05 julho 2009

outra pergunta

há uns tempos atrás fez-se uma pergunta simples. Hoje faço outra, o que se faz quando se descobre que o amor acabou?

12 comentários:

na prise és bestial disse...

A única resposta que me parece possível é sair dali para fora, sem olhar para trás. Mas isso sou eu que me deslumbro com peixes verdes e não consigo viver com olhos iguais a todos os outros.

não resistiu ao wiski disse...

Pois cá eu concordo com a nossa múltipla na prise!

Pira-te dali pra fora que tristezas não pagam dividas.

foi dançar a bossa nova disse...

consuar, diz o oráculo.
ie. consoante o que te apetece fazer, fazes.

JPN disse...

o amor nunca acaba, às vezes muda é de sitio, de lugar, e as pessoas são lugares. e os lugares (ler urgentemente Jorge de Sena sobre isso) esses sim acabam. vão-se. por milhares de razões ou sem razão alguma.
se o amor acabasse não se fazia nada.
aliás, a pergunta é autorespondível (o que não quer dizer respingona): fazer o quê, se o amor acabou? Tudo o que se fizesse quando o amor tivesse acabado seria feito sem amor. já se imaginou vida mais terrível, sem amor?

nove e tal disse...

eu cá estou com o JPN: o amor muda de sítio, de lugar e de pessoa.

importante é não perder a capacidade de amar (não necessariamente no binómio eu-tu).

a vida é, de facto, terrível sem amor.

o que se faz quando o amor acaba? depende do amor que acabou. mas a ideia é acabar com o que acabou (passando a redundância).

foi dançar a bossa nova disse...

JPN e Nove:
desculpem, mas essa história de o amor mudar de sítio, de lugar e de
pessoa é a maior tanga! Amor de mãe, amor de pai, amor de irmão, amor de filho, amor de amigo, são tipos de amor diferentes entre si e cada um deles não é amoviviel para os outros.

Aqui estamos a falar do amor romântico. E aí,duas hipóteses: i) acreditar que só se ama de verdade uma vez na vida ou ii) acreditar que se pode amar, de verdade, várias vezes, muitas ou poucas. E é simples: X ama Y. Um dia, X não pode ver Y á frente. O amor de X por Y acabou? "Não, não, não acabou, apenas se mudou para outro lado!" Ora desculpem lá, se se mudou, então, para X ou para Y esse amor romântico acabou. Não é transportável para o binómio X-B ou Z-E ou X-mãe de X ou Z-irmão de Z.

na prise és bestial disse...

Estou com a bossa nova, isso de amor mudar de sítio é muito bonito e poético e karmicoexistencial, mas não é verdade. A verdade é o que amor romântico acaba e ainda não descobriram uma receita que consiga evitar a perda e tristeza que isso traz.

foi dançar a bossa nova disse...

mas sejamos optimistas e lembremo-nos de que o fim do amor romantico não implica o fim do romance! Se fosse assim, ainda hoje choraria pelo meu amado dos 14 anos que desertou para os fiordes da noruega. Apre!

nove e tal disse...

querida a dançar a bossa nova

concordo ctg quando dizes que há amores inamovíveis: todos esses que referiste em primeiro lugar (mãe, pai, filhos, irmãos, amigos, etc). não era a esse amor que me referia mas como disseste, e bem, ao amor 'romântico'

mas o amor romântico, esse sim, muda de lugar, porque se pode amar mais do que uma pessoa no espaço-tempo de uma vida. é a minha experiência. ainda hoje ouvi alguém dizer: 'estou tão apaixonado, nunca pensei que isto me pudesse acontecer outra vez'.

quanto a não perder a capacidade de amar, esta referia-se a todos os tipos de amores.

'amai-vos uns aos outros.'
isso é que importa.
'que seja eterno enquanto dure'.
também concordo.

beijos

na prise és bestial disse...

Talvez não fosse má ideia distinguirmos a finitude do amor romântico centrado apenas numa pessoa da potencial infinitude da capacidade de amar - e que faz com que, na perspectiva da nove e do jpn, o amor 'mude de lugar' e possamos amar várias pessoas numa mesma vida.

foi dançar a bossa nova disse...

Queridas Prise e Nove,
eu percebo essa distinção e concordo com ela. O amor romântico centrado numa (ou mais pessoas ao mesmo tempo) começa. O amor romântico centrado numa (ou mais) pessoa pode acabar. Talvez seja a falta de veia poética que nestes dias me assiste, mas para quê dizer que não acabou e que só mudou de lugar? Para quê complicar mais o que só por si já é complicado?

sete e pico disse...

potoon, diz o guichet. Faço minhas as suas palavras, pottonkuoda oda au a alho do a or o mantiku