09 dezembro 2011

Todos os anos a mesma história,

lá vamos nós representar uma tradição não acreditamos mas que se repete há 2011 anos, o pai natal que nao existe e que é producto da coca-cola mas que ainda por todo o lado a fazer fotografias com as crianças, o menino jesus nas palhinhas deitado ao lado da sua mãe que é virgem mas que o concebeu com um pai que deu logo á sola e foi para o céu salvar a humanidade e deixou a mãe a cuidar o menino, a aturar-lhe as birras e a fazer dele um homem, o san josé que não é pai dele mas que fez mais por ele do que se fosse, as luzes de natal por toda a cidade a gastarem a electricidade que nao temos, os quilos e quilos de papel de embrulho e de plástico que contaminam o ambiente e as coisas inúteis que as pessoas oferecem para mostrarem que gostam de nós, as gestões das familias separadas, o 24 com a mãe, o 25 com o pai, o comércio a queixar-se ano após ano que este ano o negócio está pior, a ausência dolorosa de quem já não está entre nós. Todos os anos montamos a farsa e nos montamos nela.

Tenham uma boa farsa 2011.

2 comentários:

gerou-se a confusão natural disse...

eu quero um presépio assim, com o Shrek e a Fiona, que se aproximam muito mais dos seres humanos em que eu acredito do que o José e a Maria. Somos criaturas cheias de paradoxos.

-pirata-vermelho- disse...

Não monto farsa nenhuma! Há muitos anos, eu que já não dava nada a ninguem, denunciando a farsa-a-horário, devolvi os presentesecos com alguns vieram tentar manter-me 'ligado', comprometido...
com a falácia deles, que também anunciavam uma farsa ou com uma minha frouxidão solidária e desejada.
Foi remédio santo e próprio de santa quadra - nunca mais me deram nada.
(deve ter-se propagado, a notícia do gesto, mas houve quem quase tivesse deixado de me falar. O mundo não perdoa aos mija-na-escada! Só a quem brinca às refilices.)