09 novembro 2009

Havia ela e havia ele.

Havia ela e havia ele.
Os caminhos eram os mesmos, mas com o “delay” do desencontro que só acontece porque o encontro quase se deu.
Ele esteve lá, ela esteve lá passados 5 meses.
Ela esteve noutro sítio e ele no dia seguir.
Ele conheceu alguém que ela conhecera na semana anterior.
Ele chamou-a e ela só o ouviu meia hora depois.
Ela chamou-o mas ele só a ouviu no dia seguinte.
Eles foram ao mesmo concerto mas um estava à frente e o outro mais atrás.
No supermercado escolheram o pão da mesma fornada e tiraram maçãs da mesma caixa mas não se viram.
Eles dançam a dança dos desafinados que só se afinam quando por milésimos de segundo se raspam de olhar, se dão um encontrão e seguem, com o olhar vazio de quem procura e sabe o que é mas não vê.
Ele e ela estão juntos e seguem separados.
E estão separados mas seguem juntos.
Às vezes ele é ela e às vezes ela quase que é ele.

3 comentários:

Alvaro_C disse...

Para quem não conseguiu ouvir em directo, a Homenagem ao grande António Sérgio:

http://ww1.rtp.pt/icmblogs/rtp/blogue-da-3/?tag=1915&t=Antonio-Sergio.rtp

o chofer a dançar com a criada disse...

Ouvi-a ontem em directo mas espaçadamente. Manyfaces, obrigada pelo link para poder voltar a ouvi-la por inteiro. :)))

Em relação a esta posta: grande posta e muito bela posta. Parabéns querida múltipla.

8 e coisa 9 e tal disse...

Um bem haja querida múltipla!

E a todos aqueles, que tal como eu, não têm jeito nenhum para a Valsa mas se dão bem no Tango!