03 junho 2010

I'm lost

Quer dizer, anda aqui uma pessoa durante seis temporadas inteirinhas sem perder um único episódio de suspense e adrenalina pura, à espera de um final retumbante que pudesse explicar aquilo tudo e os gajos saem-se com o argumento de que tudo o que aquelas personagens tinham vivido até ali se devia ao facto de terem sido pecadores e que o raio da ilha afinal não era mais que o purgatório?
Esta decisão dos argumentistas não só parece enfiada a martelo, do tipo, ok, já nos enrolámos aqui de tal maneira que agora não há outra solução senão apelar à religião que assim ninguém questiona, como ainda por cima continua a deixar uma montanha de situações por explicar. A cena final então com o bando todo dos escolhidos enfiados dentro da Igreja, é de bradar aos céus. Mas que raio, ainda por cima, com a imposiçao forçada do Deus Ocidental, quando existem várias raças e credos dentro do grupo.
Ohh, please, porca miséria, pela saúde do nosso rico menino, e eu que já estava lançada a pensar que iria comprar a colecção dos dvd's para coleccionadores fãs do Lost... era o ías. Estragaram-me a série. É só uma opinião. Não havia necessidade.

4 comentários:

-pirata-vermelho- disse...

O problema foi criado por si que com essa idade ainda vai em séries

na prise és bestial disse...

always look on the bright side of life: o dinheirão que poupaste na série para coleccionadores. Para cima de cinco euros, aposto.

foi dançar a bossa nova disse...

Querida Oito,
eu, beata, me confesso: também não percebi que fim foi aquele. mas não acho que a ilha fosse o purgatório ou que tudo se devesse ao facto de serem pecadores. aliás, se fosse isso, até poderia ter feito algum sentido.

quanto à "igreja", reparei que não houve referência a nenhuma doutrina, fosse ela qual fosse. a escolha da "igreja-cenário" acho que foi só mesmo para dar a ideia de transcedencia.
(não esquecer que a série é ocidental, por isso acho natural que não tenham optado por um templo budista).

O único fim que podia ter feito sentido era resolver a situação da ilha e encontro das várias personagens da vida real, no presente, sem aqueles "acordares". Assim, sempre podia ficar a ideia de uma realidade paralela, onde tudo podia acontecer e com muitos graus de aproximação com a realidade.

A junção "apoteotica" foi um fim muito fraquinho, sim....

o chofer a dançar com a criada disse...

Sim, sim, concordo, Foi dançar a bossa nova, eu mal por mal, também votava nessa opção de deixar a ideia da realidade paralela e julguei que eles fossem por aí.

E o meu problema, apesar de não ser crente, nem sequer é com a questão religiosa que fica ali a pairar, é porque realmente acho que parece uma decisão desesperada de última hora, pensada já à rasca para tentar salvar a última temporada da ira dos fãs da série que já andavam a ver o caso muito mal parado e sem explicações convincentes à vista.

O argumento das primeiras 5 temporadas não puxava para esse lado e permitia a imaginação voar sem ter de entrar no campo do óbvio.

Em relação à questão do purgatório, um dos argumentistas e o actor que fez de Jack Sheppard, já vieram admitir a público que a ideia acabou por ser mesmo essa.
Enfim, acho que aproveitaram mal a coisa.