não estava um dia lindo como hoje mas foi seguramente o mais belo da minha vida. Almocei na Antiga Casa Faz Frio, interrompendo as garfadas para uma respiração profunda durante mais uma contração, o pai da criança c'os nervos, o Zé, empregado da casa e amigo, que transpirava quase tanto quanto ele e ambos muito mais que eu. Dez voltas a pé ao jardim do Principe Real para que a digestão se fizesse, uma paragem no Porão de Santos para dizer à quase-tia que o ia ser, uma viagem debaixo de chuva intensa até ao hospital, horas ligada a uma maquineta e as águas que não rebentavam, e a epidural que não vinha, e as contrações ao rubro, uma cortina rasgada, as águas que sairam à força de uma alavanca gigante e a epidural que não veio, e respirar o tanas!, qual respirar, qual controlo que aquela merda dói no momento da expulsão.
Às 23 horas e 13 minutos, relógio de parede assim dizia, ouvi-lhe o primeiro choro e despedi-me da minha barriga. (texto editado às 03h44 da manhã do dia 18) Quinze anos depois já comemorámos em separado; ela na casa de uma amiga que convidou mais amigas e lhe prepararam uma festa e eu a dançar até há 44 minutos atrás com pretextos vários, entre os quais celebrar a minha mais primorosa obra de arte. E eu que sempre me achei um ser sem arte!
3 comentários:
e que cresça muitos outros 15 tao bem como tem crescido estes. parabéns a ela e a quem a acompanha tao bem quanto pode.
obrigada, minha querida! também o espero...
muitos parabéns pela obra de arte que cresce e por ti que a fizeste.
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