29 outubro 2009

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A tua ausência faz-me mal
Não é que não estejas ali, é que olhas e não vês, falas e é vazio.
Olhas o meu corpo que se mexe à tua frente e vês um espetro que se move como uma massa densa de nevoeiro, olhas os meus lábios que fazem movimentos como num filme mudo e todo o som que produzem é como um abafado aquático.
Não sei porque não me mandas embora e não sei porque eu não me vou embora.
Na tentativa de fazer despertar alguma réstia de vida em ti faço coisas que tantas vezes disse a mim própria que não voltaria a fazer. Digo frases que invento na hora e talvez por isso tu não as ouças.
Nem sei porque te quis salvar a vida uma vez se agora parece que te quero tanto mal. Contudo continuo a ir de 15 em 15 dias diligentemente cuidar da casa que, eu própria, não vejo tão bem como no princípio.
Gostava sinceramente que te chateasses, que me mandasses à merda, que corresses comigo para fora da tua vida. Mas tu não, nada, sempre com esse sorriso que aprendeste tão bem a fazer, sempre com essas frases-feitas-lugar-comum-redundantes-sem-volta-a-dar segues, segues como se o mundo não te afectasse. Contudo esqueces-te que tu também és um animal ferido, e que não adianta esconder porque quem conhece bem sabe a dor que tens na voz ainda que tu não fales para a esconder.
Não sei porque raio te quis salvar a vida.
Há coisas que não se devem fazer se depois não se podem continuar.
Nem em sonhos.

1 comentário:

Leo Mandoki, Jr. disse...

tudo pq ele talvez goste de ser salvo; aliás já deve ser0 um vicio...ele finjir-se de moribundo para poder ser salvo por ti.
...este blog já foi vermelho! ou não?!