30 abril 2009

Telescópio

Eliodoro tinha um telescópio, um amigo gringo lho tinha deixado por uns largos meses. Camuflado pela noite, desde a varanda da sua casa, naquele outono constante de Bogotá, com o seu barrete e seu casaco de lã de alpaca, Eliodoro visitava sem ser convidado as vidas das pessoas na mira do telescópio. Observava festas, discussões, pessoas a descarregar as compras, a jantar, a dançar, a ver televisão, a namorar. Nestas alturas, às vezes chamava Ilisandra para que também visse, mas esta ficava sempre na dúvida se estaria a ver bem, ver pois além de surda, também não via muito bem e os seus olhos mentais não focavam da mesma maneira o telescópio. Ainda assim, naqueles pedaços de tempo que ali passaram, divertiam-se a imaginar o que aquelas pessoas completamente desconhecidas e com actos quotidianos tão iguais, podiam estar ou não a fazer. Às vezes juntavam-se outros amigos, apertavam-se 5 ou 6 pessoas num estreito balcão para poderem olhar a lua e as estrelas pelos olhos mágicos que desfazem as distâncias, com o telescópio viam-se as crateras do solo branco da lua, quase que dava para sentir como seria caminhar aí. Foram bonitas essas noites de telescópio na cidade ao lado da montanha.

1 comentário:

anareis disse...

Etou fazendo uma campanha de doações para meu projeto da minibiblioteca comunitária e outras atividades para as crianças e adolesçentes da minha comunidade carente aqui no Rio de Janeiro,preciso da ajuda de todas as pessoas de bom coração,pode doar de 5,00 a 20,00 . Doações no Banco do Brasil agencia 3082-1 conta 9.799-3 Que DEUS abençõe todos nos. Meu e-mail asilvareis10@gmail.com