Encontrei-a no Sorumbático, mais precisamente aqui. É antiga, mais exactamente de 1651, da autoria de D. Francisco Manuel de Melo.
A propósito dos amores que por aqui vão passando e da personalidade e visão do mundo das minhas queridas múltiplas, não resisto a deixar aqui a dita carta de guia.
Algumas coisas divertiram-me por si, outras pela reacções que adivinho, outras ainda pela sua imutabilidade, como estas:
"Hũa das cousas que mais assegurar podem a futura felicidade dos casados, he a proporção do casamento. A desigualdade no sangue, nas idades, na fazenda, causa contradição; a contradição, discordia. E eis aqui os trabalhos por donde vem. Perdese a paz, e a vida he inferno."
(...)
"Dizia hum nosso grande cortesão, havia tres castas de casamentos no mundo: casamento de Deos, casamento do Diabo, casamento da Morte. De Deos, o do mancebo com a moça. Do Diabo, o da velha cõ o mancebo. Da Morte, o da moça com o velho."
4 comentários:
E conseguiste ler tudo? Bravo!!
"Cousas tão meudas não he bem que pejem o pensamento de hum homem; e para os da mulher saõ muito [CG60r] convenientes. Pergũto: Não se rìra V. M. se víra hir hum elefante carregado cõ hum graõ de trigo na tromba? Si por certo; e logo louvára a Deos se o visse levar no bico a hũa formiga. Diz bẽ por isso o rifaõ: Do homem a praça, da mulher a casa. Os maridos que em tudo querem mandar, saõ dignos de reprensaõ, igualmẽte aos que não querem mandar em nada"
"Dissera eu, que á mulher se entregasse hũa tal porção de dinheiro, que pouco xcedesse o gasto quotidiano. Não por exercitar com ella algũa avareza; porem porque tenho por sem duvida não convem às mulheres demasiado cabedal. Costumaõ gastar sem ordem [CG61v] aquellas que sem ordem recebem."
Muito gratos pelareferência ao SORUMBÁTICO!
O casamento é hype e algo overrated.
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