O meu coração dispara!
De repente sinto-me empurrada de encontra a parede e penso, Onde é que andas?
Onde raio é que tu andas, que não te vejo há tantas, tantas, tantas horas.
Tantas horas que faz quase um mês.
Quantas horas tem um mês?
24x trinta e.... não interessa, não me interessa para nada.
Sinto uma espinha dura enorme cravada na garganta, e começo a procurar-te por todo o lado, pelas ruas, pelos bares, nos eléctricos, pelas pontes e debaixo delas, à beira do rio, em cima das árvores onde os corvos gritam aos meus ouvidos e percorro todas as caras uma a uma na esperança de ver a tua cara na cara de alguém.
Por momentos penso: se alguém repara no desespero que levo entre os braços como se fosse uma criança, o que vão pensar? mas lembro-me que aqui ninguém repara, aqui ninguém repara nessas coisas, aqui não nos olham nos olhos, aqui está-se abandonado, aqui definha-se devagar como uma árvore seca numa tarde de inverno, o que faz aumentar ainda mais a minha angústia, o que me faz ser ainda mais forte na minha solidão.
Não penso em nada, não penso se estás morto, se estás com outra pessoa, se não pagaste a conta da luz ou do telefone, se não tens moedas no bolso ou se simplesmente desapareceste.
Procuro-te.
Simplesmente procuro-te nos sítios mais improváveis, como o bar em que nos vimos pela primeira vez já depois de nos conhecermos, ou no manto de folhas secas que cobrem a pequena ilha de onde te escrevo...
3 comentários:
és a ternura mais linda que eu já li em toda a minha vida!
....estou onde sempre estive, numa espécie de limpo à tua espera...por uma razão qualquer escolheste o pior país do planeta...e eu estou onde tu me procurares...
Eu sei o que vão pensar! Que não é a única a enfrentar isto. Seu texto é de uma delicadeza e sensibilidade incrível. E tão parecido com o que estou enfrentado, a angústia de não ter, de querer e não ter, de sentir e não ter, de querer e querer tanto às vezes enlouqueço neste querer.
E por vezes penso? Será que sou a única? Vejo a maioria tão feliz e completa e penso será que sou a única? O desespero, encerrei minhas leituras, ou deixei pela metade, mesmo sabendo que são de extrema impotância para amanhã e dei uma pausa para respirar. E resolvi ler blogs, como o seu q tenho gostado muito.
E me vi nestes escritos, procurando, querendo.
Não sei, mas dizem q passa quando o encontramos, mas dúvido, vontades assim jamais são saciadas, jamais.
então ficamos assim, contando às horas para um dia encontrá-lo e saciar essa louca vontade de ter.
que post tão bonito! obrigada, querida oito!
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