10 dezembro 2009

A brincar, porque sim

E agora eu era um homem grande e pesado e forte e abandonava este corpo onde os músculos desaparecem na redondez de um corpo de mulher. Agora eu era um homem de voz grossa e barba dura que avança pelos dias sem hesitações nem medos, um homem que distribui murros em mesas e certezas em monossílabos angulosos. E agora eu era um homem e entrava em ti para descobrir os cantos escondidos do teu corpo, até desaprenderes todas as palavras e não restasse mais do que o meu nome feito ladaínha no teu sangue.

5 comentários:

Leo Mandoki, Jr. disse...

realmente gostei disso!!...muitas das vezes qnd me sento para escrever algo, é nesse algo que tento produzir.
Escreveste 8 linhas e não há uma palavra a mais nem a menos. Realmente gostei!

Anónimo disse...

Não gostei do arrazoado lesbiano-másculo-pateta e muito menos dos "algos" antecedentes. Escrever "Escrever algo" é como o "apetece-me algo" do anúncio do Ferrero Rocher: algo ridículo.

anónimo curioso disse...

o que são os 'algos antecedentes', anónimo?

Leo Mandoki, Jr. disse...

ahahahah!! isso é que é óptimo! ser comentado dentro do próprio comentário num blog que não é o nosso! aahahhah....
....
O «algo» é tão puro como a «coisa». Mas estou a falar da «coisa em si» que foi amplamente pensada por Heidegger e tbm por Kant. Ou seja, apurar a verdade é encontrar a coisidade da coisa. O «algo» é o mesmo. Escrever o´«algo» é escrever sobre a verdade de uma «coisa».
Capiche?!
(essa merecia né?!!!)

-pirata-vermelho- disse...

Olha Mandokas,
capisce é capisce, capisce?
e
d'ouvir palrar em brasileiro de lanchonete tou nem nessa.

É por força d'intervenções como a tua que tudo se dilui e nada se diz - daqui a pouco...

(deixa lá o Heidegger qu'a nota está dada e a gente sabe que estudaste )