Desço as escadas cinzentas, pego no cartão verde e passo-o na máquina. Olho para o cartaz da parede e descubro que devo ir para a esquerda. Escadas e pessoas que sobem. Uma mãe com a filha pela mão, um adolescente de calças caídas, uma rapariga com fios brancos que lhe sobem da mala até às orelhas, duas amigas sorridentes. Chega o comboio. Espero que as pessoas saiam (oito pessoas) e entro na carruagem. Sento-me sozinha em frente a uma mulher que lê paulo coelho. Conto as estações, uma duas três quatro, e saio ao lado de um homem barrigudo e muito sério. Duas mulheres falam uma língua incompreensível enquanto caminham à minha frente, uma tem o cabelo ruivo e está vestida de cor de laranja, da outra mal me lembro. Uma rapariga muito loira olha para mim, tem um olho de cada cor e tem uma camisola justa que deixa ver o redondo da cintura, dos ombros aos pés vestida de cor de rosa. Percebo depois que está com as outras mulheres, talvez sejam búlgaras ou ucranianas. Dois rapazes falam de râguebi e riem alto, um homem engravatado debita números para quem o ouve do outro lado do telefone, um pai muito alto sobe as escadas com um filho pequeno. Passo o meu cartão na máquina atrás da rapariga do olhar fulminante.
Às vezes viajar de metro é como estar a olhar para um aquário.
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