21 fevereiro 2011

Pseudocontrapseudomanifesto

Depois de ler a constituiçao e pensar em todas as obrigaçoes que tem o estado e que tem a cidadania e de pensar se é altura ou nao de sair em manifestaçoes, pergunto-me se nao é funçao do estado regular o poder económico equilibrando-o com o sistema social e politico, se nao é funçao do estado inverter o seu dinheiro, o nosso dinheiro, em nós, cidadaos e cidadas do país e do planeta. Gosto do estado, mais, sou institucionalista, gosto de garantir que o estado deve fazer aquilo a que se compromete através das normas e dos governos que o representam. Acho que o estado deve regular alguns direitos básicos, como o acesso ao emprego, à educaçao, à habitaçao, à cultura, em condiçoes sociais justas e dignas. O estado nao é um ente à parte e nós fazemos parte dele, quando votamos, quando pagamos impostos, quando aproveitamos bem os recursos que temos, quando ajudamos a melhorar as políticas e as prácticas que nao nos servem, quando aceitamos a diferença sem que esta se transforme em desigualdade. Decidi que sou de esquerda quando constatei que sem igualdade de oportunidades nao pode haver liberdade, pois pode alguém ser livre se outro alguém nao é?

Nao acho que existam geraçoes rascas, nem em 1994 nem hoje em dia, existe é uma série de pessoas sem possibilidades de entrar num futuro sem ponte para o presente, pessoas com imensas capacidades que se vêm presas num sistema que nao lhes abre a porta e que as vê como máquinas produtivas sem identidade própria e que saiem à rua porque querem dizer que nao gostam e que nao lhes serve esta forma de estado que se está a construir.  Oxalá sejam muitas e muitas as ruas por onde passem.

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