30 outubro 2008

Silêncio

Naquele dia eles não esperavam o blá-blá-blá acerca das leis da vida e do conceito de ser vivo.
Naquele dia, os mesmos alunos que me tinham apoiado em provas físicas nas quais lhes revelei as minhas fraquezas, esperavam que eu não lhes ocultasse a verdade que tinha ganho ecos aterrorizadores para a dezena de primaveras que contam. Lia-o nos seus olhos, o pedido para que não os defraudasse.
Assim fiz. Entrei com eles na aula e comuniquei-lhes com as devidas cautelas mas com a exigida verdade que havíamos perdido um colega, um amigo, um aluno numa qualquer auto-estrada.
E depois ficámos num silêncio grande. E dele havemos de nos lembrar para o resto das nossas vidas.

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