09 outubro 2008

Exordio

Cuenta mi padre que foi em 1640 que Portugal e Espanha passaram a ser dois países diferentes, e deixa transparecer um certo orgulho quando conta como os portugueses puseram os espanhóis daqui para fora ainda que logo depois acrescente, e foi o pior que nós fizemos, se fossemos parte de Espanha as coisas seriam muito diferentes, e descreva a lista das benesses jurídicas, geográficas, relacionais, cívicas e etcs de que dispõem nuestros hermanos y hermanas, obviamente contrastadas com as nossas. Eu, pela minha parte, nunca dediquei muito tempo a pensar se seria melhor ou pior que agora voltássemos a ser um só território. Não sinto Espanha como um país rival, considero que é um país interessante para viver, não me desagrada a ideia, e até acho que podia ser bom sermos um só país que pudesse fazer mais força nas decisões da união europeia, mas não dedico mais que uma breve conversa ao assunto.
Ainda que a palavra nem sempre tenha uma conotação muito positiva, acho que sou nacionalista no sentido em que identifico esse território a que chamamos Portugal como sendo o meu país, com uma série de características específicas, com pessoas que partilham espaços, língua, segundos sentidos, expressões, historia, músicas, enfim tudo aquilo que se partilha num país.
Tenho uma particular sensibilidade e carinho pelo meu país de nascimento e de 30 anos de vida, e este carinho parece acentuar-se quando vivo fora de Portugal, por exemplo, só passei a adorar Madredeus 3 anos depois de viver fora do país.
Mas precisamente por um país ser tudo isto, o meu nacionalismo tem mais quartos que uma casa de putas, pois fui e vou aprendendo a querer e a pertencer a outros países que escolhi para viver.
Actualmente vivo no país daqueles que, contrariados ou aliviados, fizeram o seu próprio país depois de 1640, e estou a aprender e a gostar de conhece-los, ainda que este seja um processo lento e com surpresas.
Assim, este exórdio (o dicionário tem umas palavras fantásticas!) ao assunto do post abaixo, é para que este não seja interpretado como uma simples ou leviana manifestação de nacionalismo da minha parte.

5 comentários:

dançando sambinha disse...

Es una pena que se usen los nacionalismos para separar. Hablamos de amor a un pais, y no es mas que el apego a unas formas de hacer las mismas cosas, un territorio del cual nuestra mente se apropia, en el que nos mimetizamos, que se nos antoja comprensible, a una lengua que es la que configura nuestro pensamiento. Todo eso es mucho mas amplio que la línea trazada de una frontera, pero desde esos 1600 y pico, en toda Europa, unos y otros han usado ese sentimiento de pertenencia para enaltecer la diferencia, la competencia entre la gente de los pueblos.

Coincido contigo, oito, en que sería una buena cosa que viviesemos mas juntos, puede que en un mismo estado (una Portuña o Espanhugal, o
simplemente una Iberia) Y que esta nueva estructura sirviera para, por un lado, proteger las diferencias de cada territorio y al mismo tiempo acercarnos unos a otros. Un dialogo permanente entre diversos pueblos, al mismo nivel, distintas visiones, distintas lenguas, problemas comunes a resolver. Mayor riqueza.

Algo como un oitoecoisa peninsular. Culturalidad multiple.

Al fin y al cabo, tenemos mas cosas en comun que nos unen que diferencias que nos separan. Y compartir estas últimas nos haría crecer. Portugueses y españoles, nos parecemos tanto como para llamarnos hermanos, nos diferenciamos lo suficiente como para sorprendernos y maravillarnos los unos de los otros.

(um dia de estos aprendo portugues de una vez)

8 e coisa 9 e tal disse...

Que bonito o que escreveste, dançando sambinha, faço minhas as tuas palavras, "Portugueses y españoles, nos parecemos tanto como para llamarnos hermanos, nos diferenciamos lo suficiente como para sorprendernos y maravillarnos los unos de los otros".

é a interculturalidad ibérica!

dorean paxorales disse...

Há dois tipos de nacionalismo: aquele das nações que aspiram à independência política por razões que só a elas pertencem (considerado p.c.); e aquele dos nacionais de um país que aspiram à predominância sobre outros (dito negativo).

O seu "nacionalismo" não é uma coisa nem outra. Parece-me sim que descreve um sentimento poucas vezes entendido para o qual existe uma palavra mal-usada ou já em desuso: "patriotismo".
E isso não tem mal nenhum.

dorean paxorales disse...

Só mais uma coisa: adoro Espanha e os espanhóis (bom, madrilenos, que não conheço muito mais). Nunca lá me senti menos em casa que noutros países onde também vivi. Talvez até mais, quiçá.
Mas não faço "puta idea" porque se haviam de juntar os dois países nem percebo a pertinência da proposta.
Talvez por ser patriota...

dançando sambinha disse...

Muito obrigado oito, puseste-me colorado, e obrigado dorean, eu tambem adoro os portugueses (nao conheço mais que dois...) Lamento nao poder escrever muito mais em português, demoraria num século en fazer tudo el post...

En un mundo ideal, seria genial unir los dos paises para compartir, tratar en común los problemas de todos y progresar juntos. Pero bien pensado, y viendo como somos los españoles, mejor separados e ignorados que juntos y peleados.

Puede que lo que describo no sea tampoco patriotismo, mas bien 'arraigo'. Prefiero, como buen inmigrante de segunda generación, la idea de arraigarse, echar raices en un sitio y dejar que la tierra nos empape con su sabor, que la idea de patria, como territorio a defender. Desconozco la realidad en Portugal, aqui en España podemos encontrar 'patriotas' españoles y 'nacionalistas' vascos (por poner un ejemplo, los tenemos tambien catalanes, gallegos, valencianos, andaluces...) viviendo en el mismo territorio y dispuestos a enfrentarse los unos con los otros. Es muy triste.

Tal como estan hoy las cosas, dudo que las estructuras como país o estado sirvan realmente para mejorar el entendimiento entre los pueblos. Mejor sería que las personas, prescindiendo de fronteras, aprendiesemos a valorar los distintos pueblos y culturas, que a menudo conviven en el mismo espacio, dialogando y tomando acciones conjuntas para identificar nuestros problemas y ayudarnos mutuamente. Para eso realmente no es necesario ni unificar ni crear nuevos estados.

¡Y vuelvo a la utopía! Perdonenme, soy incorregible.

(por cierto, seguro que un madrileño se parece menos a un gallego que un gallego a un portugués. La idea de España como unidad cultural es bastante débil. No se si en el lado atlántico de la peninsula será igual)