Ao ver os telejornais, no meio das tragédias naturais, como os furacões, os tsunamis ou os terramotos e no meio das tragédias fabricadas por esta raça estúpida que é a humana, como a guerra por exemplo, sempre me perguntei, se haveria alguém destacado para se preocupar e tentar salvar os animais que ficavam para trás e hoje, ao folhear a revista "Sábado" descobri Juan Carlos Murrilo. Com o curso de veterinária e a trabalhar com a WSPA desde 1999, Juan Carlos percorre o mundo com o único intuito de salvar animais perdidos nas tragédias ou de resgatá-los da maldade dos homens.
Entre outras aventuras, já conseguiu resgatar dois golfinhos duma piscina imunda na Guatemala, depois de os tratadores os terem abandonado à sua sorte para morrerem, depois de ter sido ameaçado de morte pela polícia, com uma pistola na boca, para largar os golfinhos com base nos milhares de euros a que o preço dos golfinhos pode chegar no mercado negro. Já salvou camelos e cavalos, vítimas das minas e balas perdidas, durante a guerra no Afeganistão, salvou cães, gatos, crocodilos, elefantes e toda a espécie de animais, praticamente em todo o mundo.
Apesar de ser um nome nunca falado nas notícias, bem como o dos seus colegas, estas pessoas existem, destacadas para estas missões. Talvez seja a maldita susceptibilidade humana que os impeça de serem falados.
Uma vez, estava eu a dar comida a um grupo de gatos de rua, completamente esfomeados, passa uma senhora que resolve dizer, alto e bom som: "Com tantas crianças a morrerem de fome e a desperdiçar comida com estes bichos".
A mesma atitude e ignorância besta se repete constantemente noutras situações do dia a dia, onde o objectivo é sempre destacar a nossa raça como superior e a mais digna e prioritária em todos os momentos.
Talvez seja esta maldita susceptibilidade, esta arrogância suja.
5 comentários:
Subscrevo! Oh yeah, granda Murrilo!
E assim gira o mundo.
Uma vez que o que se diz no post é grego arcaico, aproveito o espaço deixado livre (mas justifico-me, obsequioso) para um apelo
-Dizia ela baixinho, ainda me amas?
dear pirata vermelho,
true love never dies.
(apesar de ser um corsário que dá pouco à costa: já o julgava naufragado. e por isso estou um bocado amuada).
O seu post é, ele próprio, a prova de que a espécie humana é superior às restantes. Nenhuma outra tem preocupações como as que demonstra e nenhuma outra faz tanto esforço para escamotear essa superioridade.
Numa altura em que a "tolerância" (palavrinha intolerável) tomou conta dos léxicos eruditos e do linguajar comum fica bem a antropomorfização dos animais e, de caminho, a animalização do homem. Mas ela é tão artificial como essa paridade fofinha própria de sociedades desenraizadas e modernaças. É paradoxal que, à medida que se vão afastando da natureza, os seres humanos passem a querer ter com ela uma relação simbiótica e a emular uma espécie de panteísmo alcatifado que acaba no exacto momento em que as baratas aparecem ou as melgas resolvem dar sinal de si.
c'est dure, la vie d'artiste, ma chère amie.
Um dia fico 'lá'...
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