17 maio 2011

O saxofonista


Há muito tempo atrás, pelos meus 20 e alguns anos, durante um largo tempo tinha um sonho de homem ideal. Era um saxofonista, amava-me perdidamente, passava muito tempo fora em concertos, mas também estava bastante em casa, tinhamos três filhos, e tudo era lindo no que consigo recordar dessa fantasia. Para dar-lhe alguma forma para contnuar a alentá-la, algo próxima da vida “real”, idealizei o yan garbarek, vi dois concertos dele, comprei os discos, só me faltava ter um poster de tamanho gigante no meu quarto, era alguém como ele que eu desejava para viver a minha vida. Sonhava com um homem ideal, ainda pensava que a vida se escreve em traços largos e nao nos desenhos e  esboços continuos que se ensaiam na vida dos dias a dias, e que fazem apagar e voltar a desenhar, sempre jugando com as luzes e as sombras. Agora já conheço mais traços finos, já sei que os homens ideiais nao existem, já sei que o amor ata e liberta e mesmo assim, mesmo assim, anda de novo um saxofonista a rondar a minha cabeça.

1 comentário:

gerou-se a confusão natural disse...

e é tão bom, não é? ser embalada ao som do saxofone...