A única resposta que me parece possível é sair dali para fora, sem olhar para trás. Mas isso sou eu que me deslumbro com peixes verdes e não consigo viver com olhos iguais a todos os outros.
o amor nunca acaba, às vezes muda é de sitio, de lugar, e as pessoas são lugares. e os lugares (ler urgentemente Jorge de Sena sobre isso) esses sim acabam. vão-se. por milhares de razões ou sem razão alguma. se o amor acabasse não se fazia nada. aliás, a pergunta é autorespondível (o que não quer dizer respingona): fazer o quê, se o amor acabou? Tudo o que se fizesse quando o amor tivesse acabado seria feito sem amor. já se imaginou vida mais terrível, sem amor?
JPN e Nove: desculpem, mas essa história de o amor mudar de sítio, de lugar e de pessoa é a maior tanga! Amor de mãe, amor de pai, amor de irmão, amor de filho, amor de amigo, são tipos de amor diferentes entre si e cada um deles não é amoviviel para os outros.
Aqui estamos a falar do amor romântico. E aí,duas hipóteses: i) acreditar que só se ama de verdade uma vez na vida ou ii) acreditar que se pode amar, de verdade, várias vezes, muitas ou poucas. E é simples: X ama Y. Um dia, X não pode ver Y á frente. O amor de X por Y acabou? "Não, não, não acabou, apenas se mudou para outro lado!" Ora desculpem lá, se se mudou, então, para X ou para Y esse amor romântico acabou. Não é transportável para o binómio X-B ou Z-E ou X-mãe de X ou Z-irmão de Z.
Estou com a bossa nova, isso de amor mudar de sítio é muito bonito e poético e karmicoexistencial, mas não é verdade. A verdade é o que amor romântico acaba e ainda não descobriram uma receita que consiga evitar a perda e tristeza que isso traz.
mas sejamos optimistas e lembremo-nos de que o fim do amor romantico não implica o fim do romance! Se fosse assim, ainda hoje choraria pelo meu amado dos 14 anos que desertou para os fiordes da noruega. Apre!
concordo ctg quando dizes que há amores inamovíveis: todos esses que referiste em primeiro lugar (mãe, pai, filhos, irmãos, amigos, etc). não era a esse amor que me referia mas como disseste, e bem, ao amor 'romântico'
mas o amor romântico, esse sim, muda de lugar, porque se pode amar mais do que uma pessoa no espaço-tempo de uma vida. é a minha experiência. ainda hoje ouvi alguém dizer: 'estou tão apaixonado, nunca pensei que isto me pudesse acontecer outra vez'.
quanto a não perder a capacidade de amar, esta referia-se a todos os tipos de amores.
'amai-vos uns aos outros.' isso é que importa. 'que seja eterno enquanto dure'. também concordo.
Talvez não fosse má ideia distinguirmos a finitude do amor romântico centrado apenas numa pessoa da potencial infinitude da capacidade de amar - e que faz com que, na perspectiva da nove e do jpn, o amor 'mude de lugar' e possamos amar várias pessoas numa mesma vida.
Queridas Prise e Nove, eu percebo essa distinção e concordo com ela. O amor romântico centrado numa (ou mais pessoas ao mesmo tempo) começa. O amor romântico centrado numa (ou mais) pessoa pode acabar. Talvez seja a falta de veia poética que nestes dias me assiste, mas para quê dizer que não acabou e que só mudou de lugar? Para quê complicar mais o que só por si já é complicado?
12 comentários:
A única resposta que me parece possível é sair dali para fora, sem olhar para trás. Mas isso sou eu que me deslumbro com peixes verdes e não consigo viver com olhos iguais a todos os outros.
Pois cá eu concordo com a nossa múltipla na prise!
Pira-te dali pra fora que tristezas não pagam dividas.
consuar, diz o oráculo.
ie. consoante o que te apetece fazer, fazes.
o amor nunca acaba, às vezes muda é de sitio, de lugar, e as pessoas são lugares. e os lugares (ler urgentemente Jorge de Sena sobre isso) esses sim acabam. vão-se. por milhares de razões ou sem razão alguma.
se o amor acabasse não se fazia nada.
aliás, a pergunta é autorespondível (o que não quer dizer respingona): fazer o quê, se o amor acabou? Tudo o que se fizesse quando o amor tivesse acabado seria feito sem amor. já se imaginou vida mais terrível, sem amor?
eu cá estou com o JPN: o amor muda de sítio, de lugar e de pessoa.
importante é não perder a capacidade de amar (não necessariamente no binómio eu-tu).
a vida é, de facto, terrível sem amor.
o que se faz quando o amor acaba? depende do amor que acabou. mas a ideia é acabar com o que acabou (passando a redundância).
JPN e Nove:
desculpem, mas essa história de o amor mudar de sítio, de lugar e de
pessoa é a maior tanga! Amor de mãe, amor de pai, amor de irmão, amor de filho, amor de amigo, são tipos de amor diferentes entre si e cada um deles não é amoviviel para os outros.
Aqui estamos a falar do amor romântico. E aí,duas hipóteses: i) acreditar que só se ama de verdade uma vez na vida ou ii) acreditar que se pode amar, de verdade, várias vezes, muitas ou poucas. E é simples: X ama Y. Um dia, X não pode ver Y á frente. O amor de X por Y acabou? "Não, não, não acabou, apenas se mudou para outro lado!" Ora desculpem lá, se se mudou, então, para X ou para Y esse amor romântico acabou. Não é transportável para o binómio X-B ou Z-E ou X-mãe de X ou Z-irmão de Z.
Estou com a bossa nova, isso de amor mudar de sítio é muito bonito e poético e karmicoexistencial, mas não é verdade. A verdade é o que amor romântico acaba e ainda não descobriram uma receita que consiga evitar a perda e tristeza que isso traz.
mas sejamos optimistas e lembremo-nos de que o fim do amor romantico não implica o fim do romance! Se fosse assim, ainda hoje choraria pelo meu amado dos 14 anos que desertou para os fiordes da noruega. Apre!
querida a dançar a bossa nova
concordo ctg quando dizes que há amores inamovíveis: todos esses que referiste em primeiro lugar (mãe, pai, filhos, irmãos, amigos, etc). não era a esse amor que me referia mas como disseste, e bem, ao amor 'romântico'
mas o amor romântico, esse sim, muda de lugar, porque se pode amar mais do que uma pessoa no espaço-tempo de uma vida. é a minha experiência. ainda hoje ouvi alguém dizer: 'estou tão apaixonado, nunca pensei que isto me pudesse acontecer outra vez'.
quanto a não perder a capacidade de amar, esta referia-se a todos os tipos de amores.
'amai-vos uns aos outros.'
isso é que importa.
'que seja eterno enquanto dure'.
também concordo.
beijos
Talvez não fosse má ideia distinguirmos a finitude do amor romântico centrado apenas numa pessoa da potencial infinitude da capacidade de amar - e que faz com que, na perspectiva da nove e do jpn, o amor 'mude de lugar' e possamos amar várias pessoas numa mesma vida.
Queridas Prise e Nove,
eu percebo essa distinção e concordo com ela. O amor romântico centrado numa (ou mais pessoas ao mesmo tempo) começa. O amor romântico centrado numa (ou mais) pessoa pode acabar. Talvez seja a falta de veia poética que nestes dias me assiste, mas para quê dizer que não acabou e que só mudou de lugar? Para quê complicar mais o que só por si já é complicado?
potoon, diz o guichet. Faço minhas as suas palavras, pottonkuoda oda au a alho do a or o mantiku
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