07 junho 2010

Thank heavens for little girls

Anda-me a fazer espécie esta coisa dos casos de pedofilia e a atitude da Igreja.

Que se soubesse dentro da hierarquia e não se denunciasse à polícia eu até chego a compreender, durante séculos a igreja era uma autoridade tão grande ou maior do que a justiça dos homens, fazia parte sentirem-se um grupo à parte com as suas próprias regras - mas também fazia parte saberem punir os actos condenáveis, tanto pelos homens mas ainda mais (pensava eu) pelo divino de que dizem ser porta-vozes.

Eu não entendo e mói-me por dentro é que tenham sido coniventes com os actos nojentos e asquerosos dos pedófilos lá de dentro.Na minha mais que perfeita ingenuidade, assim que descobrissem a coisa pintariam a cara de preto mas ainda mais da criatura que abusou não apenas do seu cargo como da posição de poder sobre crédulas crianças e os mandasse pastorear fieis formigas para caves de conventos no Alaska, não sem antes lhes retirarem cirurgicamente (mas sem anestesia, que é mais natural) os órgãos causadores do infortunio.

Em vez disso limitaram-se a mudar as criaturas de paróquia, e na maioria dos casos reportados permitindo-lhes manter o contacto com crianças - de quem continuaram a abusar alegremente, mudam-se os nomes que até é divertido.

O bem que isto fez não apenas à auto-estima mas ao entendimento de justiça, humana e divina, para as então crianças verem os seus abusadores para além de não condenados mas mais que nada protegidos pela estrutura que lhes permitiu terem feito o que fizeram, enquanto que eles e elas ficavam agarrados ao pincel do nojo e da incompreensão. Evidentemente mais cedo ou mais tarde viriam vomitar tudo em praça publica, foi apenas uma questão de tempo e de abertura social à denuncia.

Tenho vergonha de uma igreja que protege os seus podres. Tenho vergonha de uma igreja conivente com terrorismo físico e psicologico, ainda para mais a crianças. Tenho vergonha de uma igreja que não tenta sequer reparar os danos que provocou, que deixou provocar, que permitiu que provocasse.

Todos os que são coniventes com actos pedófilos são também pedófilos. Um pedófilo é um homem que tem tusa com crianças, um pedófilo fica com a pila dura e tem orgasmos com imagens de crianças, com crianças a tocá-lo, com crianças a olhar para ele, com crianças encostadas a si. Se isto soa nojento é porque o é. Foi com isto que a igreja foi conivente. Com crianças a terem esperma de padres em cima deles enquanto rezavam para que aquilo acabasse depressa e pudessem voltar para casa e fingir que nunca nada daquilo tinha acontecido. Até à vez seguinte.

1 comentário:

na prise és bestial disse...

não consigo pensar sobre aquilo que é monstruoso. Em vez de ideias articuladas ou argumentos inteligíveis, só consigo conter a náusea. Este caso, é um deles.