Disseste sai vai-te embora não aguento ter-te por perto e, de repente, a tua frase cresceu como uma malha numa meia preta. Primeiro um ponto branco que se vai deitando ao comprido na perna, ponho um bocado de verniz das unhas e penso que se andar depressa ninguém vai dar por nada. Olho outra vez e o ponto branco já não é só um ponto branco, cabem lá agora as noites em que não olhas para mim, os minutos em que jantamos calados, as manhãs em que és uma ausência com pressa de ir embora. Pego numa agulha e cirzo tudo com as pontas soltas do desamor e sirvo-me a ti de olhos fechados com a certeza de que este tempo passará na sombra dos dias sempre iguais.
6 comentários:
muito bom, como sempre.
(põe lá uma label nesta série, querida oito)
p.s. gostei do amor que se desfaz como uma malha numa meia.
tantos amores que existem na nossa vida...
etiqueta, etiqueta, etiqueta!
este blog anda em grande...
viva! já lá está a etiqueta. agora é ler tudo por atacado.
beijos linda amiga que escreves tão bem. parabéns!
Caramba... e pensar q com uma malha solta de uma meia se podem dizer tantas coisas e com tanta intensidade!
muito boa esta série. tb gostei muito da malha e do verniz
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