18 setembro 2008

Entrada no carrossel do oito

Há algum tempo que andavam para ver-se, mas por algum motivo ela adiava o contacto. De repente chegou-lhe um sms, apenas com "Quero ver-te". Assim, sem mais nada nem mesmo pontuação. Aquele pedido que soava a ordem, num tom afirmativo que nunca lhe tinha encontrado. Telefonou-lhe, disse que estava a chegar casa.

Não subas. O que é que tens vestido?

Surpreendida, respondeu. Bem, ouviu, vem cá ter, quero ver-te. Ficou gelada, não sabia o que havia de fazer e as palavras nem saiam. Não tinha como dizer não. Ouviste? Sim, estou a ir, foi a única coisa que conseguiu libertar entre dentes.

Conseguiu guiar e estacionar quase por milagre, tremia com a antecipação daquele homem. Tocou a medo à campaínha. Ele abriu e sorveu-a com os olhos. Entra, vamos para a sala.

Enquanto toc toc toc pelo corredor fora sentia-o fixo nos seus ombros, costas, rabo, pernas a menear. Sentou-se a olhar para ele cheia de perguntas nas sobrancelhas.

Fez-lhe uma festa na cara, para que ela sentisse o cheiro da sua mão. Afagou-lhe o cabelo e segurou-a pela nuca. Ficaram a olhar-se em silêncio, e ela soube que seria o que ele quisesse fazer dela nessa noite. Mesmo que não houvesse mais nenhuma.

And you want to travel with him
And you want to travel blind
And you think maybe you'll trust him
For he's touched your perfect body with his mind.

3 comentários:

Anónimo disse...

parem lá com estas postas que a malta já anda aquecida que chegue... será possivel, pá? atirem agua fria nisto que um dia destes ainda arde...

Anónimo disse...

uau... posts da Sabrina...

Anónimo disse...

Por hábito não gosto de ordens, mas esta levam-me ás nuvens!

Que em breve o meu telefone toque e seja uma mensagem simples a dizer "Quero ver-te".

Ao contrário do manyfaces, continuem com postas destas, são inspiradoras!