe inteira numa só palavra. E é por isso que é nossa! Nem oito, nem nulos: quatro para cima!

1 comentário:

Leo Mandoki, Jr. disse...

em Economia existe a distinção entre Economia Normativa e Economia Positiva. E curiosamente a Economia Positiva tem o sentido contrário do positivismo.