03 outubro 2008

Amor assassino

Agarro na tua mão e digo-te toma é bom vais gostar. Sei que estás a minha mercê, como um barco abandonado à ondulação de um cais, dizes que sim e experimentas, primeiro a medo, depois entregas-te ao delírio que tantas vezes te descrevi. Vejo-te desfalecer nos meus braços, e não contenho um sorriso, feliz, porque superaste tudo aquilo que até a mim mesmo não exigi. Chamo uma ambulância e noto a coloração do sangue em que te esvais, não podia ser mais bonita, adoro tudo em ti, o teu amor, a tua lealdade, as tuas entranhas, esta cor que certamente não voltarei a ver porque me deste a prova de amor suprema: a tua vida, quando a mataste com o com que te acenei.

2 comentários:

gerou-se a confusão natural disse...

Obrigada, múltipla, por saberes escrever tão bem. Sem mais...
Um grande abraço

rebentou-lhe o suspensório disse...

querida múltipla, agradeço-te também. Por partilhares este amor assassino.

um beijo.