derreto-me com os gestos dele, com o olhar de puto armado em rufia, com a maneira como dança pela casa, com o riso que enche a sala, com as unhas roídas, com a voz rente ao chão de tão grave, com o suor que pinga da cara do peito das costas quando fazemos amor, com o cuidado com que limpa a cozinha, com a maneira como me olha quando acordo e que me faz sentir a mulher mais bonita do mundo, com o olhar tímido que se desvia quando fala de assuntos sérios, com o corpo nu abandonado na minha cama, com o cheiro a alfarroba que sai dele antes do duche, com o corpo a dançar enquanto canta, com a revista que finge que lê durante horas só para poder ficar perto de mim sem fazer barulho enquanto trabalho
estou bem fodida
um dia destes vou-me despedir de ti, antes que me torne um charco de água que já foi pessoa
5 comentários:
padeço desse mal também...
Passei por aqui, gostei e resolvi ficar!
E eu derreto-me com o dente encavalitado que lhe dá um ar de canídeo quando se ri, com o olhar terno com que me olha quando estamos sentados lado a lado a trocar ideias sobre o mundo a vida e o ser ser humano, com a sua cabeça deitada no meu colo ou quando brinca com a minha mão, com os pulinhos que dá pela casa todo nu mas sempre em peúgas, com o seu beijo, com o braço que me põe à volta da cintura quando fazemos amor, com as gargalhadas qua damos juntos em momentos de cumplicidade, com os seus telefonemas de madrugada só para dizer que tem saudades minhas, com o seu mau feitio e as reclamações das obrigações caseiras, com o seu beijo ao acordar e que me faz sentir a mulher mais querida e a miúda mais gira do mundo, derreto-me quando damos conta que já é de dia lá fora e não demos pelo tempo passar, quando acordo e percebo que estava a olhar para mim a dormir, quando nos encontramos e me bombardeia com os últimos acontecimentos da sua vida, quando encontro os seus cabelos pela minha casa e já sei que o vou ver nesse dia.
Eu também, outra oito, qualquer dia derreto-me num charco de água e tenho medo disso. Mas também tenho medo de me congelar....
Como dizia a Oito aqui de cima, antes derretidas que congeladas.
Nada de complicar ou antecipar possíveis, putativos, eventuais, quiçá talvez improváveis arrefecimentos. Confiem. No aquecimento global!
Saravá aquecimento global que impede que nos tornemos icebergs com pernas e braços.
Isso e pessoas que nos seguram pela cintura, empurram o tapete debaixo dos nossos pés e nos fazem sentir o mentol nas veias outra vez (obrigada, outra das oito, por esta imagem que não esqueci)
ahh que delicia um cheirinho a alfarroba e tantas coisas boas para derreter-nos, nao tenhas pressa em despedir-te, deixa-te derreter oito, que nada se perde tudo se trasnforma.
unian diz a espertalhona do guichet...
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