19 novembro 2009

Juan Carlos Murrilo - O messias dos animais

Ao ver os telejornais, no meio das tragédias naturais, como os furacões, os tsunamis ou os terramotos e no meio das tragédias fabricadas por esta raça estúpida que é a humana, como a guerra por exemplo, sempre me perguntei, se haveria alguém destacado para se preocupar e tentar salvar os animais que ficavam para trás e hoje, ao folhear a revista "Sábado" descobri Juan Carlos Murrilo. Com o curso de veterinária e a trabalhar com a WSPA desde 1999, Juan Carlos percorre o mundo com o único intuito de salvar animais perdidos nas tragédias ou de resgatá-los da maldade dos homens.
Entre outras aventuras, já conseguiu resgatar dois golfinhos duma piscina imunda na Guatemala, depois de os tratadores os terem abandonado à sua sorte para morrerem, depois de ter sido ameaçado de morte pela polícia, com uma pistola na boca, para largar os golfinhos com base nos milhares de euros a que o preço dos golfinhos pode chegar no mercado negro. Já salvou camelos e cavalos, vítimas das minas e balas perdidas, durante a guerra no Afeganistão, salvou cães, gatos, crocodilos, elefantes e toda a espécie de animais, praticamente em todo o mundo.
Apesar de ser um nome nunca falado nas notícias, bem como o dos seus colegas, estas pessoas existem, destacadas para estas missões. Talvez seja a maldita susceptibilidade humana que os impeça de serem falados.
Uma vez, estava eu a dar comida a um grupo de gatos de rua, completamente esfomeados, passa uma senhora que resolve dizer, alto e bom som: "Com tantas crianças a morrerem de fome e a desperdiçar comida com estes bichos".
A mesma atitude e ignorância besta se repete constantemente noutras situações do dia a dia, onde o objectivo é sempre destacar a nossa raça como superior e a mais digna e prioritária em todos os momentos.
Talvez seja esta maldita susceptibilidade, esta arrogância suja.

5 comentários:

Farinha Amparo disse...

Subscrevo! Oh yeah, granda Murrilo!

E assim gira o mundo.

-pirata-vermelho- disse...

Uma vez que o que se diz no post é grego arcaico, aproveito o espaço deixado livre (mas justifico-me, obsequioso) para um apelo
-Dizia ela baixinho, ainda me amas?

dizia ela baixinho disse...

dear pirata vermelho,

true love never dies.

(apesar de ser um corsário que dá pouco à costa: já o julgava naufragado. e por isso estou um bocado amuada).

Anónimo disse...

O seu post é, ele próprio, a prova de que a espécie humana é superior às restantes. Nenhuma outra tem preocupações como as que demonstra e nenhuma outra faz tanto esforço para escamotear essa superioridade.
Numa altura em que a "tolerância" (palavrinha intolerável) tomou conta dos léxicos eruditos e do linguajar comum fica bem a antropomorfização dos animais e, de caminho, a animalização do homem. Mas ela é tão artificial como essa paridade fofinha própria de sociedades desenraizadas e modernaças. É paradoxal que, à medida que se vão afastando da natureza, os seres humanos passem a querer ter com ela uma relação simbiótica e a emular uma espécie de panteísmo alcatifado que acaba no exacto momento em que as baratas aparecem ou as melgas resolvem dar sinal de si.

-pirata-vermelho- disse...

c'est dure, la vie d'artiste, ma chère amie.
Um dia fico 'lá'...