Hoje o Parlamento Europeu rejeitou a proposta das 65 horas de trabalho semanais. 65 horas de trabalho, custa-me a crer que seja possível que esta proposta seja considerada viável pelas empresas, pelos governos europeus e por todos os que como eu não saímos à rua a dizer mas vocês tão tótós da mona ou o que se passa? 65 horas de trabalho, fazendo contas de cabeça que não tenho aqui a máquina à mão, dá mais de 12 horas de trabalho por dia. Se temos mais 8 para dormir são 20; muitxs de nós, levamos 2 horas de deslocação até ao trabalho, 1 para ir outra para voltar, são 22. Como o dia tem 24 horas, ficaríamos com duas horas para arrumar a casa, porque com aquilo que se ganha não podes pagar a ninguém, fazer o jantar, estar com a família, com xs amigxs, fazer desporto, namorar e manter a relação, conversar e brincar com os teus filhos, e participar na vida do país. Se já com as 40 horas a vida é tão difícil e a conciliação entre o trabalho e o resto da vida, que implica construir uma diariamente uma estratégia de vida que diariamente tem de ser reformulada, lutada, resgatada e inventada, quanto mais com 65 horas. Na época que mais defendemos liberdades e direitos, por pouco não foi aprovada uma lei que regularia a escravidão moderna, estabelecida com o comúm acordo de uma pessoa trabalhadora que tem que sustentar a sua vida económica num contexto de degradação laboral e uma entidade patronal que equipara pessoas a máquinas produtivas. A continuar assim, assusta-me imaginar qual será a jornada laboral que será discutida quando os nossxs filhxs começarem a trabalhar.
3 comentários:
querida oito, assino por baixo.
(agora uma perguntinha: extáx doente? a que xe deve tantox x no meio do texto? ixo deixa-me baralhada)
querida na prise, estou a substituir os artigos e o género das coisas para nao ter que escrever, por ejemplo, os filhos e as filhas, escrevo xs filhxs, topas?
e depois andámos a aprender nos manuais eaulas de História que a Revolução Industrial foi uma vergonha em termos sociais com o uso de trabalho infantil (check),a exploração desenfreada de mulheres pagas abaixo do trabalho que executavam (check), horários de trabalhos que incluíam dias santos e feriados (check), 12 horas diárias (check) e ausência de garantia de férias, e muito menos pagas (check para muitos).
e depois querem convencer-me que marx está morto?
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