O casamento era, antes do mais, uma aliança. Entre pessoas, famílias ou Estados. Para a defesa e segurança da prole. Depois, acrescentou-se o amor à equação e a partir daí a fórmula era tanto infalível como irresistível.
Hoje dizem que o casamento está em crise. É o que parece porque os números supostamente não enganam e as taxas de divórcio são enormes. Eu acho que não é a instituição do casamento que está em crise por si própria. Está em crise porque cada um de nós está em crise: deixamos de acreditar ou não sabemos mais no que acreditar.
Entre várias coisas, deixamos de acreditar em alianças. E deixamos de acreditar no amor. Tudo só é eterno enquanto dura, enquanto dá adrenalina, enquanto dá um prazer hedonista, enquanto é útil, confortável ou com ausência de chatices. Não vale a pena fazer sacrifícios. Não há necessidade da verdade porque tudo é relativo. Já não há condutas certas e erradas. Não criticamos nada por medo ou com a desculpa que o que interessa é ser feliz. Já não há responsabilidades para com os outros, porque só somos responsáveis perante nós próprios.é uma guerra perdida à partida. E há os que acham que tudo isso é ser livre ou ser um livre pensador, longe de amarras conceptuais retrógradas e cuja abolição se impõe com urgência.
Já aqui apareceu o elogio do amor puro, daquele em que o amor é uma coisa e a vida é outra. O MEC também escreveu outra coisa sobre o amor em relação à liberdade. Em resumo, dizia que só quando há uma entrega mútua da liberdade própria à pessoa amada é que se é verdadeiramente livre. Pois…
Quem se mostra como é de verdade, com toda a fealdade da alma, sem longas pernas depiladas ou bíceps musculados? Quem escolhe não ter experiências com a colega solícita e compreensiva, mesmo ali ao lado, ou com o amigo da amiga, aquele cheio de graça e uma pontinha de safadez que deixa adivinhar todo um mundo de suado prazer? Quem é louco o suficiente para querer aturar sempre a mesma pessoa e aliar-se a ela nas dificuldades de uma vida em família, desde as fraldas da infância dos filhos até às próprias fraldas na velhice? Quem se compromete, mesmo!, com o compromisso que tantos outros tem? Que acredita que consegue tudo isto e que, no fim dos tempos, terá valido a pena? Quem sabe que, apesar de tudo, pode não dar certo? Finalmente, quem acha que vale a pena assinar uma mera folha de papel, paulatinamente despojada pelo Estado dos seus poucos efeitos positivos?
Se respondeu Sim, reúne as condições de insanidade que o elegem como candidato ao casamento (mas não garantem o sucesso do mesmo). Se respondeu Não ou NS/NR, vai casar porquê? Fique pelo ALD mútuo e não se desgrace.
Hoje dizem que o casamento está em crise. É o que parece porque os números supostamente não enganam e as taxas de divórcio são enormes. Eu acho que não é a instituição do casamento que está em crise por si própria. Está em crise porque cada um de nós está em crise: deixamos de acreditar ou não sabemos mais no que acreditar.
Entre várias coisas, deixamos de acreditar em alianças. E deixamos de acreditar no amor. Tudo só é eterno enquanto dura, enquanto dá adrenalina, enquanto dá um prazer hedonista, enquanto é útil, confortável ou com ausência de chatices. Não vale a pena fazer sacrifícios. Não há necessidade da verdade porque tudo é relativo. Já não há condutas certas e erradas. Não criticamos nada por medo ou com a desculpa que o que interessa é ser feliz. Já não há responsabilidades para com os outros, porque só somos responsáveis perante nós próprios.é uma guerra perdida à partida. E há os que acham que tudo isso é ser livre ou ser um livre pensador, longe de amarras conceptuais retrógradas e cuja abolição se impõe com urgência.
Já aqui apareceu o elogio do amor puro, daquele em que o amor é uma coisa e a vida é outra. O MEC também escreveu outra coisa sobre o amor em relação à liberdade. Em resumo, dizia que só quando há uma entrega mútua da liberdade própria à pessoa amada é que se é verdadeiramente livre. Pois…
Quem se mostra como é de verdade, com toda a fealdade da alma, sem longas pernas depiladas ou bíceps musculados? Quem escolhe não ter experiências com a colega solícita e compreensiva, mesmo ali ao lado, ou com o amigo da amiga, aquele cheio de graça e uma pontinha de safadez que deixa adivinhar todo um mundo de suado prazer? Quem é louco o suficiente para querer aturar sempre a mesma pessoa e aliar-se a ela nas dificuldades de uma vida em família, desde as fraldas da infância dos filhos até às próprias fraldas na velhice? Quem se compromete, mesmo!, com o compromisso que tantos outros tem? Que acredita que consegue tudo isto e que, no fim dos tempos, terá valido a pena? Quem sabe que, apesar de tudo, pode não dar certo? Finalmente, quem acha que vale a pena assinar uma mera folha de papel, paulatinamente despojada pelo Estado dos seus poucos efeitos positivos?
Se respondeu Sim, reúne as condições de insanidade que o elegem como candidato ao casamento (mas não garantem o sucesso do mesmo). Se respondeu Não ou NS/NR, vai casar porquê? Fique pelo ALD mútuo e não se desgrace.
9 comentários:
Pois... eu também acreditava na instituição até perceber que tinha era de acreditar em mim...
não é excludente. não pode é acreditar que acreditar no casamento substitui o não acreditar em si. ou vice versa. ou no outro. tem de fazer o périplo da crença!
Amigas, não fui eu quem escreveu esta posta! Mas está muito bem escrita e até podia, tirando um ou outro termo mais erudito, ser da minha lavra. Em suma, e como eu faço questão de reiterar, o casamento é uma instituição falhada porque absolutamente artificial e inadaptada. Mas eu continuo a não dizer "desta água não beberei"
minha querida, obrigada pelo cumprimento, mas deixas-me um pouco preocupada. É que eu queria dizer mais ou menos isto: acredito no casamento. sim, é dificil, mas é possível e, em última análise, bom. não acho é que toda a gente deva casar. pelo menos, não enquanto não pensar bem no que vai fazer e porquê...
pois eu vou dar esse tal 'leap of faith'.
e gostava muito que as minhas múltiplas estivessem comigo.
desde as desiludidas às iludidas como eu.
atenção!, eu apenas sou contra o papel assinado. talvez, no fundo, aquilo que contesto é toda a forma de ritualização, tal como sou contra as demonstrtações de fé e por aí fora. por enquanto, ainda vou acreditando na história da família ainda que com momentos de gd cepticismo.
querida nove, claro que estou contigo
o comentário acima é meu mas mais uma vez fiz nabice
nove, se estás ciente, estou contigo! :-)´
Confusão total,
É contra as demonstrações de fé? Por alguma razão particular? Proibia-as se pudesse?
E que mal têm as ritualizações?
Ficaria mais contente se o papel não fosse assinado? Talvez impresso ou de escolha múltipla?
Tantas perguntas, meu Deus!
Deus? Peço muita desculpa por incomodar.
Quero dizer, tantas perguntas (só)!
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